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Troca de plantão 08/03/2021

Troca de plantão 08/03/2021
Academia Médica
mar. 22 - 10 min de leitura
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Programa no Clubhouse chega a sua edição número 8 e já é referência para quem trabalha com saúde.

Com o intuito de levar informação relevante aos médicos, profissionais de saúde e gestores que trabalham com ciências médicas no Brasil e no mundo, criamos o "Troca de plantão da Academia Médica", que acontece de Segunda a Sexta às 06h30 da manhã no Clubhouse.  

Comandado por Fernando Carbonieri, médico e fundador da Academia Médica, o Troca de Plantão nº8 contou com os colegas Carlos Bernini Kapins, Filipe Prohaska, Alexander Buarque, Marilea Assis, entre outros que também compartilharam conhecimento com a comunidade. Com audiência crescente, o Troca de Plantão da Academia Médica traz as principais publicações científicas do cenário mundial, discutidas por profissionais de ponta.

O Troca de Plantão acontece no Grupo da Academia Médica, dentro do clubhouse e pode ser acessado com esse LINK ou pela URL 

https://www.joinclubhouse.com/join/Academia_Médica/wuSNlvyp

***Não se esqueça de seguir @fernandocarbonieri no Clubhouse e ativar o 🔔 para ser lembrado todas as vezes que o Troca de Plantão for iniciado. 

O Troca de Plantão nº8 começou com uma saudação e reflexão sobre o Dia Internacional das Mulheres, com importante fala da Dra. Marilea sobre habilidades de gestão, autonomia e posições de liderança. 

Soro anticovid do Instituto Butantan

Está sendo feito a partir da aplicação do vírus SARS-CoV inativado, em laboratório, em cavalos. De acordo com o infectologista Filipe Prohaska, a diferença entre o soro e a vacina seria que, no caso do soro antiCovid, é oferecido ao paciente um anticorpo pronto, capaz de reconhecer o vírus e bloquear seus efeitos e propagação nas células. Já a vacina é profilática, ou seja, quando injetada, o sistema imunológico é o responsável por gerar o anticorpo, assim, em caso de contato com o vírus, o corpo consegue se defender.

Além disso, o infectologista também atentou para um possível aumento do número de alergias, devido às toxinas, bem como explicou o porquê de o plasma convalescente (imunoglobulinas hiperimunes das pessoas recuperadas da COVID-19) ser limitante, haja vista os problemas em herdar os anticorpos,  além de não garantir todas as variantes do vírus. No momento, três mil frascos de soro estão prontos para o início imediato dos testes em seres humanos. Caso o soro demonstre resultados positivos, a terapia poderá ser usada para tratar pacientes que já estejam infectados e apresentem sintomas da COVID-19. Para saber mais, clique aqui. 

Fofocas do Dia. Nesta sessão a gente sempre pergunta o que tem de novo para os nossos participantes. Filipe Prohasca, na ocasião comentou sobre a sua maratona ouvindo o Literatura Viral, do Áureo Lustosa Guérios, cujo primeiro episódio compartilho a seguir:

Novas informações sobre colchicina, ivermectina e azitromicina (Recovery, Jama e Lancet)

A conversa se iniciou com as colocações de Carlos Benini, Fernando Carbonieri e Filipe Prohaska, ressaltando o "charlatanismo revigorado", termo utilizado durante a discussão, que está em vigor durante este contexto, ao promover a cura por meio de algo que não tem efeito algum, por pessoas envolvidas em uma falsa promessa de tratamento precoce ineficiente, visto a forte sedução pela internet e utilização de manipulações comportamentais e fórmula de lançamento, que costuma funcionar devido uma sequência lógica de gatilhos.

Também foi discutido o papel do médico e o treinamento e condicionamento automático a tomar ações e aversão aos riscos de perda, e, com isso, há um misto entre pessoas suscetíveis e que buscam o xamanismo e curas miraculosas como salvações, e médicos ingênuos, desatualizados ou que são imersos no viés da ação, haja vista a cultura prevalente no país de que um bom médico é aquele que pede exames e receita medicações. O viés da ação, conceito bastante diluído na discussão, é ilustrado, por exemplo, em situações de pacientes terminais e cuidados paliativos, em que não há mais nada de técnico a se fazer, e que pode, inclusive, gerar um sentimento de impotência médica. 

Marilea Assis atentou, ainda, para o estado emocional das pessoas leigas e o fato de os colegas médicos cederem em detrimento da ciência, e como gestora em saúde, alegou:

"Desde o início da pandemia, sempre busquei analisar, estudar, debater e dar um suporte para os colegas sobre o que tinha de mais atual na literatura, além de discutir os casos. Acredito que falta, do ponto de vista de gestão estratégica, esse olhar. Uma lição da pandemia é a de sempre fazer estratégias."

Com isso, o "deterioramento da inteligência", termo utilizado por Fernando, deu espaço ao debate acerca do negacionismo e ceticismo em relação ao uso da máscara, distanciamento social e dados epidemiológicos. 

