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A ética do comportamento médico

A ética do comportamento médico
Fernando Antônio Ramos Schramm Neto
dez. 10 - 3 min de leitura
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A prática da Medicina é a profissão que mais exige atenção e cuidados durante o seu desempenho. Partindo dessa premissa, os métodos e os procedimentos aplicados pelos profissionais de saúde durante o processo de cura devem ser complemento da missão única da Medicina: salvar vidas.

No entanto, o temor pela perda de tal credibilidade, bem como de consequências danosas à carreira profissional faz com que vários profissionais adotem comportamentos aversos aos princípios da relação médico-paciente, cuja aplicação deveria ser pautada na ética e no respeito.

O filósofo e escritor antigo Thomas Hobbes afirma que o homem é o lobo do homem. Motivações pessoais como o orgulho e a credibilidade de se vestir o jaleco branco, além do temor de processos e perda do lucro financeiro devido a erros médicos ou escolhas mal-sucedidas, faz com que muitos profissionais de saúde suprimam a atitude ética pautada na relação com o paciente e adotem comportamentos que "defendem" seus interesses próprios, gerando consequências, como diagnósticos falsos ou exames desnecessários.

Um exemplo desses comportamentos são solicitações, por parte de médicos, de próteses ou materiais cirúrgicos de marcas específicas apenas pela comissão paga, não pela qualidade. De fato, tais comportamentos fazem com que o médico se torne o seu próprio inimigo.

É evidente, que embora a Medicina tenha evoluído no que diz respeito às tecnologias voltadas ao tratamento de enfermos, a gênese da relação médico-paciente, ou seja, a confiança absoluta, não seguiu o mesmo caminho.

É claro que erros, por parte dos profissionais, acontecem, todavia existem aqueles que agem propositalmente motivados seja por interesses econômicos, seja por medo de "retaliação" profissional, tais profissionais perderam a arte de curar que vai além de um diagnóstico preciso. Um exemplo é a preferência, cada vez mais comum, de enfermos por buscar a cura por intermédio de meios virtuais ou por decisões próprias, abdicando da necessidade de se dirigir a um hospital.

Parafraseando o médico canadense Willian Osler, a Medicina é a arte da incerteza e a ciência da probabilidade. A moral e a ética devem sempre atuar como base principal nas escolhas e nos comportamentos desempenhados pelos médicos, que devem suprimir seus interesses pessoais pelo bem comum.

É imprescindível que instituições de formação de futuros profissionais da Medicina, a exemplo de faculdades públicas e privadas, devam investir na conscientização e na moralização de seus estudantes por meio de palestras e debates de modo a formar médicos respeitosos e éticos para com os seus pacientes.


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