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O último sopro de vida: o que faz a vida valer a pena?

O último sopro de vida: o que faz a vida valer a pena?
Luciana Dadalto
mai. 25 - 2 min de leitura
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O último sopro de vida: o que faz a vida valer a pena?

Luciana Dadalto

Aqui no Academia Médica tem um texto chamado “Procrastinação médica: 9 livros que todo médico deveria ler”. Não quero parecer presunçosa em incluir nessa lista um livro, afirmando que todo médico deveria ler, afinal, que moral eu tenho para dizer isso se não sou médica?

Então, quero começar essa resenha afirmando: “O último sopro de vida” é um livro que todos os que trabalham com a finitude da vida deveriam ler. Digo isso porque o livro é uma lição de resiliência, é um relato bem escrito e triste acerca do fim de vida de uma pessoa. Paul Kalanithi. Um escritor. Um médico. Um proeminente neurocirurgião. Um marido. Uma pessoa que, ao fim da vida resolveu ser pai. Um corajoso. Um lutador.

O livro é dividido em duas partes. A parte I, nomeada “Em perfeita saúde eu começo” conta a vida de Paul antes da descoberta do câncer. É um relato de leitura fácil sobre como um escritor se torna médico, sobre como a vontade de entender os sentimentos e o funcionamento cerebral transformaram um homem formado em Literatura Inglesa e Biologia em um exímio neurocirurgião.

Nessa parte, Paul deixa claro que a neurocirurgia era sua verdadeira vocação ao afirmar que “enquanto todos os médicos tratam doenças, os neurocirurgiões trabalham com a essência da identidade: qualquer operação no cérebro é uma manipulação da essência de nosso eu”. E ao longo do livro vamos descobrindo um pouco mais sobre a essência de Paul...

A segunda parte, “Não parar até morrer”, é um lindo relato de um homem que luta até o fim para que seu último sopro de vida seja digno. Somos guiados pelos sentimentos, pelas angústias, pelas decisões. Acompanhamos o diagnóstico, ansiamos por saber as curvas da Kaplan-Meier, torcemos pelos tratamentos, pela gravidez de Lucy, choramos com o desfecho, já sabido desde o início da leitura.

Ler um livro quando já se sabe o fim pode parecer chato. Mas “O último sopro de vida” nos mostra que, assim como na nossa vida, mesmo quando já sabemos o fim, vale muito a pena percorrer o caminho.

Boa leitura.


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