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Que exame não pedir para seu paciente

Que exame não pedir para seu paciente
Fernando Carbonieri
mar. 15 - 4 min de leitura
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Não contesto que a medicina seja útil a alguns homens, mas digo que ela é funesta ao gênero humano. Jean Jacques Rousseau

Na busca para o melhor tratamento do indivíduo, sempre que procuramos um guideline, estamos a procura do próximo passo em nossa conduta diagnóstica ou terapêutica. Porém são poucas as vezes que nos perguntamos quando não devemos fazer um teste ou tomar uma conduta frente a um possível quadro de sinais e sintomas.

Na faculdade aprendemos a repetir os exames que nossos professores ou residentes tomam. Há um erro nessa repetição. Apostar em uma conduta pessoal possui nível de evidencia "D". Ou seja, um dos piores níveis de evidência de todos.

Para evitar o desperdício de dinheiro proveniente do pedido incessante de exames que não auxiliam no diagnóstico foi feito um estudo nos EUA que, a partir das 26 sociedades das diversas especialidades que participaram, demonstrou o que devemos e o que não devemos fazer frente os principais agravos relativos àquela área da medicina.

O resultado foi o Choosing Wisely, uma iniciativa que visa empoderar pacientes para discutir com seus médicos sobre aquilo que é melhor pra ele.

O Choosing Wisely foca em promover conversações entre médicos e pacientes com o intuito de ajudar pacientes a escolher condutas que são:

  • Reconhecidas como evidência
  • Não duplicam resultados de outros testes ou procedimentos que eles já receberam
  • Sem nocividade
  • Realmente necessárias

Para vencer esse desafio, as organizações representativas das especialidades médicas Norte Americanas foram questionadas para escolherem com sabedoria. Fizeram isso ao identificar os 5 testes diagnósticos que normalmente são usados em suas áreas que precisavam ter a necessidade questionada e discutida. O resultado foi uma lista das "5 questões que os pacientes devem perguntar". Essa lista põe em cheque a necessidade, ou a falta dela, para os mais frequentes pedidos de exame ou tratamentos.

Esse conceito foi concebido originalmente pela National Physicians Alyance (EUA), que, através da Fundação ABIM "Putting the Charter into Practice grant" que criou 3 listas dos três passos que médicos da medicina interna, medicina de família e pediatria, poderiam tomar em sua prática para promover um uso mais efetivo dos recursos para o cuidado à saúde. Essas listas foram publicadas no Archives of Internal Medicine.

Reconhecendo que pacientes precisam de maior informação sobre que tipo de cuidado eles realmente precisam para ter uma melhor relação médico-paciente.

O arquivo completo pode ser baixado AQUI

Lista dos 5 questionamentos que os pacientes devem fazer de acordo com as sociedades americanas:

Vale lembrar que essas listas foram produzidas por sociedades americanas, que não tem jurisdição no Brasil. São, portanto, instrumentos de orientação e não de conduta absoluta.

Gostou dessa publicação? Comente abaixo e compartilhe com seus outros colegas médicos. Uma iniciativa como essa deve ser de conhecimentos de todos da classe médica.

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