{"status":200,"response":{"result":"PUBLIC_ARTICLES_RETRIEVED","data":{"count":7,"content":[{"id":"653bf1c1c6fb9b166fc6e175","updated":"2023-10-27T18:59:10.136Z","created":"2023-10-27T17:22:09.923Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":true,"scheduled_date":null,"rejection_reason":null,"created_on":"2023-10-27T17:22:09.353Z","updated_on":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2023-10-27T17:22:09.955Z","likes_count":0,"comments_count":0,"bookmarks_count":0,"shares_count":6,"score":"2023-10-27T17:22:09.955Z","sharing_title":"Características físicas em bebês ligadas ao uso de fentanil na gravidez são investigadas","sharing_description":"Fentanil durante a gravidez pode estar ligado a nova síndrome, evidenciando necessidade de pesquisa e conscientização sobre riscos aos recens nascidos","sharing_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/f/images/9217577317d780815a6124240f3c8ec7448418c4.png","tag_ids":["653bf8f63e99fa0fd0d88d87","6388a34925373a001942ce0d","5e45cec95057dd284c10229a","593f538511eebc073efd4cb8","59c9b434b9416809e69c741b"],"author_user_id":"593f4e8f11eebc073efd4a19","moderator_user_id":null,"original_author_user_id":"593f4e8f11eebc073efd4a19","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":2,"created_on":"2023-10-27T17:22:09.354Z","updated_on":null,"tags":[{"id":"593f538511eebc073efd4cb8","title":"gravidez","slug":"gravidez","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"59c9b434b9416809e69c741b","title":"Sindrome","slug":"sindrome","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5e45cec95057dd284c10229a","title":"ginecologia e obstetricia","slug":"ginecologia-e-obstetricia","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"6388a34925373a001942ce0d","updated":"2022-12-01T12:51:21.386Z","created":"2022-12-01T12:51:21.386Z","title":"fentanil","slug":"fentanil","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"653bf8f63e99fa0fd0d88d87","updated":"2023-10-27T17:52:54.061Z","created":"2023-10-27T17:52:54.061Z","title":"anormalidades","slug":"anormalidades","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"}]},"content":{"title":"Características físicas em bebês ligadas ao uso de fentanil na gravidez são investigadas","slug":"pesquisa-destaca-tracos-fisicos-em-bebes-de-maes-que-consumiram-fentanil","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/9217577317d780815a6124240f3c8ec7448418c4.png","headline":"Uma pesquisa apresentada em MedicalXpress, publicada na revista Genetics in Medicine Open em 27 de setembro de 2023, levantou preocupações sobre o impacto do uso de fentanil durante a gravidez. Um","preview_content":"
Uma pesquisa apresentada em MedicalXpress, publicada na revista Genetics in Medicine Open em 27 de setembro de 2023, levantou preocupações sobre o impacto do uso de fentanil durante a gravidez . Um","main_content":"
Uma pesquisa apresentada em MedicalXpress, publicada na revista Genetics in Medicine Open em 27 de setembro de 2023, levantou preocupações sobre o impacto do uso de fentanil durante a gravidez. Um potente opioide usado principalmente para o tratamento da dor intensa ou em combinação com outros medicametos para anestesia.\n\n
No verão de 2022, profissionais do Nemours Children's Hospital em Delaware, incluindo a geneticista Karen W. Gripp, MD, notaram uma série de anormalidades faciais e musculoesqueléticas em bebês nascidos de mães que consumiram fentanil durante a gestação, sugerindo a emergência de uma possível nova síndrome.
📍 Observações Preliminares:
Gripp e sua equipe, após observarem vários recém-nascidos encaminhados por unidades de terapia intensiva neonatal ou levados ao hospital por dificuldades alimentares, identificaram características faciais semelhantes e múltiplas anormalidades físicas entre eles. As características comuns incluíam cabeças pequenas, baixa estatura, feições faciais distintas, fenda palatina, pés com formato \"rocker bottom\", \n\nfrequentemente descritos como \"pés em forma de balanço\", órgãos genitais malformados, polegares curtos e largos, uma única linha palmar e dedos dos pés fundidos.
📍 Investigação Detalhada:
Para investigar mais a fundo, a equipe de Gripp incluiu seis pacientes do \n\nNemours Children's Hospital\n\n em um estudo e posteriormente acrescentou quatro bebês de outras instituições. Exames genéticos foram realizados para descartar certos diagnósticos suspeitos. O Smith-Lemli-Opitz, uma condição genética rara, foi excluído como causa. Além disso, uma análise das características faciais utilizando o algoritmo GestaltMatcher (FDNA Inc.) indicou que os pacientes não apresentavam a síndrome do álcool fetal.
Tendo descartado essas duas síndromes e confirmado que todas as mães haviam usado fentanil durante a gravidez, os pesquisadores começaram a suspeitar de uma nova síndrome. Vale ressaltar que o fentanil, um opioide potente, já foi comprovado como capaz de atravessar a placenta e causar defeitos de nascença. No entanto, \n\nGripp\n\nalerta que ainda é cedo para determinar se o fentanil é o causador direto das anormalidades ou se outros fatores, como contaminantes ou o uso concomitante de outras drogas, podem ter contribuído.
📍 Considerações Futuras:
Embora o relatório inicial se concentre em 10 bebês, \n\njá foram recebidos relatos informais\n\nsobre mais crianças nascidas com características semelhantes de mães que usaram fentanil. Outros profissionais da área médica também relataram pacientes com características parecidas, porém menos severas, apontando para a possibilidade de a síndrome existir em um espectro variável de gravidade.
Gripp ressalta a urgência em reconhecer e estudar essa condição. Dada a epidemia de uso de fentanil, é importante considerar o impacto potencial sobre a saúde dos bebês. Assim como a exposição pré-natal ao álcool pode resultar na síndrome do álcool fetal com consequências físicas e desenvolvimentais a longo prazo, esta nova condição pode afetar muitos recém-nascidos de maneiras significativamente impactantes.
A pesquisa em andamento busca confirmar definitivamente esta nova síndrome mediante experimentos laboratoriais e estudos adicionais. O cenário, portanto apresenta uma necessidade de conscientização e pesquisa contínua para entender melhor as implicações e desenvolver possíveis intervenções. Em um campo em constante evolução como a medicina, é fundamental que profissionais estejam atualizados e prontos para responder a tais descobertas.😉
\n\n\n\nCaso deseje aprofundar-se nos resultados e descobertas deste estudo, disponibilizamos o link de acesso à pesquisa na íntegra.
Leia também:
\n\n\n\n\n\nReferências:
Estar atualizado sobre as últimas descobertas e inovações nas ciências médicas faz sentido pra você? Se sim, inscreva-se em nossa newsletter e receba nossos conteúdos diretamente em sua caixa de e-mail!
\n\n\n\nUma pesquisa apresentada em MedicalXpress, publicada na revista Genetics in Medicine Open em 27 de setembro de 2023, levantou preocupações sobre o impacto do uso de fentanil durante a gravidez . Um","main_content":"
Uma pesquisa apresentada em MedicalXpress, publicada na revista Genetics in Medicine Open em 27 de setembro de 2023, levantou preocupações sobre o impacto do uso de fentanil durante a gravidez. Um potente opioide usado principalmente para o tratamento da dor intensa ou em combinação com outros medicametos para anestesia.\n\n
No verão de 2022, profissionais do Nemours Children's Hospital em Delaware, incluindo a geneticista Karen W. Gripp, MD, notaram uma série de anormalidades faciais e musculoesqueléticas em bebês nascidos de mães que consumiram fentanil durante a gestação, sugerindo a emergência de uma possível nova síndrome.
