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Lições da Pandemia

Lições da Pandemia
Patrícia Araújo Freire
jun. 17 - 3 min de leitura
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A pandemia nos mostrou como a sociedade humana é frágil; como nossos arranjos sociais e econômicos são vulneráveis. Ela deixará vários ensinamentos. Algumas lições só vamos entender totalmente depois que tudo passar e as pessoas ficarem menos irracionais pelo medo. Mas já temos algumas conclusões: é possível estar mais preparado para o impensável, para os cisnes negros, como diz Nassin Taleb.

 A Importância do planejamento financeiro, de ter uma reserva para emergências, ficou evidente.  Verdade que para alguns pequenos empreendedores não há planejamento que aguente 3 meses sem faturar... mas para quem não foi tão mortalmente ferido, uma boa reserva pode ajudar a manter de pé sua empresa ou aguentar a perda de sua fonte de renda com mais tranquilidade em momentos como esse.

Além disso, ser adaptável, ter um plano B, foi fundamental. Tanto do ponto de vista financeiro como de saúde mental. Adaptar-se à mudança no trabalho, ao isolamento, à saudade. Usar a tecnologia para manter seu negócio, para conectar-se com seus entes queridos que, por um tempo não vai poder abraçar... para estudar online... Fazer o melhor possível nessa nova rotina, sem se deixar levar pelo medo.

E um último alerta, este fundamental para, literalmente, sobreviver à crise: a importância de tratar seu corpo como o que ele é, seu maior tesouro. Do mesmo jeito que um reserva financeira ajuda, uma “reserva de saúde” também pode ser salvadora.

Nos jovens, o maior fator de risco para COVID-19 grave foram as doenças crônicas não  transmissíveis (DCNT).  As DCNT como obesidade, hipertensão e diabetes são doenças que estão ajudando a COVID-19 a levar muitas vidas que poderiam não ter sido perdidas.

O sedentarismo é o quarto maior fator de risco para mortalidade global e nessa crise sanitária tem sido determinante já que, junto com dieta inadequada, é responsável por maiores níveis de obesidade, síndrome metabólica e afeta negativamente a saúde mental e o sono.

Não sei se essas lições vão ficar, se as pessoas vão entender a importância dessas reservas (de saúde e financeira), mas deveriam. Quanta dor teria sido evitada? Curiosa e tristemente, médicos não são famosos por hábitos de vida saudáveis, muito menos por boa gestão de seu patrimônio.

Quantos colegas estão em aperto por diminuição de volume no consultório e pior, quantos de nós não perderam colegas jovens por casos graves da doença devido à obesidade?

E você? Como estavam suas reservas? Você estava preparado?


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