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Carnaval 2022. Fiocruz e UFRJ elaboram relatório para garantir segurança no evento

Carnaval 2022. Fiocruz e UFRJ elaboram relatório para garantir segurança no evento
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out. 15 - 4 min de leitura
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A Comissão Especial de Carnaval da Câmara dos Vereadores solicitou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de janeiro elaborassem uma série de recomendações para a realização do carnaval do Rio 2022 para este que seja realizado de forma segura.

O documento foi enviado ao Comitê Especial de Enfrentamento à COVID-19 (CEEC), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio e considera indicadores utilizados por organismos internacionais para atividades de potenciais riscos de aglomerações. A taxa de vacinação deve ser de pelo menos 80% da população, com as duas doses ou dose única. Também exige protocolos rígidos da prefeitura e constantes ações de monitoramento e vigilância das autoridades sanitárias.

Assinado pelos pesquisadores Hermano Castro, pneumologista e ex-diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, e Roberto Medronho, professor titular de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o relatório apresenta as seguintes propostas.

1. Atendimento na rede municipal de saúde: média móvel semanal menor que 110 casos de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave (1,63 casos por 100.000 habitantes).

2. Tempo de espera e quantidade de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na fila para internação no município: fila de espera de três pessoas por dia, com um tempo de espera que não deve ultrapassar de uma hora.

3. Porcentagem de testes diagnósticos positivos no município: testes positivos (RT-PCR ou Ag) durante os últimos sete dias menor do que 5%.

4. Taxa de contágio da cidade do Rio de Janeiro: valor de R < 1 (ideal 0,5) por um período de pelo menos sete dias;

5. Taxa de vacinação no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro e no Município do Rio de Janeiro: imunidade coletiva acima de 80% da população total.

“Recomendamos a taxa de vacinação acima de 80%, levando em consideração a variante Delta, cuja transmissão pode afetar até 10 pessoas. Essa é uma fórmula de imunidade que a epidemiologia usa, e trata-se de uma porcentagem mais conservadora. Atualmente, o único indicador que ainda não alcançamos foi o da vacinação, mas são valores totalmente possíveis de atingirmos, desde que não haja a interrupção da vacina”, afirmou o pesquisador.

Os protocolos assinalados pelo documento incluem a exigência de passaporte vacinal para ambientes fechados e hospedagem, controle de fronteiras aéreas e terrestres, exigindo também a vacina, a garantia de ambientes seguros para os trabalhadores nos barrações das escolas de samba, fornecendo testagem, distanciamento físico e higienização das mãos. Também destaca o uso de mecanismos públicos para o monitoramento da situação da pandemia 100 dias antes e 30 dias após o evento, de modo a ter conhecimentos do impacto que o carnaval pode causar.

Apesar das recomendações, a nota técnica incentiva a sociedade a discutir sobre o risco que a sociedade deseja assumir ao realizar o evento

“Essa discussão transcende em muito os dados quantitativos oferecidos pelos indicadores. Ela é essencialmente ética.”, advertem os autores. Hermano Castro completa. “O carnaval é uma festa popular com aglomeração, tem a característica de misturar as classes sociais e pode, sim, ser um grande evento teste. Estamos discutindo os benefícios e os riscos que a sociedade pode – e deseja correr. A semana do carnaval traz impactos para a cidade nas áreas da saúde pública, da segurança pública, da economia e, em tempos de pandemia, devemos reforçar a vigilância em todos os setores”, recomendou.

Os pesquisadores reforçam que é necessário ter em mente as incertezas relacionadas ao surgimento das variantes, uma vez que a vacinação não ocorre de forma homogênea no mundo.

“Também estamos atentos à possibilidade do surgimento de variantes de preocupação, ou seja, que podem modificar o curso da epidemiologia da doença (aumento de transmissão ou aumento da mortalidade e casos graves). Isso também será uma incerteza até lá. É preciso acompanhar as festas de fim de ano e os índices nas primeiras semanas de janeiro de 2022. Os riscos e benefícios da decisão da realização do carnaval devem ser assumidos por todos”.

 

Será que já é o momento de fazer festa? Deixe sua opinião abaixo. 

 

Referências

Fiocruz e UFRJ divulgam recomendações para a realização do carnaval 2022. Acesso em 

https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-e-ufrj-divulgam-recomendacoes-para-realizacao-do-carnaval-2022


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