📍 Observações Preliminares:
Gripp e sua equipe, após observarem vários recém-nascidos encaminhados por unidades de terapia intensiva neonatal ou levados ao hospital por dificuldades alimentares, identificaram características faciais semelhantes e múltiplas anormalidades físicas entre eles. As características comuns incluíam cabeças pequenas, baixa estatura, feições faciais distintas, fenda palatina, pés com formato \"rocker bottom\", \n\nfrequentemente descritos como \"pés em forma de balanço\", órgãos genitais malformados, polegares curtos e largos, uma única linha palmar e dedos dos pés fundidos.
📍 Investigação Detalhada:
Para investigar mais a fundo, a equipe de Gripp incluiu seis pacientes do \n\nNemours Children's Hospital\n\n em um estudo e posteriormente acrescentou quatro bebês de outras instituições. Exames genéticos foram realizados para descartar certos diagnósticos suspeitos. O Smith-Lemli-Opitz, uma condição genética rara, foi excluído como causa. Além disso, uma análise das características faciais utilizando o algoritmo GestaltMatcher (FDNA Inc.) indicou que os pacientes não apresentavam a síndrome do álcool fetal.
Tendo descartado essas duas síndromes e confirmado que todas as mães haviam usado fentanil durante a gravidez, os pesquisadores começaram a suspeitar de uma nova síndrome. Vale ressaltar que o fentanil, um opioide potente, já foi comprovado como capaz de atravessar a placenta e causar defeitos de nascença. No entanto, \n\nGripp\n\nalerta que ainda é cedo para determinar se o fentanil é o causador direto das anormalidades ou se outros fatores, como contaminantes ou o uso concomitante de outras drogas, podem ter contribuído.
📍 Considerações Futuras:
Embora o relatório inicial se concentre em 10 bebês, \n\njá foram recebidos relatos informais\n\nsobre mais crianças nascidas com características semelhantes de mães que usaram fentanil. Outros profissionais da área médica também relataram pacientes com características parecidas, porém menos severas, apontando para a possibilidade de a síndrome existir em um espectro variável de gravidade.
Gripp ressalta a urgência em reconhecer e estudar essa condição. Dada a epidemia de uso de fentanil, é importante considerar o impacto potencial sobre a saúde dos bebês. Assim como a exposição pré-natal ao álcool pode resultar na síndrome do álcool fetal com consequências físicas e desenvolvimentais a longo prazo, esta nova condição pode afetar muitos recém-nascidos de maneiras significativamente impactantes.
A pesquisa em andamento busca confirmar definitivamente esta nova síndrome mediante experimentos laboratoriais e estudos adicionais. O cenário, portanto apresenta uma necessidade de conscientização e pesquisa contínua para entender melhor as implicações e desenvolver possíveis intervenções. Em um campo em constante evolução como a medicina, é fundamental que profissionais estejam atualizados e prontos para responder a tais descobertas.😉
\n\n\n\nCaso deseje aprofundar-se nos resultados e descobertas deste estudo, disponibilizamos o link de acesso à pesquisa na íntegra.
Leia também:
\n\n\n\n\n\nReferências:
Estar atualizado sobre as últimas descobertas e inovações nas ciências médicas faz sentido pra você? Se sim, inscreva-se em nossa newsletter e receba nossos conteúdos diretamente em sua caixa de e-mail!
\n\n\n\n
A Síndrome de DiGeorge, também conhecida como síndrome de deleção 22q11.2, é uma doença genética rara decorrente de distúrbio cromossômico que causa diversos problemas no feto e no desenvolvimento de vários sistemas do corpo. Pode levar a problemas cardíacos, mau funcionamento do sistema imunológico, fenda palatina e baixos níveis de cálcio no sangue. Foi identificada no começo da década de 1990, e é considerada frequente. Pessoas com a síndrome têm 50% de risco de transmiti-la aos filhos.
As causas da síndrome estão relacionadas ao uso de álcool durante a gravidez, desenvolvimento de diabetes gestacional e a alterações genéticas espontâneas do cromossomo 22, que podem acontecer sem causa específica.
A maioria das características desta síndrome é visível após o nascimento, mas em alguns casos os sintomas podem ficar evidentes no decorrer da infância, principalmente se a anomalia for de grau leve.
O diagnóstico precoce é fundamental para a adequada avaliação e manejo clínico dos indivíduos e seus familiares.
Entre as manifestações da síndrome estão:
Além disso, em alguns casos, a Síndrome de DiGeorge também pode causar problemas respiratórios, dificuldade para aumentar de peso, atraso na fala, espasmos musculares ou infecções frequentes, como amigdalite ou pneumonia, por exemplo.
Geralmente o diagnóstico da Síndrome de DiGeorge é feito pelo médico pediatra através da observação das características da doença.
Exames de diagnóstico podem ser feitos para identificar a incidência de alterações cardíacas comuns da síndrome de deleção 22q11.2, além de exame de sangue para avaliação da presença de alterações no cromossoma 22, responsável pelo surgimento da síndrome.
Fonte
https://casahunter.org.br/doencas-raras/sindrome-digeorge.php
A Síndrome de DiGeorge, também conhecida como síndrome de deleção 22q11.2, é uma doença genética rara decorrente de distúrbio cromossômico que causa diversos problemas no feto e no desenvolvimento de vários sistemas do corpo. Pode levar a problemas cardíacos, mau funcionamento do sistema imunológico, fenda palatina e baixos níveis de cálcio no sangue. Foi identificada no começo da década de 1990, e é considerada frequente. Pessoas com a síndrome têm 50% de risco de transmiti-la aos filhos.
As causas da síndrome estão relacionadas ao uso de álcool durante a gravidez, desenvolvimento de diabetes gestacional e a alterações genéticas espontâneas do cromossomo 22, que podem acontecer sem causa específica.
A maioria das características desta síndrome é visível após o nascimento, mas em alguns casos os sintomas podem ficar evidentes no decorrer da infância, principalmente se a anomalia for de grau leve.
O diagnóstico precoce é fundamental para a adequada avaliação e manejo clínico dos indivíduos e seus familiares.
Entre as manifestações da síndrome estão:
Além disso, em alguns casos, a Síndrome de DiGeorge também pode causar problemas respiratórios, dificuldade para aumentar de peso, atraso na fala, espasmos musculares ou infecções frequentes, como amigdalite ou pneumonia, por exemplo.
Geralmente o diagnóstico da Síndrome de DiGeorge é feito pelo médico pediatra através da observação das características da doença.
Exames de diagnóstico podem ser feitos para identificar a incidência de alterações cardíacas comuns da síndrome de deleção 22q11.2, além de exame de sangue para avaliação da presença de alterações no cromossoma 22, responsável pelo surgimento da síndrome.
Fonte
https://casahunter.org.br/doencas-raras/sindrome-digeorge.php
Conforme discutido no Troca de Plantão #8 e #9 desta semana, a Síndrome de Munchausen por procuração (SMP) é uma forma de abuso infantil, em que um dos pais, geralmente a mãe, simula sinais e sintomas na criança, o que envolve o exagero ou a fabricação de doenças pelo cuidador, com a intenção de chamar atenção pra si. Recentemente relatada na literatura médica, é definida inicialmente como uma desordem psíquica.
É um distúrbio comportamental relativamente raro. Afeta um cuidador primário, na maioria das vezes a mãe. A pessoa com esta síndrome ganha atenção procurando ajuda médica para sintomas exagerados ou inventados em relação a uma criança sob seus cuidados. Como consequência, a vítima é submetida a repetidas internações e exposição a exames e tratamentos potencialmente perigosos e desnecessários, gerando sequelas psicológicas e físicas, podendo levar a morte [1, 4, 6].
