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A empatia e a ética médica

A empatia e a ética médica
Fernando Antônio Ramos Schramm Neto
dez. 26 - 3 min de leitura
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O elevado padrão de exigência demandado, bem como a responsabilidade de tratar outro ser humano, tornam a ética desempenhada pelos profissionais da Medicina não limitada a apenas livros de ética médica, pelo contrário, expandida pela compaixão.

Tal qual uma moeda que possui duas faces, embora apresente um valor comum, o médico deve prezar pelo equilíbrio entre a face profissional e a face humana sem, contudo, perder o valor moral empático que assegure uma relação de compaixão saudável para com o enfermo em tratamento.

O doutor canadense William Osler afirma que um bom médico trata a enfermidade enquanto que um grande médico trata o paciente que possui a enfermidade. A compaixão e a empatia por parte do profissional devem se fazer presentes durante todo o procedimento, pois assim ciência e moral estarão sempre do mesmo lado: da humanidade, e o paciente se sentirá acolhido física e mentalmente, contribuindo ainda mais para a cura.

Um exemplo são os inúmeros tratamentos de dores físicas empregados em hospitais europeus, cuja cura se dá não por meio de um processo medicamentoso, e sim moral, estimulado pelos próprios médicos. O conhecimento acerca da natureza e do comportamento humanos se faz de grande importância.

Como profissional, o médico deve se limitar ao aprendizado literário teórico e prático básico de como portar-se durante o procedimento, mas como humano, o aprendizado nunca acaba, pois a experiência ética adquirida ao longo dos processos curativos tende a aumentar, fazendo com que o profissional tenha a necessidade de atuar como um espelho, refletindo as mazelas que assolam o paciente, visando uma autoidentificação e contribuindo para a cura.

Muito embora o senso comum do cotidiano influencie de modo negativo a visão acerca do papel e das responsabilidades enfrentadas pelos médicos, são as escolhas feitas e os relacionamentos empáticos mantidos com os enfermos que de fato constroem a “identidade ética” do profissional.

Parafraseando o médico e pensador clássico Paracelso, a natureza é a mestre da prática médica, bem como dos homens que a exercem, portanto, o estabelecimento de uma ética mútua permeada e zelada pela compaixão deve se fazer presente numa relação saudável entre médico e paciente.

É imprescindível, que instituições que visam à formação de futuros profissionais da Medicina, públicas e privadas, devam incentivar processos de desenvolvimento moral e emocional acerca da compaixão e da empatia que se fazem presentes e formam a ética e a conduta que definirão o homem por trás do profissional.


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