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Aposentadoria: dicas de investimentos para acadêmicos e médicos recém-formados

Aposentadoria: dicas de investimentos para acadêmicos e médicos recém-formados
João Octávio Ambrósio
out. 1 - 9 min de leitura
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A busca por uma aposentadoria digna e segura e por estabilidade econômica é preocupação de grande parte dos médicos, não apenas dos que atuam no sistema público de saúde. Com relação à aposentadoria, muitos profissionais têm buscado planos privados visando à manutenção do padrão de vida do tempo da ativa. Outra opção, não muito rara, é o exercício da profissão mesmo após a aposentadoria.

O que poucos sabem é que, da mesma forma que a medicina está para saúde, a educação financeira está para estabilidade econômica. Sendo assim, consiste em um tema de extrema importância na formação médica e que, infelizmente, não é abordado dentro do currículo formal da profissão.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2005, conceitua educação financeira como:

“o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com  informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro".

Ou seja, consiste em muito mais que um mero planejamento financeiro ou atitude. A educação financeira envolve um conjunto de ações que vão desde a educação permanente e acúmulo de informações até o corte de gastos, investimentos, acúmulo de patrimônios e bem-estar. Tudo isso junto, quando hábito, torna possível a construção de um patrimônio sólido, crescente e saudável.

Quero investir, por onde devo começar ?

1) Faça seu planejamento financeiro.

A partir daí você terá um “diagnóstico” de sua real situação financeira. Isto é, de onde vem e para onde vai seu dinheiro. Aproveite para identificar gastos supérfluos e as oportunidades de economia, assim você terá mais capital para investir.

2) Quite suas dívidas.

É importante negociar as dívidas antes de iniciar qualquer investimento. Dívidas impossibilitam o acúmulo de um patrimônio sólido. Para exemplificar, em 2017, o cheque especial fechou com juros de 295,4% a.a e o cartão de crédito em 321,63% a.a. Se você tem dívidas, comece fazendo o levantamento do valor total e procurando meios de negociação. Há credores que oferecem parcelamentos e outras formas de pagamento.

3) Saiba quais são seus objetivos.

Essa etapa é muito importante para sua motivação. Feito o planejamento financeiro, pense no que você quer realizar com o dinheiro poupado, por exemplo, aposentaria, liberdade financeira, estudar fora do país ou montar sua própria clínica. Selecione 6 objetivos e separe em curto, médio e longo prazo. Estabelecer um período de conclusão para eles contribui com a manutenção do foco no investimento.

4) Conheça os principais investimentos para iniciantes e estude.

Com a decisão de começar a investir, surgem muitas dúvidas sobre qual aplicação escolher. Hoje, a opção mais segura é a renda fixa. Basicamente, consiste em um título de dívida emitido por uma instituição (ex: governo, bancos), que utiliza o dinheiro arrecadado com os investidores para financiar as suas atividades e em troca oferece uma taxa de rentabilidade pré-fixada ou pós-fixada.

Leia mais:Por que os médicos não são investidores?

A primeira categoria consiste em um rendimento fixo, ou seja, você investe e já sabe o quanto vai receber na data do vencimento. Já a taxa pós-fixada é atrelada a um indexador da economia como o CDI, IPCA ou taxa Selic. Portanto, o rendimento é um percentual do indicador.

De forma geral, os investimentos em renda fixa fazem o seu dinheiro sempre crescer com segurança. Além disso, eles são simples para aplicar e exigem acompanhamento mais leve em comparação às ações.

As aplicação da renda fixa são:

  1. Tesouro Direto;
  2. CDB (Certificado de Depósito Bancário);
  3. LC (Letras de Câmbio);
  4. LCI (Letra de Crédito Imobiliária);
  5. LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
  6. CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio);
  7. CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários);
  8. Debêntures;
  9. Fundos de Investimentos de Renda Fixa.

Na escolha dos seus investimentos, o ideal é conhecer sobre eles. Estude cada um. Entenda que, apesar da segurança, algumas aplicações apresentam riscos mais elevados, é caso do CRI/CRA e das debêntures. Por isso, é fundamental que você saiba a sua tolerância diante de cada situação de investimento através da determinação do seu perfil de investidor. (Você pode determinar seu perfil investidor clicando aqui)

E a aposentadoria?