Como os prestadores de cuidados de saúde se esforçam para identificar o que está causando os sintomas da criança, as ações deliberadas da mãe ou cuidadora muitas vezes podem piorar os sintomas. Ou seja, a atenção dada a esta mãe potencializa os sintomas, o que faz com que a mesma busque com frequência unidades de saúde com seu filho que muitas vezes não têm doença de fato [1,6].
A pessoa com síndrome de Munchausen por procuração não parece motivada pelo desejo de qualquer tipo de ganho material. Embora os prestadores de cuidados de saúde sejam frequentemente incapazes de identificar a causa específica da doença da criança, eles não costumam suspeitar que a mãe ou a cuidadora pudesse fazer algo para prejudicar a criança. Na verdade, o cuidador muitas vezes parece ser muito carinhoso e atencioso e extremamente perturbado com a doença do filho [4, 6].
Estes indivíduos podem criar ou exagerar os sintomas de uma criança de várias maneiras, como mentir sobre sintomas, alterar testes (como contaminar uma amostra de urina), falsificar registros médicos ou podem realmente induzir sintomas por vários meios, como envenenamento, sufocamento, fome e infecção [4].
Na maioria dos casos, as vítimas de SMP precisam de hospitalização. E como podem ser considerados um “mistério médico”, as internações hospitalares tendem a ser mais longas que o normal. Qualquer que seja a causa, os sintomas da criança – criados ou fabricados – aliviam-se ou desaparecem completamente quando o agressor não está presente [1, 4, 6].
A facilidade do acesso a informações sobre sinais, sintomas e diagnósticos
em saúde, têm tornado ainda mais complexa a apresentação dos
sinais dessa síndrome. A capacidade para a identificação desses casos perpassa
pela necessidade de se compreender de forma bem elaborada o percurso
clínico e evolutivo habitual das doenças pois, é a partir da identificação
dos elementos que fogem do que se espera clinicamente da patologia, que
vai ser possível fazer a suspeição da síndrome [1, 4, 6].
Se houver suspeita de SMP, os profissionais de saúde são obrigados por lei a denunciar o fato. No Brasil o ECA pode ser acionado e a criança na iminência de sofrer outro abuso pode ser entregue a outros familiares, ou ficar sobre a guarda do conselho tutelar, até que o perpetrador busque tratamento [5, 6].
Em alguns casos, os pais ou responsáveis podem negar as acusações e mudar para outro local, apenas para continuar o comportamento. Se a criança for devolvida à custódia do perpetrador enquanto estiverem envolvidos os serviços de proteção, a criança pode continuar sendo vítima de abuso enquanto o perpetrador evita tratamento e intervenções. [5, 6].
Reconhecer o SMP como uma doença que tem potencial para tratamento é uma maneira de dar esperança às famílias nessas raras situações. O manejo desses casos deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, envolvendo pediatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras e advogados [5, 6].
","external_link":null,"list_items":[],"recipe":{"portions":"","total_time":"","description":"","ingredients":[],"stages":[],"nutritional_information":""},"word_count":897,"read_time":6},"content_draft":{"title":"Síndrome de Munchausen por procuração: quando se adoece o filho","slug":"sindrome-de-munchausen-por-procuracao-quando-a-mae-adoece-o-filho","cover_image":null,"main_content":"
Conforme discutido no Troca de Plantão #8 e #9 desta semana, a Síndrome de Munchausen por procuração (SMP) é uma forma de abuso infantil, em que um dos pais, geralmente a mãe, simula sinais e sintomas na criança, o que envolve o exagero ou a fabricação de doenças pelo cuidador, com a intenção de chamar atenção pra si. Recentemente relatada na literatura médica, é definida inicialmente como uma desordem psíquica.
É um distúrbio comportamental relativamente raro. Afeta um cuidador primário, na maioria das vezes a mãe. A pessoa com esta síndrome ganha atenção procurando ajuda médica para sintomas exagerados ou inventados em relação a uma criança sob seus cuidados. Como consequência, a vítima é submetida a repetidas internações e exposição a exames e tratamentos potencialmente perigosos e desnecessários, gerando sequelas psicológicas e físicas, podendo levar a morte [1, 4, 6].
Como os prestadores de cuidados de saúde se esforçam para identificar o que está causando os sintomas da criança, as ações deliberadas da mãe ou cuidadora muitas vezes podem piorar os sintomas. Ou seja, a atenção dada a esta mãe potencializa os sintomas, o que faz com que a mesma busque com frequência unidades de saúde com seu filho que muitas vezes não têm doença de fato [1,6].
A pessoa com síndrome de Munchausen por procuração não parece motivada pelo desejo de qualquer tipo de ganho material. Embora os prestadores de cuidados de saúde sejam frequentemente incapazes de identificar a causa específica da doença da criança, eles não costumam suspeitar que a mãe ou a cuidadora pudesse fazer algo para prejudicar a criança. Na verdade, o cuidador muitas vezes parece ser muito carinhoso e atencioso e extremamente perturbado com a doença do filho [4, 6].
Estes indivíduos podem criar ou exagerar os sintomas de uma criança de várias maneiras, como mentir sobre sintomas, alterar testes (como contaminar uma amostra de urina), falsificar registros médicos ou podem realmente induzir sintomas por vários meios, como envenenamento, sufocamento, fome e infecção [4].
Na maioria dos casos, as vítimas de SMP precisam de hospitalização. E como podem ser considerados um “mistério médico”, as internações hospitalares tendem a ser mais longas que o normal. Qualquer que seja a causa, os sintomas da criança – criados ou fabricados – aliviam-se ou desaparecem completamente quando o agressor não está presente [1, 4, 6].
A facilidade do acesso a informações sobre sinais, sintomas e diagnósticos
em saúde, têm tornado ainda mais complexa a apresentação dos
sinais dessa síndrome. A capacidade para a identificação desses casos perpassa
pela necessidade de se compreender de forma bem elaborada o percurso
clínico e evolutivo habitual das doenças pois, é a partir da identificação
dos elementos que fogem do que se espera clinicamente da patologia, que
vai ser possível fazer a suspeição da síndrome [1, 4, 6].
Se houver suspeita de SMP, os profissionais de saúde são obrigados por lei a denunciar o fato. No Brasil o ECA pode ser acionado e a criança na iminência de sofrer outro abuso pode ser entregue a outros familiares, ou ficar sobre a guarda do conselho tutelar, até que o perpetrador busque tratamento [5, 6].
Em alguns casos, os pais ou responsáveis podem negar as acusações e mudar para outro local, apenas para continuar o comportamento. Se a criança for devolvida à custódia do perpetrador enquanto estiverem envolvidos os serviços de proteção, a criança pode continuar sendo vítima de abuso enquanto o perpetrador evita tratamento e intervenções. [5, 6].
Reconhecer o SMP como uma doença que tem potencial para tratamento é uma maneira de dar esperança às famílias nessas raras situações. O manejo desses casos deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, envolvendo pediatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras e advogados [5, 6].
