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As Escolas Médicas estão preparando os médicos do futuro? O futuro chegou!

As Escolas Médicas estão preparando os médicos do futuro? O futuro chegou!
Jefferson Cunha
jun. 16 - 3 min de leitura
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"O futuro já chegou, só não foi distribuído ainda", já citou William Gibson.

Com a pandemia da Covid-19, o mundo precisou sofrer grandes mudanças e a sociedade busca soluções imediatas, visando reduzir os impactos e o colapso, tanto econômico quanto na saúde. 

Dessa forma, especialistas e referências nacionais em inovação, tecnologia e empreendedorismo acreditam que avançamos cerca de 10 anos em pouco mais de dois meses. O vírus diminuiu o tempo de espera para a chegada do futuro.

Engana-se quem acredita que a medicina ficou isolada em uma bolha e não sofreu o impacto. Médicos precisaram adaptar suas rotinas e suas habilidades para usufruir de tecnologias - até antes distantes - e, com isso, manter seus atendimentos e suporte aos pacientes.

A partir disso, surge o questionamento: as escolas médicas estão preparando os médicos do futuro?

Currículos carregados de disciplinas tradicionais e proporcionando ao acadêmico a perspectiva de formar e prestar prova para alguma residência... montar o consultório, dar plantões e, quem sabe, concretizar o desejo de ser tão bom quanto aquele professor que sempre admirou. Sabemos que esse formato de carreira tem seus dias contados, seja tanto pela concorrência no mercado de trabalho quanto pela evolução.

Com a introdução da Inteligência Artificial, como o Watson, Machine Learning e Data base, a propriedade do diagnóstico entra em cheque. Hoje, sabe-se que o computador criado pela IBM pode ajudar a resumir e organizar os dados gravados do paciente, dando aos médicos um resumo do histórico do paciente  e auxiliando no diagnóstico e tratamento com uma acurácia de cerca de 70% - com constantes melhorias. Dessa forma, o modelo de ensino baseado em armazenar infinitas escalas, referências de exames, dentre tantos conteúdos, entra na contramão do futuro. 

O médico não será substituído por robôs, mas seu papel será revisto. Precisamos aprender na Escola Médica a melhorar ainda mais nossa escuta ativa, aprimorar nossa empatia e desenvolver habilidades no âmbito da criatividade, inteligência emocional e trabalho em equipe, pois são funções que o computador não consegue substituir na relação médico-paciente.

Dessa forma, o aprendizado deverá deixar de ser baseado em armazenar inúmeros conteúdos, alguns desnecessários, mas aprender a buscar as bases científicas confiáveis e de fácil acesso.  Pois, além disso, vivemos um "bombardeio" diário de novos estudos publicados e as informações mudam muito rapidamente. Assim, poderemos fornecer um atendimento cada vez mais atualizado, associado à tecnologia, buscando a excelência no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças. 

Ademais, somos pouco preparados para administrar nossas carreiras no que tange as finanças. É de praxe formarmos e cairmos no mercado de trabalho sem entender os básico em tributações de um profissional liberal, como posso empreender dentro da área.  Ao invés de pesquisas, algumas vezes sem aplicabilidade ou sem grandes contribuições científicas, instigar e ensinar sobre a construção de um plano de negócios não traria mais impactos no futuro?

Precisamos de um novo modelo de ensino médico, que além do ensino traga novos desafios e prepare o acadêmico para o novo mercado de trabalho que se aproxima.

    

 


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