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Cirurgia e gravidez: quase metade das cirurgiãs experimentam complicações durante a gravidez

Cirurgia e gravidez: quase metade das cirurgiãs experimentam complicações durante a gravidez
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set. 15 - 3 min de leitura
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O perfil de residentes de cirurgia até o ano de 2018 demonstra que as mulheres estão cada vez mais presentes nessa especialidade, e já correspondem a 38% do total de cirurgiões. No entanto, políticas hospitalares as obrigam a enfrentar desafios bem conhecidos relacionados à maternidade, tais como horários de trabalho não ajustáveis, opções de licença maternidade breves e pouco apoio de creches. É por esse motivo que muitas cirurgiãs optam por adiar a gravidez até depois dos 35 anos de idade, um dos muitos fatores de risco para complicações que essas mulheres apresentam.

Pesquisadores do Brigham and Women 's Hospital perguntaram a 1.175 cirurgiãs e residentes de todos os Estados Unidos sobre suas experiências de gravidez. Eles descobriram que 48% das 1.175 cirurgiãs e residentes de cirurgia norte-americanas experimentaram complicações graves na gravidez, principalmente, aquelas que operaram 12 ou mais horas por semana durante o último trimestre da gravidez.

"A maneira como as cirurgiãs estão tendo filhos hoje as torna inerentemente um grupo de gravidez de alto risco", disse a autora correspondente, Erika L. Rangel, MD, MS, da Divisão de Cirurgia Geral e Gastrointestinal. “Além das longas horas de trabalho, dar à luz após os 35 anos e o uso de tecnologias de reprodução assistida são fatores de risco para complicações graves na gravidez, incluindo parto prematuro e condições relacionadas à disfunção placentária".

De acordo com a pesquisa, 57% das cirurgiãs trabalhavam mais de 60 horas por semana durante a gravidez e mais de um terço (37 %) atendia mais de seis ligações durante a noite. Esses e outros fatores de risco determinam que as cirurgiãs têm 1,7 mais chances do que as médicas de especialidades não cirúrgicas de sofrer complicações graves na gravidez, sendo relatado com maior frequência distúrbios musculoesqueléticos, cesariana não eletiva e depressão pós-parto.

"Os dados que acumulamos são úteis porque ajudam as instituições a entender a necessidade de investir em uma campanha de cima para baixo para apoiar cirurgiãs grávidas e mudar a cultura em torno da gravidez", disse Rangel. "Precisamos começar com mudanças nas políticas no nível dos programas de residência, para tornar mais fácil e mais aceitável para as mulheres terem filhos quando é mais saudável, ao mesmo tempo mudando as políticas dentro dos departamentos cirúrgicos. É um breve período de tempo que uma mulher fica grávida, mas apoiá-las é um investimento em um cirurgião que continuará a exercer a profissão por mais 25 ou 30 anos”.

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Referências

Erika L. Rangel, et al. Incidence of Infertility and Pregnancy Complications in US Female Surgeons. JAMA Surgery, 2021; DOI: 10.1001/jamasurg.2021.330

Brigham and Women's Hospital. "Nearly half of surveyed female surgeons experienced major pregnancy complications”. ScienceDaily. ScienceDaily, 28 July 2021. <www.sciencedaily.com/releases/2021/07/210728111258.htm>.

Conteúdo elaborado por Diego Arthur Castro Cabral e Fernanda Myllena Sousa Campos


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