","read_time":6},"author":{"id":"5e2dff7a7726b8035403c4cb","name":"Bárbara Figueiredo","slug":"barbarafigueiredo","image":"https://users.redesign.static-01.com/5e2dff7a7726b8035403c4cb/s/images/5a53515c2502246d041420bc91b5306821b19004.jpeg","bio":"20 anos. Acadêmica de Medicina na Fundação Educacional de Patos de Minas. Estagiária da Academia Médica. \nInstagram: @figueiredobabi","job":""}},{"id":"59c9b434b9416809e69c741c","updated":"2021-03-04T09:39:15.874Z","created":"2017-09-26T01:58:12.682Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":false,"scheduled_date":"2021-03-04T09:36:15.425Z","rejection_reason":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2021-03-04T09:39:15.891Z","likes_count":6,"bookmarks_count":0,"comments_count":3,"score":"2021-03-04T10:39:15.891Z","sharing_title":"Você conhece a Síndrome do Impostor?","sharing_description":null,"sharing_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/f/images/48984de0ed32115126af609e112ad2cec0d71d6c.jpg","tag_ids":["593f5ae011eebc073efd580a","59c9b434b9416809e69c741a","59c9b434b9416809e69c741b"],"author_user_id":"59aae95a3b6387373cae7866","moderator_user_id":"58beb9b38c3fb60932b35286","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":1,"tags":[{"id":"593f5ae011eebc073efd580a","title":"ABLAM","slug":"ablam","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"59c9b434b9416809e69c741a","title":"Impostor","slug":"impostor","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"59c9b434b9416809e69c741b","title":"Sindrome","slug":"sindrome","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"}]},"content":{"title":"Você conhece a Síndrome do Impostor?","slug":"voce-conhece-a-sindrome-do-impostor","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/48984de0ed32115126af609e112ad2cec0d71d6c.jpg","headline":"Sim, o nome pode parece estranho, mas esse é fenômeno apesar de não ser reconhecido pelo DSM, é bem documentado pela Psicologia. Foi descrito primeiramente na década de 70 por","main_content":"
Sim, o nome pode parece estranho, mas esse é fenômeno apesar de não ser reconhecido pelo DSM, é bem documentado pela Psicologia. Foi descrito primeiramente na década de 70 por Pauline Clance e Suzanne Imes, cientistas da universidade americana Estadual da Geórgia, baseado em um grupo de mulheres bem-sucedidas.
Tal síndrome afeta sobretudo pessoas em que estão passando por processos avaliativos de algum modo, sobretudo por avaliações regulares . As pessoas portadores dessa síndrome geralmente trabalham extenuantemente, de forma zelosa e bem-feita e no geral excedem em muito os seus colegas em tempo de esforço e qualidade de serviços prestados.
Contudo, quando os méritos decorrentes de tanto esforço chegam, são atribuídos por eles ao “acaso” ou a “sorte”. Seguidamente, ocorre um sentimento de “ser uma fraude” e a possibilidade eminente de “medo de ser descoberto” a qualquer momento. Esse quadro gera ansiedade e medo. A partir daí gera-se duas possibilidades de defesa, ou uma postura arrogante, ou um quadro de simpatia excessiva. O primeiro afim de que os outros se mantenham afastados e não vejam “ a fraude”, o segundo porque pelo excesso de simpatia não haveria um “apiedamento” diante da o desmascaramento do indivíduo.
O que isso tem a ver com os estudantes de Medicina?
Passamos por seis anos de graduação, com uma carga horária extensa durante o internato e maior ainda na vida profissional. Diante de nós se descortina a responsabilidade enorme de um erro e as implicações dele na vida dos nossos pacientes e além disso, há a pressão que a sociedade imputa ao médico e as condições de trabalho adversas que podemos encontrar. Diante disso, é possível que possamos nos esforçar ao máximo e ainda sim sentirmos “uma fraude a beira de ser descoberta”.
Se você se encaixa nesse perfil, é sempre recomendável a consulta a um psicólogo e o zelo por nossa saúde mental, afinal, pode parecer clichê mas cuidar de nossa psique é o primeiro grande passo para uma medicina bem- feita.
Por Mísia Nogueira Altivo - 8°período medicina UNIMAR
","external_link":null,"list_items":[],"recipe":{"portions":"","total_time":"","description":"","ingredients":[],"stages":[],"nutritional_information":""},"word_count":330,"read_time":2},"content_draft":{"title":"Você conhece a Síndrome do Impostor?","slug":"voce-conhece-a-sindrome-do-impostor","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/48984de0ed32115126af609e112ad2cec0d71d6c.jpg","main_content":"Sim, o nome pode parece estranho, mas esse é fenômeno apesar de não ser reconhecido pelo DSM, é bem documentado pela Psicologia. Foi descrito primeiramente na década de 70 por Pauline Clance e Suzanne Imes, cientistas da universidade americana Estadual da Geórgia, baseado em um grupo de mulheres bem-sucedidas.
Tal síndrome afeta sobretudo pessoas em que estão passando por processos avaliativos de algum modo, sobretudo por avaliações regulares . As pessoas portadores dessa síndrome geralmente trabalham extenuantemente, de forma zelosa e bem-feita e no geral excedem em muito os seus colegas em tempo de esforço e qualidade de serviços prestados.
Contudo, quando os méritos decorrentes de tanto esforço chegam, são atribuídos por eles ao “acaso” ou a “sorte”. Seguidamente, ocorre um sentimento de “ser uma fraude” e a possibilidade eminente de “medo de ser descoberto” a qualquer momento. Esse quadro gera ansiedade e medo. A partir daí gera-se duas possibilidades de defesa, ou uma postura arrogante, ou um quadro de simpatia excessiva. O primeiro afim de que os outros se mantenham afastados e não vejam “ a fraude”, o segundo porque pelo excesso de simpatia não haveria um “apiedamento” diante da o desmascaramento do indivíduo.
O que isso tem a ver com os estudantes de Medicina?
Passamos por seis anos de graduação, com uma carga horária extensa durante o internato e maior ainda na vida profissional. Diante de nós se descortina a responsabilidade enorme de um erro e as implicações dele na vida dos nossos pacientes e além disso, há a pressão que a sociedade imputa ao médico e as condições de trabalho adversas que podemos encontrar. Diante disso, é possível que possamos nos esforçar ao máximo e ainda sim sentirmos “uma fraude a beira de ser descoberta”.
Se você se encaixa nesse perfil, é sempre recomendável a consulta a um psicólogo e o zelo por nossa saúde mental, afinal, pode parecer clichê mas cuidar de nossa psique é o primeiro grande passo para uma medicina bem- feita.
Por Mísia Nogueira Altivo - 8°período medicina UNIMAR
","read_time":2},"author":{"id":"59aae95a3b6387373cae7866","name":"Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina ABLAM","slug":"ablam","image":"https://users.redesign.static-01.com/59aae95a3b6387373cae7866/s/images/52b0a4bbe1002053848036ec92d1f4c5dca26f9f.jpg","bio":"Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina (ABLAM)"}},{"id":"5ed5530dca4ffa60213a7acd","updated":"2020-12-12T18:25:59.786Z","created":"2020-06-03T06:19:23.658Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":false,"scheduled_date":"2020-06-09T11:00:00.658Z","rejection_reason":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2020-06-09T11:00:00.859Z","likes_count":3,"bookmarks_count":1,"comments_count":0,"score":"2020-06-09T14:00:00.859Z","sharing_title":"Sintoma, doença, síndrome e transtorno: você sabe a diferença?","sharing_description":"Sintoma, doença, síndrome e transtorno. Frequentemente nos deparamos com esses termos e simplesmente aceitamos a nomenclatura sem entender bem a diferença e as informações clínicas contidas nessas expressões. Neste artigo vamos dar uma breve olhada nas definições e em alguns exemplos.","sharing_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/f/images/fdc3094d496bddfeaefbe5584e299c6e70bd544d.png","tag_ids":["59272e708ece5611e8b2f771","593f530c11eebc073efd4bb7","59c9b434b9416809e69c741b","5ebf2226793dae66abe63b52","5ede6dca9145c8656ee78f9d"],"author_user_id":"5b46a06a3bb3a6166798a5e2","moderator_user_id":null,"project_id":"58b04f5940c1474e557e363a","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":1,"shares_count":4,"tags":[{"id":"59272e708ece5611e8b2f771","title":"Semiologia","slug":"semiologia","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"593f530c11eebc073efd4bb7","title":"doença","slug":"doenca","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"59c9b434b9416809e69c741b","title":"Sindrome","slug":"sindrome","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5ebf2226793dae66abe63b52","title":"transtorno","slug":"transtorno","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5ede6dca9145c8656ee78f9d","title":"sintoma","slug":"sintoma","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"}]},"content":{"title":"Sintoma, doença, síndrome e transtorno: você sabe a diferença?","slug":"sintoma-doenca-sindrome-e-transtorno-voce-sabe-a-diferenca","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/76a0d4e41d8207fa1c8954f71e7634cf0e562ffa.png","headline":"Frequentemente nos deparamos com esses termos e simplesmente aceitamos a nomenclatura sem entender bem a diferença e as informações clínicas contidas nas expressões. Mesmo os profissionais de saúde às vezes confundem um pouco","main_content":"Frequentemente nos deparamos com esses termos e simplesmente aceitamos a nomenclatura sem entender bem a diferença e as informações clínicas contidas nas expressões. Mesmo os profissionais de saúde às vezes confundem um pouco as coisas com o passar do tempo. Então, vamos dar uma breve olhada nas definições e em alguns exemplos.
