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Tratamento precoce: Posicionamento da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Tratamento precoce: Posicionamento da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
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jan. 17 - 4 min de leitura
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Brasília, 17 de janeiro de 2021

POSICIONAMENTO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA SOBRE O COLAPSO EM MANAUS E TRATAMENTO PREVENTIVO E PRECOCE DA COVID-19

Nesta data, atingimos a marca de mais de 200 mil mortes por COVID-19 no Brasil, com nítido recrudescimento de casos e mortes após as comemorações de final de ano, levando ao risco de colapso de serviços de saúde, público e privados, em vários locais.

O colapso anunciado ocorreu de forma trágica em Manaus. Ter de escolher a quem atender na vigência de um último recurso disponível foi um fantasma que sempre nos assombrou durante a pandemia. Nem no pior dos cenários imaginávamos que pacientes internados morreriam em cadeia por falta de oxigênio.

A disponibilização planejada de infraestrutura, insumos, recursos humanos e financeiros aos hospitais são prioritários. A tomada de medidas emergenciais, após instalado o colapso do sistema de saúde se fazem necessárias em caráter irrevogável, porém gerou gasto público superior a um planejamento estratégico e logístico adequado, guiado por dados técnicos e científicos. Mortes teriam sido evitadas.

Porém, apesar de tantos alertas, assistimos novamente a disseminação de recomendações sem evidências científicas, sobretudo sobre o tratamento precoce e preventivo da COVID-19. Desta forma, a SBPT vem por meio desta ressaltar as recomendações baseadas em evidências científicas disponíveis até a presente data, sobre o uso dos seguintes fármacos na prevenção ou tratamento precoce da COVID-19:

a. Ivermectina e Nitazoxanide: não há dados conclusivos sobre a segurança e eficácia destes fármacos para o tratamento ou profilaxia da COVID-19. A recomendação da SBPT é contrária ao uso da ivermectina ou nitazoxanide na prevenção ou tratamento da COVID-19. Esta recomendação é compartilhada pela OMS e NIH (diretrizes elaboradas pelas principais sociedades médicas) Referências bibliográficas:

 b. Cloroquina ou hidroxicloroquina: os resultados dos estudos publicados até a presente data não demonstraram eficácia e segurança na profilaxia ou tratamento da COVID-19. A recomendação da SBPT é contrária ao uso de cloroquina ou hidroxicloroquina na prevenção ou tratamento da COVID -19. Esta recomendação é compartilhada pela OMS e NIH (diretrizes elaboradas pelas principais sociedades médicas) Referências bibliográficas

c. Corticoide: os dados publicados até a presente data não demonstraram eficácia e segurança na profilaxia ou tratamento precoce da COVID-19; estudos clínicos demonstraram benefício do uso de dexametasona restrito a pacientes com necessidade de oxigenoterapia, sobretudo entre aqueles em ventilação mecânica. A recomendação da SBPT é contrária o uso de corticoide, em pacientes SEM indicação de oxigenoterapia, como tratamento precoce ou profilático da COVID-19. Esta recomendação é compartilhada pela OMS e NIH (diretrizes elaboradas pelas principais sociedades médicas). Ressaltamos que pacientes com doenças pulmonares com indicação de uso de corticoide sistêmico ou inalatório devem manter o uso continuado das medicações, conforme orientação médica. Referências bibliográficas

d. Anticoagulação: não há resultados de estudos clínicos demonstrando a eficácia e segurança do uso de anticoagulante em pacientes não hospitalizados com COVID-19. A recomendação da SBPT é contrária a anticoagulação como tratamento precoce ou profilático da COVID-19 em pacientes ambulatoriais sem trombose venosa confirmada. Esta recomendação é compartilhada pela OMS e NIH (diretrizes elaboradas pelas principais sociedades médicas).

Ressaltamos que pacientes com indicação de anticoagulação ambulatorial por outras condições clínicas devem manter o tratamento sob orientação médica.

Assim, alertamos que até o presente momento não existe tratamento farmacológico precoce da COVID-19 com eficácia e segurança comprovadas.

Neste momento, toda a sociedade deve se voltar à prevenção da COVID-19 por meio das medidas recomendadas, que incluem usar máscaras, higienizar as mãos e manter distanciamento social enquanto aguarda o único tratamento farmacológico preventivo representado por vacinas seguras e asseguradas a todos. É papel dos gestores de saúde implementarem medidas preventivas e estratégicas de saúde pública que sabidamente tenham maior custo-efetividade.

A SBPT reforça a urgência e importância do início da vacinação no Brasil, após a aprovação pela ANVISA, e a cobertura do maior número de pessoas no menor tempo possível para que ocorra o controle da pandemia no país.

Diretoria SBPT 2021-2022

O Pdf pode ser encontrado no site da SBTP, ou NESTE LINK

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