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Soluções de umbigo não funcionam

Soluções de umbigo não funcionam
Carlos Eduardo Bernini Kapins
dez. 6 - 3 min de leitura
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Quem nunca parou durante um instante, enquanto estava no chuveiro, ou dirigindo, ou sem fazer nada, e como em um passe de mágica: EUREKA! Achei a resposta para solucionar aquele problema da melhor forma possível.

Pois bem, a maioria das soluções apresentadas no palco de inovação possuem essa história. E, depois de uma grande jornada aprendendo, de fato, como a inovação transforma-se em um negócio sustentável e escalável, entendi que você deve abdicar dessa solução, a qual costumo chamar de "solução de umbigo".

Mas, por que você deve abandonar um solução de umbigo no mesmo momento em que a imagina?

Seres humanos possuem uma visão narcisista do mundo. Alguns mais, outros menos, mas todos temos. E isso nos faz ter orgulho das coisas que fazemos. Para piorar, quando criamos esse tipo solução, ela normalmente se baseia na nossa própria história de vida e em nosso projeto de como o mundo deveria ser.

Vou fazer uma provocação agora: por que, ao ler um livro antes de ver sua adaptação no cinema, você acaba odiando o filme; mas se você ler depois de ter assistido, você gosta ainda mais?

Quando lemos o livro, criamos as nossas projeções, mas quando o diretor nos mostra a adaptação, normalmente não tem nada a ver com a nossa visão. “Ele esqueceu daquele detalhe importante!”, “Acho que outra atriz  mais parecida com a protagonista deveria ter sido escalada!”. Quem nunca disse isso alguma vez após sair do cinema?

Espero que com esse exemplo você entenda o que eu quero dizer.

Agora… o que devemos fazer depois da visão (insight)?

Ao ter um insight, não se preocupe em parar logo para pensar na solução. A primeira coisa a ser analisada é: há mais pessoas com este mesmo problema? E se elas existem, quem são as que mais sofrem isso?

Você acabou de entender como funciona o início da jornada inovadora: compreender as pessoas que mais sofrem com o problema que foi revelado no insight, tentar reunir suas principais características e defini-las em uma única entidade. Alguns chamam essa entidade de avatar, outros personas. O nome não importa. É com a visão representativa dessa pessoa que você vai desenvolver a solução do problema – não com a sua.

Pode até ocorrer que você esteja parcialmente certo com sua "solução de umbigo", mas, após entender melhor as pessoas que mais sofrem esses problemas, tenha certeza que você a tornará mais refinada a ponto de realmente resolver um problema pertinente da sociedade, e não somente o seu.

 

 


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