Sintoma se origina do grego sympitien, que significa \"acontecer\" [1]. Trata-se da percepção que o paciente tem de alterações no funcionamento normal de seu corpo e/ou mente. Como exemplos, podemos citar dor, cansaço, angústia, desânimo, entre outros.
Como os sintomas são relatados pela própria pessoa e não podem ser medidos, eles têm um caráter mais subjetivo e jamais devem ser ignorados ou minimizados pelo profissional de saúde. É fundamental que essas queixas sejam valorizadas, já que vão auxiliar na composição do quadro clínico.
Sintomas são diferentes dos sinais, já que estes são observáveis e/ou mensuráveis, tais como febre, rashes cutâneos, edemas, arritmias, dentre outros.
O conjunto de sinais e sintomas, aliado a exames complementares quando cabíveis, vão orientar os profissionais para as hipóteses diagnósticas de doenças, síndromes ou transtornos [2].
Por incrível que pareça, as definições de doença (ou do que é considerado doença) podem se alterar em função da época, do contexto social e do conhecimento científico naquele momento. A epilepsia, por exemplo, é considerada um dom espiritual entre tribos do sudeste asiático.
De acordo com o Dorland's Medical Dictionary e com o Merriam-Webster Dictionary, para que uma condição seja considerada doença é necessário atender aos seguintes critérios [2, 3]:
causar um desvio ou interrupção da estrutura ou funcionamento normais de uma parte ou todo de um organismo;
manifestar-se por meio de um conjunto de sinais e sintomas específicos; e
a etiologia, patologia e o prognóstico não necessariamente precisam ser conhecidos.
Até pouco tempo atrás, saber a causa era necessário para que uma condição fosse considerada doença, mas as definições mais recentes parecem não incluir mais esse critério.
E por falar em causas, doenças podem ser provocadas por agentes externos ou por fatores internos. No primeiro grupo, temos como exemplos a COVID-19, a hanseníase e as micoses, causadas por coronavírus, bactéria e fungos, respectivamente. Já os fatores internos estão relacionadas a malformações (anatômicas) ou disfunções, tais como diabetes e lúpus.
A palavra síndrome tem origem do grego syndromé e significa \"confluência, junção\". Como o próprio nome sugere, refere-se a um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma condição, mas que não necessariamente são exclusivos de uma única doença, ou seja, a sintomatologia não tem uma origem específica [2, 3]. Uma condição também pode ser chamada de síndrome quando o quadro clínico das doenças associadas não está bem definido.
Quando falamos de hipertireoidismo, por exemplo, estamos nos referindo a uma síndrome, pois o conjunto de sinais e sintomas podem ser causados tanto por doença de Basedow-Graves quanto por doença de Plummer, por exemplo [4].
Outro caso bastante atual é o da síndrome respiratória aguda grave (ou SARS, na sigla em inglês), que pode ser causada por SARS-CoV-2, mas apresentar a sintomatologia de SARS não quer dizer, obrigatoriamente, uma infecção por coronavírus [5].
Por fim, tem-se o transtorno, que é definido como um desarranjo ou anormalidade funcional, geralmente de ordem mental, que causa sofrimento ao indivíduo. Os quadros clínicos de transtornos geralmente não apresentam toda a sintomatologia ou causas bem definidas, de modo que não podem ser classificados como doenças ou síndromes (embora possam estar associados a elas) [3, 6].
Os transtornos, às vezes chamados de distúrbios, apresentam uma etiologia complexa que decorre da interação entre aspectos biológicos (as idiossincrasias do indivíduo), psicológicos e sociais (relação desse indivíduo com a sua história e com o meio em que vive).
Além disso, profissionais da área de saúde mental argumentam que o termo transtorno contribui para minimizar os estigmas e preconceitos históricos relacionados ao sofrimento mental.
Dentre os exemplos mais comuns, podemos citar os transtornos de ansiedade, o transtorno depressivo maior, transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, dentre outros.
Como vimos ao longo do texto, existem critérios para designar uma determinada condição de saúde e os termos utilizados para tal contêm por si só informações implícitas sobre a disfunção associada. Isso é relevante tanto sob o aspecto didático quanto clínico.
Nem sempre a nomenclatura de uma determinada condição segue os critérios aqui descritos. A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, na sigla em inglês), por exemplo, embora já tenha sintomatologia e etiologia bem definidas, permaneceu com esse nome por razões históricas.
Por outro lado, algumas condições podem ter suas designações revisadas, como a síndrome de Asperger, que recebeu esse nome em homenagem ao pediatra e psiquiatra austríaco que a identificou, mas que também contribuiu para o regime nazista, condenando diversas crianças à morte [7].
Por último, mas não menos importante, é sempre válido ressaltar que diagnósticos não devem ser encarados como rótulos atribuídos a pessoas, mas como uma diretriz que norteia sobre as melhores práticas para cuidar daquele paciente.
Por trás de qualquer condição médica existe um ser humano que se apresenta em uma situação de vulnerabilidade e, antes de mais nada, necessita de acolhimento.
","external_link":null,"list_items":[],"recipe":{"portions":"","total_time":"","description":"","ingredients":[],"stages":[],"nutritional_information":""},"word_count":872,"read_time":6},"content_draft":{"title":"Sintoma, doença, síndrome e transtorno: você sabe a diferença?","slug":"sintoma-doenca-sindrome-e-transtorno-voce-sabe-a-diferenca","cover_image":null,"main_content":"
Frequentemente nos deparamos com esses termos e simplesmente aceitamos a nomenclatura sem entender bem a diferença e as informações clínicas contidas nas expressões. Mesmo os profissionais de saúde às vezes confundem um pouco as coisas com o passar do tempo. Então, vamos dar uma breve olhada nas definições e em alguns exemplos.
Sintoma se origina do grego sympitien, que significa \"acontecer\" [1]. Trata-se da percepção que o paciente tem de alterações no funcionamento normal de seu corpo e/ou mente. Como exemplos, podemos citar dor, cansaço, angústia, desânimo, entre outros.
Como os sintomas são relatados pela própria pessoa e não podem ser medidos, eles têm um caráter mais subjetivo e jamais devem ser ignorados ou minimizados pelo profissional de saúde. É fundamental que essas queixas sejam valorizadas, já que vão auxiliar na composição do quadro clínico.