O tesouro direto pode ser uma excelente escolha, especialmente se você tiver muito tempo para investir e não precisar resgatar o valor investido em um curto espaço de tempo. Isso porque, em fundos de previdência privada, você pode perder rentabilidade ao pagar altas taxas de administração e de carregamento para um gestor tomar decisões por você. Já no Tesouro Direto, os custos para investir são bem baixos e, mesmo descontando Imposto de Renda no resgate, o retorno é tradicionalmente maior.

Segundo consultores financeiros, essa forma de investimento é mais segura quando comparada aos demais, pois a chance de o governo dar calote é muito pequena, mesmo em momentos de economia conturbada.

Aplicar no Tesouro Direto é simples. O investidor deve abrir uma conta em uma corretora, a partir daí consegue gerenciar seus investimentos sozinho pelo site. Por isso, é preciso estar disposto a entender como os títulos públicos funcionam. Para fazer as aplicações, o investidor também deve pagar uma taxa de custódia do título, de 0,3% ao ano. Algumas corretoras também cobram uma taxa de administração de até 2% ao ano, enquanto outras não cobram nada.

    No site do Tesouro Direto, é possível identificar uma lista com os diferentes títulos públicos disponíveis e com suas respectivas formas de remuneração. Os títulos indexados ao IPCA, chamados de “Tesouro IPCA+”, são muito bons para investir para a aposentadoria.

    Para exemplificar, esses títulos rendem uma taxa fixa, definida no momento da compra do título, mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Ou seja, investindo em um papel com retorno de IPCA + 5,0%, você terá um rendimento fixo de 5,0% mais o comportamento do IPCA, que está sujeito a oscilações.

    Uma de suas vantagens é que ele protege o seu dinheiro da inflação, garantindo que você poderá comprar as mesmas coisas independentemente do aumento generalizado dos preços nesse longo período.

    Por se tratar de planos para aposentadoria, quanto mais distante for o prazo de vencimento do título, melhor. Vale lembrar que, quando o título chegar ao vencimento, o investidor ainda pode reinvestir o dinheiro em novos títulos.

    Alguns dos títulos indexados à inflação pagam juros semestralmente, e não somente na data de vencimento. Entretanto, nesse caso, há cada 6 meses acontece o desconto de Imposto de Renda. Por isso, pode ser mais válido comprar um título com juros semestrais se você já estiver se aposentando e realmente precisar da renda a cada seis meses.

    Os títulos públicos sofrem tributação de Imposto de Renda quando o investidor resgata o dinheiro. Essa tributação varia entre 22,5%, com resgate em menos de um ano, e 15%, com resgate acima de dois anos.

    Afinal, quanto investir ?

    Se seu objetivo já é planejar a aposentadoria, você pode agendar compras periódicas de Títulos do Tesouro, uma vez por mês, por exemplo. Mas como saber qual o melhor valor para investir?

    No site do Tesouro Direto, há uma calculadora que estima a rentabilidade dos títulos de acordo com o valor que o investidor tem planejando para investimento.

    Calculadora de rentabilidade

    Para aqueles que são jovens, vale a pena lembrar que o importante é começar a investir qualquer valor possível o quanto antes e manter uma regularidade. No início, é interessante reservar 10% da renda para a aposentadoria, esse valor pode ser maior ou menor, respeitando a possibilidade de cada um. Com o passar dos anos e o estabelecimento de um padrão de vida, é interessante refazer as contas com a ajuda de um consultor financeiro para saber quanto será preciso investir para manutenção desse padrão.

    As melhores dicas de investimento precisam estar dentro de uma lógica de equilíbrio simples: POUPAR - GANHAR - INVESTIR

    Um desequilíbrio em qualquer um destes 3 pilares coloca os investimentos em risco. Para não comprometer essa lógica, uma das melhores dicas é compreender o seu ciclo financeiro atual.

    Você está na fase de acumular, rentabilizar ou proteger capital?

    Essa resposta depende de algumas variáveis, como: quanto patrimônio você possui, qual a sua idade e qual o seu objetivo. Se você é acadêmico, jovem ou médico recém-formado, ainda não possui patrimônio e já se preocupa com a aposentadoria, significa que você precisa acumular. Nessa fase, o melhor a fazer é começar a investir em alternativas mais acessíveis, como os títulos do Tesouro Direto e os Fundos de Investimentos.

    Continue sempre a estudar e a investir!

    Você também tem dicas de investimentos que podem ser úteis para os profissionais da área da saúde? Conta para gente!

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