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5 coisas que os pacientes deveriam saber

5 coisas que os pacientes deveriam saber
Emerson Wolaniuk
jan. 13 - 6 min de leitura
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Quando a saúde de alguém está em cheque, a insegurança é algo que se soma a todo o quadro e o que vemos, muitas vezes, são pacientes extremamente inseguros e questionadores que detêm-se às mais variadas práticas para aliviar a ansiedade frente ao seu próprio futuro. Eles querem exames que não são úteis, ou remédios que não ajudarão em seu caso específico; questionam as condutas do médico e tornam a interação conosco um pouco mais complicada.

Esse é um desafio do dia-a-dia e é intrínseco à nossa profissão, ainda mais nos últimos tempos, em que as pessoas recebem uma enxurrada de informações sem saber muito bem onde e quando aplicá-las.

Dessa forma, a médica e escritora americana Dra. Leana Wen ressalta as cinco coisas que considera serem as mais importantes que todo paciente tivesse em mente na hora de consultar um médico e que ajudariam na nossa rotina diária na profissão.

1. Antibióticos não são úteis para resfriados comuns

Muitos pacientes chegam ao consultório com muito mal-estar, espirrando, tossindo, com dor no corpo, às vezes com febre e indisposição, e não olham muito bem quando prescrevemos um paracetamol ou ibuprofeno, repouso, ingesta de líquidos e boa alimentação. Resfriado e gripe comum são entidades causadas por vírus; antibióticos matam bactérias, não faz sentido algum.

Além disso, essa doença é autolimitada, o que significa que ela vem e vai em seu próprio tempo, e não piorará caso medidas básicas de cuidado da saúde sejam tomadas. Não há necessidade nenhuma de amoxicilina ou azitromicina. As evidências mostram que isso não ajuda, apenas aumenta as chances de desenvolver bactérias resistentes.

2. Uma tomografia provavelmente não terá muita em casos de dor de cabeça

Assim como um resfriado, dores de cabeça são muito desconfortáveis e atrapalham as atividades diárias das pessoas. Porém, a vasta maioria delas - como a cefaleia tensional e a migrânea - são entidades diagnosticadas clinicamente. Não há a necessidade de ver o cérebro ou as outras estruturas intracranianas para se certificar disso.

Tumores e outras doenças mais sérias apresentam-se de maneira diferente, raramente como uma simples dor de cabeça. Com os dados da conversa, um bom médico é capaz de saber a origem do problema e de prescrever a medicação adequada sem qualquer necessidade de uma tomografia.

3. Testes e exames nem sempre são necessários

É comum que pacientes sintam-se mais seguros tendo testes e exames em mãos dizendo o que eles têm ou o que não têm. Porém, todo exame tem 'efeitos colaterais', como radiação nos casos de tomografia e raio-X; uso de contrastes que podem ser tóxicos para o rim, em ressonância magnética; susceptibilidade a infecções e hematomas em uma simples punção venosa; além dos custos que geram ao sistema público ou para o bolso do paciente. Aqueles que pagam planos de saúde querem, muitas vezes, aproveitar os anos pagos à seguradora e ter isso revertido em vários exames realizados no seguimento de uma consulta médica.

Porém, testes mais frequentemente dizem o que você NÃO TEM do que o contrário. E às vezes eles podem, inclusive, atrapalhar o raciocínio médico. Exames têm indicações precisas e o médico sabe quais deles precisa pedir e quais serão inúteis em cada caso.

4. Pode parecer bobagem, mas mudanças no estilo de vida fazem uma enorme diferença na sua saúde

Ao redor do mundo, estudos e mais estudos têm comprovado que a principal maneira de combater doenças cardiovasculares, obesidade, stress, diabetes tipo 2 e uma série de outras doenças é mudar o estilo de vida para adotar um que seja saudável. Fumar, por exemplo, é a principal causa de risco à saúde e pode ser prevenido. É preciso que os pacientes não entendam mal, não estamos dizendo que isso é fácil.

Com toda a certeza, mudar seu estilo de vida - ter uma alimentação mais saudável, exercitar-se, parar de fumar, dormir melhor - vai demandar muito mais energia do que tomar um simples comprimido. Só que é o melhor que você pode fazer por si mesmo e é isso que os médicos precisam fazer as pessoas entenderem para obter sucesso no tratamento, na maioria das vezes.

5. Aspirina é uma das poucas medicações que comprovadamente ajudarão você

Estudos ao longo dos anos e em diversos países comprovam a alta confiabilidade desse bom e velho medicamento. Seu uso pode prevenir AVC e infarto, e algumas análises têm dito que ela pode ser útil inclusive em casos de câncer. O que queremos dizer com isso: muitas vezes o assédio por novas e modernas medicações faz com que o paciente não confie numa simples aspirina. Todo mundo quer a última geração em medicamentos e, por não dar valor a esse simples comprimido, acabam por deixá-lo de lado e nem levando tão a sério essa recomendação do médico.

Acredite: esse é um remédio altamente útil e largamente utilizado. As novas drogas do mercado farmacêutico não têm a metade das evidências da aspirina. (Lembre-se que a aspirina é um medicamento e também tem efeitos colaterais, podendo inclusive ser danosa a algumas pessoas com problemas de estômago, rim ou alergias, por exemplo. Por isso, assim como qualquer outro medicamento, não deve ser tomado sem a recomendação de um profissional.)

Fonte: http://www.kevinmd.com/blog/2012/09/5-patients.html

 

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