Sintomas são diferentes dos sinais, já que estes são observáveis e/ou mensuráveis, tais como febre, rashes cutâneos, edemas, arritmias, dentre outros.
O conjunto de sinais e sintomas, aliado a exames complementares quando cabíveis, vão orientar os profissionais para as hipóteses diagnósticas de doenças, síndromes ou transtornos [2].
Por incrível que pareça, as definições de doença (ou do que é considerado doença) podem se alterar em função da época, do contexto social e do conhecimento científico naquele momento. A epilepsia, por exemplo, é considerada um dom espiritual entre tribos do sudeste asiático.
De acordo com o Dorland's Medical Dictionary e com o Merriam-Webster Dictionary, para que uma condição seja considerada doença é necessário atender aos seguintes critérios [2, 3]:
causar um desvio ou interrupção da estrutura ou funcionamento normais de uma parte ou todo de um organismo;
manifestar-se por meio de um conjunto de sinais e sintomas específicos; e
a etiologia, patologia e o prognóstico não necessariamente precisam ser conhecidos.
Até pouco tempo atrás, saber a causa era necessário para que uma condição fosse considerada doença, mas as definições mais recentes parecem não incluir mais esse critério.
E por falar em causas, doenças podem ser provocadas por agentes externos ou por fatores internos. No primeiro grupo, temos como exemplos a COVID-19, a hanseníase e as micoses, causadas por coronavírus, bactéria e fungos, respectivamente. Já os fatores internos estão relacionadas a malformações (anatômicas) ou disfunções, tais como diabetes e lúpus.
A palavra síndrome tem origem do grego syndromé e significa \"confluência, junção\". Como o próprio nome sugere, refere-se a um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma condição, mas que não necessariamente são exclusivos de uma única doença, ou seja, a sintomatologia não tem uma origem específica [2, 3]. Uma condição também pode ser chamada de síndrome quando o quadro clínico das doenças associadas não está bem definido.
Quando falamos de hipertireoidismo, por exemplo, estamos nos referindo a uma síndrome, pois o conjunto de sinais e sintomas podem ser causados tanto por doença de Basedow-Graves quanto por doença de Plummer, por exemplo [4].
Outro caso bastante atual é o da síndrome respiratória aguda grave (ou SARS, na sigla em inglês), que pode ser causada por SARS-CoV-2, mas apresentar a sintomatologia de SARS não quer dizer, obrigatoriamente, uma infecção por coronavírus [5].
Por fim, tem-se o transtorno, que é definido como um desarranjo ou anormalidade funcional, geralmente de ordem mental, que causa sofrimento ao indivíduo. Os quadros clínicos de transtornos geralmente não apresentam toda a sintomatologia ou causas bem definidas, de modo que não podem ser classificados como doenças ou síndromes (embora possam estar associados a elas) [3, 6].
Os transtornos, às vezes chamados de distúrbios, apresentam uma etiologia complexa que decorre da interação entre aspectos biológicos (as idiossincrasias do indivíduo), psicológicos e sociais (relação desse indivíduo com a sua história e com o meio em que vive).
Além disso, profissionais da área de saúde mental argumentam que o termo transtorno contribui para minimizar os estigmas e preconceitos históricos relacionados ao sofrimento mental.
Dentre os exemplos mais comuns, podemos citar os transtornos de ansiedade, o transtorno depressivo maior, transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, dentre outros.
Como vimos ao longo do texto, existem critérios para designar uma determinada condição de saúde e os termos utilizados para tal contêm por si só informações implícitas sobre a disfunção associada. Isso é relevante tanto sob o aspecto didático quanto clínico.
Nem sempre a nomenclatura de uma determinada condição segue os critérios aqui descritos. A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, na sigla em inglês), por exemplo, embora já tenha sintomatologia e etiologia bem definidas, permaneceu com esse nome por razões históricas.
Por outro lado, algumas condições podem ter suas designações revisadas, como a síndrome de Asperger, que recebeu esse nome em homenagem ao pediatra e psiquiatra austríaco que a identificou, mas que também contribuiu para o regime nazista, condenando diversas crianças à morte [7].
Por último, mas não menos importante, é sempre válido ressaltar que diagnósticos não devem ser encarados como rótulos atribuídos a pessoas, mas como uma diretriz que norteia sobre as melhores práticas para cuidar daquele paciente.
Por trás de qualquer condição médica existe um ser humano que se apresenta em uma situação de vulnerabilidade e, antes de mais nada, necessita de acolhimento.
","read_time":6},"author":{"id":"5b46a06a3bb3a6166798a5e2","name":"Felipe Dalvi","slug":"felipedalvi","image":"https://users.redesign.static-01.com/5b46a06a3bb3a6166798a5e2/s/images/bcdca97fe06e1bf730b9cc8578d05dbd90e202a9.jpg","bio":"Doutor em Modelagem Computacional e atual acadêmico de Medicina na Unirio. Entusiasta da visão integrada entre mente e corpo, entre leituras e corridas pra ver o por do sol, cultivo minha paixão por cinema, ciência e saúde mental","job":"Doutor em Modelagem Computacional e Acadêmico de Medicina","company":"Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro"}},{"id":"5ebf203e07a7353651d7ecf1","updated":"2021-01-14T14:06:36.773Z","created":"2020-05-15T23:05:34.395Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":false,"scheduled_date":"2020-05-27T23:00:00.866Z","rejection_reason":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2020-05-27T23:00:03.274Z","likes_count":6,"bookmarks_count":1,"comments_count":2,"score":"2020-05-28T06:00:03.274Z","sharing_title":"Síndrome de Peter Pan: a estratégia de uma vida lenta","sharing_description":"A \"Síndrome de Peter Pan\" se caracteriza pela grande dificuldade do indivíduo se enxergar como um adulto e se desvencilhar totalmente do seu papel de criança e começar a crescer de verdade. Essa síndrome pode afetar a vida amorosa, afetiva e profissional de seus portadores.\n.\nConfira mais sobre esta Síndrome no texto de Bárbara Figueiredo.","sharing_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/f/images/a9d91b617d7f1fbfbb8f83a6cd02c7d418f8f4e5.png","tag_ids":["593f53b111eebc073efd4d0f","59c9b434b9416809e69c741b","5ad3e4c1c534ec4d16e1edd7","5ebf2226793dae66abe63b52","5ebf2226793dae66abe63b53"],"author_user_id":"5e2dff7a7726b8035403c4cb","moderator_user_id":null,"project_id":"58b04f5940c1474e557e363a","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":1,"shares_count":5,"tags":[{"id":"593f53b111eebc073efd4d0f","title":"psiquiatria","slug":"psiquiatria","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"59c9b434b9416809e69c741b","title":"Sindrome","slug":"sindrome","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5ad3e4c1c534ec4d16e1edd7","title":"psicologia","slug":"psicologia","fixed":0,"project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5ebf2226793dae66abe63b52","title":"transtorno","slug":"transtorno","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"5ebf2226793dae66abe63b53","title":"peterpan","slug":"peterpan","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"}]},"content":{"title":"Síndrome de Peter Pan: a estratégia de uma vida lenta","slug":"sindrome-de-peter-pan-a-estrategia-de-uma-vida-lenta","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/040f2af9657073506a826e8d53c3759b4d893f61.jpg","headline":"Você se lembra das \"Aventuras de Peter Pan\"? O conto retrata a história do jovem Peter Pan, um rapaz que se recusa a crescer e sai pelo mundo em busca de","main_content":"
Você se lembra das \"Aventuras de Peter Pan\"? O conto retrata a história do jovem Peter Pan, um rapaz que se recusa a crescer e sai pelo mundo em busca de aventuras mágicas. O personagem foi criado, originalmente, em 1911, pelo escritor britânico James Matthew Barrie para uma peça de teatro que acabou se tornando livros, filmes e musicais que encantam crianças em todo o mundo até hoje.
