Tomar notas durante as aulas ou não tomar...eis a questão
O professor lá na frente falando e os alunos correndo atrás, anotando. Décadas e décadas depois de eu ter me formado médico, esta cena não mudou muito. Mesmo com laptops e tablets à disposição, muita gente ainda prefere anotar à mão... mas estão errados?
Num estudo recente e bem interessante (http://www.edudemic.com/digital-classroom-note-taking/), foi analisado o que ficava retido após uma aula, com e sem anotação à mão. A partir dele, ficou evidente e indiscutível a vantagem de se tomar notas, embora ainda só 65.5% o façam.
Será que quem não anota nada e se fia apenas no que escuta, não mudaria de atitude caso soubesse que apenas 10% ficará retido na memória? E será que quem anota, realmente sabe fazê-lo? Usa algum método específico?
Até onde eu sei, em lugar nenhum se ensina como fazer anotações em aula, isto geralmente é considerado como uma questão de “estilo” ou “gosto pessoal”.
Quem aí não tem uma colega que pinta o caderno com cinco cores diferentes? Ou um outro cujo caderno é um emaranhado de garranchos incompreensíveis, até mesmo para ele? E imagina se algum curso de medicina vai “perder tempo” ensinando alguma coisa relacionada à isso...
A verdade é que chegamos à universidade anotando nossas aulas quase como fazíamos no pré-vestibular e vamos nos adaptando sem que ninguém nos diga como nem porque.
O infográfico que acompanha o artigo (coisa de americano) traz algumas dicas e características dos principais métodos de anotação. Muita gente que está lendo este post vai tomar conhecimento destes métodos pela primeira vez em muitos anos...e, quem sabe, pode até mudar, pra melhor, a forma de tomar notas em aula.
Mas é preciso considerar também que a maneira como nossos professores estão (ainda) nos ensinando, talvez tenha muita relação com a forma como vamos anotar a aula. Você já havia pensado nisso?
Pense num professor que praticamente só fale e quase esquema nenhum apresente. Ou então um professor que usa o Prezzi comparado com outro que só usa o PowerPoint. Será que você fará o mesmo tipo de anotação nas duas aulas? Claro que não.
Mesmo que não perceba, suas anotações deverão ser diferentes. A habilidade de muitos professores em lidar com alguns recursos tecnológicos em aula é uma outra história. São coisas que acabam interferindo com a forma e a velocidade com que você faz anotações em aula. Falando em velocidade, dá só uma olhada nestes dados que estão no infográfico:
- escrevemos 0.3-0.4 palavras por segundo,
- conseguimos digitar 1.5 palavras no mesmo período, enquanto o professor fala, em média, duas a três palavras por segundo. Ufa!
Talvez por isso mesmo muita gente ande preferindo mesclar as duas formas de tomar notas: à mão e com algum dispositivo. Alguns aplicativos para tablets, por exemplo, já conseguem essa façanha, fazendo a gravação de uma nota de áudio com a possibilidade também de digitar e/ou fazer anotações à mão na tela sensível, algo que pode dar num resultado bem bacana.
Confira, por exemplo, o aplicativo Notability, um dos melhores e mais completos no gênero.
- Considere também o Evernote que, embora não possibilite o handwriting, permite notas de áudio conjugadas com digitação e fotos.
Mas se for escrever na tela, pesquise bem antes a caneta (stylus, em inglês) que vai comprar. Não adianta economizar. Algumas simplesmente são muito ruins. Escrever na tela com uma stylus (ou até mesmo com a ponta do dedo) pode não ser exatamente a mesma coisa que escrever à mão com uma caneta. Mas, com uma boa tela sensível ao toque, treino, um bom aplicativo e uma boa caneta você pode obter resultados surpreendentes.
Veja neste link uma extensa resenha sobre várias marcas ( http://www.imedicalapps.com/2011/02/ipad-stylus-review-best-handwriting-touch-screen/?ref=top_carousel) e neste outro um dos modelos mais bem desenvolvidos no mercado (http://handstylus.com).