Bruno, advogado e jornalista de Belo Horizonte, entrou na discussão e fez o seguinte questionamento: "Ouvi falar que não existe consenso em relação ao uso da máscara e se isso faz com que o vírus não se replique. O que vocês acham disso?"

Fernando destacou que Israel tem os melhores dados quanto ao distanciamento social e uso de máscaras (veja mais aqui), que derrubam o índice de infecção e de mortes, e que no Brasil, isso nunca foi feito de forma eficiente. Além disso, alegou:

"O Brasil é um país que odeia ordem,  por mais que ela esteja escrita na nossa bandeira. Países latino-americanos, em geral, tendem a ser assim." 

No mais, Alexander Buarque atenta que o objetivo principal da utilização da máscara não é proteger a si mesmo, mas sim o outro. Portanto, o individualismo e egoísmo são fatores que predispõem a resistência ao seu uso. 

Filipe, que trabalhou na linha de frente em alguns surtos, como o de H1N1 e agora, no COVID-19, alegou:

"A COVID-19 é cruel, as vezes em nada ele tem tudo. É uma roleta-russa com 20 balas no tambor. Sempre que a pessoa não usa máscara ou não respeita o distanciamento social, ela coloca essa arma na cabeça. Eu nunca vi uma doença ser tão cruel. Tão ineficaz a uma série de tratamentos. Com tanto requinte de crueldade."

Além disso, foi pontuado, durante a discussão, a exposição do vírus entre pessoas de periferia, que muitas das vezes moram em casas pequenas e com grande quantidade de pessoas, o que induz a aglomeração e uma possível disseminação da doença, bem como as dificuldades no transporte público, que também ilustram essa questão. 

Também foi pontuada a notícia da jovem que tratou COVID-19 com ivermectina, desenvolveu hepatite medicamentosa e agora está em avaliação quanto à necessidade de transplante de fígado. Leia mais aqui.

Por fim, foi levantado o questionamento sobre os atrasos na vacinação, desobediência civil quanto ao toque de recolher e uso de máscaras, e como isso poderia corroborar em novas variantes do vírus e deixar mais ainda o Brasil na periferia mundial.

Filipe alegou:

"O Brasil está criando uma tempestade perfeita. Temos características próprias para as novas variantes do vírus, e devemos ser, provavelmente, um grande celeiro delas. Possivelmente vamos ser mais marginalizados."

Sobre isso, leia mais aqui sobre os efeitos das variantes do vírus nas vacinas contra COVID-19, em artigo da World Health Organization.

Sobre os artigos citados, você pode encontrar as referências:

  • Estudo RECOVERY sobre a Colchicina AQUI
  • Estudo do JAMA sobre Ivermectina AQUI
  • Estudo do Lancet sobre Azitromicina AQUI
  • Estudo da Revisão sistemática da Cochrane sobre Cloroquina e Hidroxicloroquina AQUI

Outras pautas que foram previamente separadas para hoje, mas que não foram debatidas hoje, ou seja, ficarão para o Troca de Plantão #09, #10, #11,..., são:

Um guia para enfermeiros que atuam na linha de frente contra a COVID-19, do American Journal of Nursing. Leia, na íntegra, aqui. 

Um guia para apresentações perplexas: doenças fabricadas ou induzidas  em crianças, do Royal College of Paediatrics and Child Health.

Constitui-se em uma forma rara de abuso infantil que acontece quando o pai, a mãe ou cuidador deliberadamente causa sintomas inexistentes em crianças.

Leia, na íntegra, aqui

Dica da acadêmica de medicina, geek, que não perde nenhum detalhe do mundo Marvel ou dos seriados sobre medicina, Bárbara Figueiredo: Síndrome de Manchausen por Procuração: é um tipo de abuso infantil, em que um dos pais, geralmente a mãe, simula sinais e sintomas na criança, com a intenção de chamar atenção pra si. Como consequência, a vítima é submetida a repetidas internações e exposição a exames e tratamentos potencialmente perigosos e desnecessários, gerando sequelas psicológicas e físicas, podendo levar a morte. Um filme, disponível na Netflix, que ilustra esse tipo de abuso, se chama: "The Act". 

Se você for psiquiatra ou pediatra que trabalha com crianças vítimas de abuso, adoraríamos a sua participação nesse tópico!

Abordagem de One Health em estudos de resistência antimicrobiana

Leia, na íntegra, aqui. 

Recomendações clínicas sobre risco cardiovascular em pacientes com doenças autoimunes

Leia, na íntegra, aqui. 

Utilização de prótese biológica para correção de lesões abdominais complicadas em traumas abdominais

Leia, na íntegra, aqui.

Se você for cirurgião do aparelho digestivo ou do trauma, adoraríamos a sua participação nesse tópico!

O que você achou desse episódio? Ajude-nos a fazer melhor. Pule pra dentro da conversa e compartilhe conhecimento conosco!

Se você esteve conosco ao vivo, por favor deixe os seus comentários abaixo!

 

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