As atitudes e comportamentos do personagem mais famoso deste conto infantil transformaram-se em referência para os homens que têm dificuldade em amadurecer. Essa associação se deu a partir da publicação do livro do psicólogo norte-americano Dan Kiley, intitulado “Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up”, em 1983, ou “Síndrome de Peter Pan- O Homem que nunca cresce”, em tradução livre.
Dr. Kiley trabalhou por anos com crianças e jovens com desvios comportamentais e, em sua rotina de atendimentos, percebeu que muitos deles apresentavam, justamente, a dificuldade de crescer e assumir as responsabilidades de adultos. Foi daí que nasceu a ideia de seu \"best seller\".
De acordo com o psicólogo Dan, a \"Síndrome de Peter Pan\" se caracteriza pela grande dificuldade do indivíduo se enxergar como um adulto e se desvencilhar totalmente do seu papel de criança e começar a crescer de verdade. Isso o faz constantemente agir de forma infantil, imatura, rebelde e inconsequente e ainda assim querer ser compreendido e aceito em sua forma de ser e agir. De acordo com o estudioso, essa resistência em crescer é mais comum entre os homens e pode afetar a vida acadêmica, profissional e amorosa daqueles que perpetuam comportamentos infantis.
Geralmente, este homem cresce fisicamente, mas sua mente continua a morar em sua infância, rejeitando veementemente os papéis de pai, marido e profissional e ficando imersa num universo particularmente cheio de comportamentos infantilizados. Por isso mesmo, seus hábitos (\"hobbies\", brincadeiras, preferências alimentares) ainda são associados a está época, pois ele nega envelhecer, o que interfere diretamente em sua qualidade de vida em todos os sentidos.
Nesse sentido, são observados na vida adulta problemas de ordem sexual, psicológica, financeira e social, além de forte dependência emocional dos pais, que refletem-se diretamente em sua dificuldade para amadurecer, crescer e honrar seus compromissos pessoais e profissionais.
Além disso, quem tem esta síndrome desperta o comportamento narcisista e faz com que o indivíduo sofra de sérios bloqueios em suas relações, fazendo com que ele tenha dificuldades em assumir e manter relacionamentos amorosos duradouros.
De todos os impactos possíveis que a \"Síndrome de Peter Pan\" pode causar na vida pessoal de alguém o que mais forte é, sem dúvidas, a dificuldade em construir relacionamentos saudáveis. Não apenas porque os próprios \"Peter Pans\" não conseguem se entregar inteiramente nas relações, mas, principalmente, porque as parceiras querem um homem ao seu lado, e não um filho.
As exceções costumam ser as pessoas que sofrem do Complexo de Wendy (Wendy é a personagem da história do Peter Pan que estabelece um vínculo emocional com o protagonista), que são aquelas que assumem a figura materna em qualquer tipo de relação, inclusive amorosa. Ou seja, esse tipo de relacionamento dá certo porque de um lado tem aquele que representa o papel do filho e do outro o da mãe.
Mas quando fala-se de relacionamentos, não trata-se apenas dos amorosos. Mesmo amizades são difíceis de se conseguir quando um dos lados não está disposto a ceder um pouco e deixar seus caprichos de lado. Diante desse cenário, é comum vermos \"Peter Pans\" sozinhos, sem grandes vínculos com quer que seja.
No âmbito profissional, esses impactos ainda são mais sentidos, pois o mundo corporativo é repleto de responsabilidades e cobranças, duas palavras com que os \"Peter Pans\" não sabem lidar muito bem. Além disso, a falta de maturidade, ao receber um feedback negativo, por exemplo, dificulta-os em lidar com certas questões do dia a dia.
É complicado falar em diagnóstico em uma síndrome que não está listada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e que, portanto, não é considerada uma doença. Até porque, via de regra, a \"Síndrome de Peter Pan\" não causa diretamente nenhum mal para a saúde de seus portadores. O que acontece é que os problemas decorrentes de um comportamento imaturo e das dificuldades em se relacionar podem impactar a qualidade de vida da pessoa.
Ainda assim, existem alguns fatores de risco que podem facilitar um diagnóstico. Não é raro que os \"Peter Pans\" assumam essa condição em virtude de algum abalo emocional na primeira infância, como problemas de relacionamento com os pais, por exemplo, e usem essa personalidade infantil para chamar atenção e receber maiores cuidados.
Existem casos também em que o comportamento imaturo funciona como uma tentativa de voltar a uma época que foi pouco aproveitada. Muitas crianças assumem certas responsabilidades muito cedo, passando de crianças a adultos sem qualquer tipo de preparação. Os jogadores de futebol, sobretudo no Brasil, são ótimos exemplos. Desde pequenos, eles são a grande esperança financeira da família, carregando muitas responsabilidades em seus ombros e, por sua vez, queimando muitas etapas do amadurecimento natural de um jovem.
A grande verdade é que o diagnóstico da \"Síndrome de Peter Pan\" é complicado, pois suas causas são multifatoriais. Tudo depende da cultura, da educação e do contexto em que a pessoa está inserida. Para usar um desses fatores citados acima como exemplo, uma educação permissiva, sem limites, aumenta as chances da criança virar um adulto com pouca noção de responsabilidade.
Pode-se dizer, portanto, que a criação é um dos maiores balizadores para um diagnóstico preciso da síndrome, uma vez que uma das suas principais características é justamente essa interrupção da maturidade emocional na criança. É importante ficar atento, principalmente, a homens que apresentam comportamentos imaturos em excesso, perfil narcisista, apego financeiro e sentimental aos pais, baixa autoestima, certo grau de rebeldia, irresponsabilidade elevada e dificuldades em criar vínculos com outras pessoas, principalmente, de natureza amorosa.
Cada um de nós tem o seu próprio ritmo de amadurecimento. Alguns podem ser mais cedo, outros mais tarde, mas, mais cedo, ou mais tarde, isso vai acontecer. O que não é uma opção é viver para sempre na \"Terra do Nunca\".
Por isso, a Síndrome de Peter Pan é assunto muito sério, ainda que não seja considerado um transtorno mental. Como dito, a condição pode trazer inúmeras dificuldades para a vida pessoal e profissional de alguém. Os problemas vão desde a falta de responsabilidade com suas obrigações até complicações em relacionamentos, e é de suma importância a busca, caso necessário, de terapêutica.
1- O QUE É A SÍNDROME DO PETER PAN? Instituto Brasileiro de Coaching (IBC): https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/o-que-e-sindrome-do-peter-pan/
2- Síndrome do Peter Pan: o que é, quais características? - Psicanálise Clínica: https://www.psicanaliseclinica.com/sindrome-do-peter-pan/
3- Síndrome de Peter Pan: o que é, sintomas e como lidar - SBCoaching: https://www.sbcoaching.com.br/blog/sindrome-peter-pan/
","external_link":null,"list_items":[],"recipe":{"portions":"","total_time":"","description":"","ingredients":[],"stages":[],"nutritional_information":""},"word_count":1098,"read_time":7},"content_draft":{"title":"Síndrome de Peter Pan: a estratégia de uma vida lenta","slug":"sindrome-de-peter-pan-a-estrategia-de-uma-vida-lenta","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/a9d91b617d7f1fbfbb8f83a6cd02c7d418f8f4e5.png","main_content":"Você se lembra das \"Aventuras de Peter Pan\"? O conto retrata a história do jovem Peter Pan, um rapaz que se recusa a crescer e sai pelo mundo em busca de aventuras mágicas. O personagem foi criado, originalmente, em 1911, pelo escritor britânico James Matthew Barrie para uma peça de teatro que acabou se tornando livros, filmes e musicais que encantam crianças em todo o mundo até hoje.
