Somos 432 mil médicos no Brasil e estamos crescendo
Acabou de ser lançado pelo CFM em conjunto com o CREMESP a terceira edição do Estudo Demografia Médica do Brasil (que você pode baixar AQUI). Somos Mais mas não quer dizer nem um pouco que somos melhores que há 2 anos atrás (data da última edição).
Somos 432 mil médicos habitando e trabalhando nas terras tuiniquins. As projeções demonstram que este número deve aumentar a uma taxa líquida crescente nos próximos anos, ultrapassando 32 mil novos médicos por ano no ano de 2020.
Somos mais jovens e mais femininos também. A maior parte dos novos registros estão sendo realizados por jovens do sexo feminino, demonstrando sim a feminilização da profissão que hoje está em 42,5% de médicas. Entretanto, entre os médicos com 29 anos ou menos, as mulheres dominam o cenário e predominam com 56,2% do total de médicos inscritos em algum conselho de classe no Brasil.
A maioria dos médicos são especialistas. O presente estudo demonstrou que 40% dos médicos brasileiros não são especialistas. Isso pode ser no gráfico a seguir:
Quase metade de nós temos 3 vínculos empregatícios ou mais e 3/4 possuem mais de um emprego:
75% de todos os médicos do Brasil trabalham 40 horas ou mais. Destes, 43% trabalham mais de 60 horas por semana.
Ganhamos em média 13.292 reais ( média feita utilizando a média ponderal de acordo com o centro de cada faixa salarial). Fiquei assustado como estou tão abaixo desta média...
Trabalhamos no sistema público, privado, e onde mais tiver trabalho:
Alguém vê aí nos itens citados entre os entrevistados, em que lugar aparece localização da faculdade ou local onde fiz residência médica? Respeito ao profissional e ao paciente são os fatores que mais influenciam na fixação do médico em uma localidade.
Ainda não conseguimos tempo para ler o documento na íntegra, mas ele é muito rico e funciona muito bem para pautar muitos dos assuntos de saúde no Brasil. Talvez nossos governantes também devam estudar este compêndio na íntegra, entretanto duvido muito que isso aconteça. Peço então a você médico, acadêmico de medicina ou vestibulando, que conheça a realidade da sua profissão. Esse é o primeiro passo para podermos avançar realmente em melhorias, sem o poulismo e demagogias que estamos calejados de experimentar em nosso país.