As atitudes e comportamentos do personagem mais famoso deste conto infantil transformaram-se em referência para os homens que têm dificuldade em amadurecer. Essa associação se deu a partir da publicação do livro do psicólogo norte-americano Dan Kiley, intitulado “Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up”, em 1983, ou “Síndrome de Peter Pan- O Homem que nunca cresce”, em tradução livre.
Dr. Kiley trabalhou por anos com crianças e jovens com desvios comportamentais e, em sua rotina de atendimentos, percebeu que muitos deles apresentavam, justamente, a dificuldade de crescer e assumir as responsabilidades de adultos. Foi daí que nasceu a ideia de seu \"best seller\".
De acordo com o psicólogo Dan, a \"Síndrome de Peter Pan\" se caracteriza pela grande dificuldade do indivíduo se enxergar como um adulto e se desvencilhar totalmente do seu papel de criança e começar a crescer de verdade. Isso o faz constantemente agir de forma infantil, imatura, rebelde e inconsequente e ainda assim querer ser compreendido e aceito em sua forma de ser e agir. De acordo com o estudioso, essa resistência em crescer é mais comum entre os homens e pode afetar a vida acadêmica, profissional e amorosa daqueles que perpetuam comportamentos infantis.
Geralmente, este homem cresce fisicamente, mas sua mente continua a morar em sua infância, rejeitando veementemente os papéis de pai, marido e profissional e ficando imersa num universo particularmente cheio de comportamentos infantilizados. Por isso mesmo, seus hábitos (\"hobbies\", brincadeiras, preferências alimentares) ainda são associados a está época, pois ele nega envelhecer, o que interfere diretamente em sua qualidade de vida em todos os sentidos.
Nesse sentido, são observados na vida adulta problemas de ordem sexual, psicológica, financeira e social, além de forte dependência emocional dos pais, que refletem-se diretamente em sua dificuldade para amadurecer, crescer e honrar seus compromissos pessoais e profissionais.
Além disso, quem tem esta síndrome desperta o comportamento narcisista e faz com que o indivíduo sofra de sérios bloqueios em suas relações, fazendo com que ele tenha dificuldades em assumir e manter relacionamentos amorosos duradouros.
De todos os impactos possíveis que a \"Síndrome de Peter Pan\" pode causar na vida pessoal de alguém o que mais forte é, sem dúvidas, a dificuldade em construir relacionamentos saudáveis. Não apenas porque os próprios \"Peter Pans\" não conseguem se entregar inteiramente nas relações, mas, principalmente, porque as parceiras querem um homem ao seu lado, e não um filho.
As exceções costumam ser as pessoas que sofrem do Complexo de Wendy (Wendy é a personagem da história do Peter Pan que estabelece um vínculo emocional com o protagonista), que são aquelas que assumem a figura materna em qualquer tipo de relação, inclusive amorosa. Ou seja, esse tipo de relacionamento dá certo porque de um lado tem aquele que representa o papel do filho e do outro o da mãe.
Mas quando fala-se de relacionamentos, não trata-se apenas dos amorosos. Mesmo amizades são difíceis de se conseguir quando um dos lados não está disposto a ceder um pouco e deixar seus caprichos de lado. Diante desse cenário, é comum vermos \"Peter Pans\" sozinhos, sem grandes vínculos com quer que seja.
No âmbito profissional, esses impactos ainda são mais sentidos, pois o mundo corporativo é repleto de responsabilidades e cobranças, duas palavras com que os \"Peter Pans\" não sabem lidar muito bem. Além disso, a falta de maturidade, ao receber um feedback negativo, por exemplo, dificulta-os em lidar com certas questões do dia a dia.
É complicado falar em diagnóstico em uma síndrome que não está listada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e que, portanto, não é considerada uma doença. Até porque, via de regra, a \"Síndrome de Peter Pan\" não causa diretamente nenhum mal para a saúde de seus portadores. O que acontece é que os problemas decorrentes de um comportamento imaturo e das dificuldades em se relacionar podem impactar a qualidade de vida da pessoa.
Ainda assim, existem alguns fatores de risco que podem facilitar um diagnóstico. Não é raro que os \"Peter Pans\" assumam essa condição em virtude de algum abalo emocional na primeira infância, como problemas de relacionamento com os pais, por exemplo, e usem essa personalidade infantil para chamar atenção e receber maiores cuidados.
Existem casos também em que o comportamento imaturo funciona como uma tentativa de voltar a uma época que foi pouco aproveitada. Muitas crianças assumem certas responsabilidades muito cedo, passando de crianças a adultos sem qualquer tipo de preparação. Os jogadores de futebol, sobretudo no Brasil, são ótimos exemplos. Desde pequenos, eles são a grande esperança financeira da família, carregando muitas responsabilidades em seus ombros e, por sua vez, queimando muitas etapas do amadurecimento natural de um jovem.
A grande verdade é que o diagnóstico da \"Síndrome de Peter Pan\" é complicado, pois suas causas são multifatoriais. Tudo depende da cultura, da educação e do contexto em que a pessoa está inserida. Para usar um desses fatores citados acima como exemplo, uma educação permissiva, sem limites, aumenta as chances da criança virar um adulto com pouca noção de responsabilidade.
Pode-se dizer, portanto, que a criação é um dos maiores balizadores para um diagnóstico preciso da síndrome, uma vez que uma das suas principais características é justamente essa interrupção da maturidade emocional na criança. É importante ficar atento, principalmente, a homens que apresentam comportamentos imaturos em excesso, perfil narcisista, apego financeiro e sentimental aos pais, baixa autoestima, certo grau de rebeldia, irresponsabilidade elevada e dificuldades em criar vínculos com outras pessoas, principalmente, de natureza amorosa.
Cada um de nós tem o seu próprio ritmo de amadurecimento. Alguns podem ser mais cedo, outros mais tarde, mas, mais cedo, ou mais tarde, isso vai acontecer. O que não é uma opção é viver para sempre na \"Terra do Nunca\".
Por isso, a Síndrome de Peter Pan é assunto muito sério, ainda que não seja considerado um transtorno mental. Como dito, a condição pode trazer inúmeras dificuldades para a vida pessoal e profissional de alguém. Os problemas vão desde a falta de responsabilidade com suas obrigações até complicações em relacionamentos, e é de suma importância a busca, caso necessário, de terapêutica.
1- O QUE É A SÍNDROME DO PETER PAN? Instituto Brasileiro de Coaching (IBC): https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/o-que-e-sindrome-do-peter-pan/
2- Síndrome do Peter Pan: o que é, quais características? - Psicanálise Clínica: https://www.psicanaliseclinica.com/sindrome-do-peter-pan/
3- Síndrome de Peter Pan: o que é, sintomas e como lidar - SBCoaching: https://www.sbcoaching.com.br/blog/sindrome-peter-pan/
","read_time":7},"author":{"id":"5e2dff7a7726b8035403c4cb","name":"Bárbara Figueiredo","slug":"barbarafigueiredo","image":"https://users.redesign.static-01.com/5e2dff7a7726b8035403c4cb/s/images/5a53515c2502246d041420bc91b5306821b19004.jpeg","bio":"20 anos. Acadêmica de Medicina na Fundação Educacional de Patos de Minas. Estagiária da Academia Médica. \nInstagram: @figueiredobabi","job":""}}]}}}