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A Era da Terapia Epigenética

A Era da Terapia Epigenética
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fev. 29 - 2 min de leitura
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A edição epigenética, uma alternativa promissora à edição genômica, demonstrou capacidade de reduzir significativamente os níveis de colesterol em camundongos, sem alterar a sequência de DNA. Este avanço, divulgado em Nature em 28 de fevereiro de 2023, abre caminho para novas abordagens no tratamento de doenças, evitando os riscos associados à edição direta do DNA.

Os cientistas alcançaram essa façanha modificando o "epigenoma" dos animais, especificamente através da alteração de tags químicas anexadas ao DNA, que influenciam a atividade dos genes. A pesquisa focou no gene PCSK9, já conhecido como alvo para o tratamento do colesterol alto. A atividade deste gene foi significativamente reduzida por meio da edição epigenética, resultando em uma diminuição dos níveis de colesterol e proteína PCSK9 nos camundongos, com efeitos duradouros por pelo menos 11 meses.

Este estudo representa um marco importante na medicina, introduzindo uma nova forma de terapia que não envolve cortar ou alterar permanentemente o DNA. Em vez disso, utiliza a modificação de marcas epigenéticas para regular a expressão de genes específicos associados a doenças. A técnica empregada utiliza proteínas zinc finger, combinadas a fragmentos de proteínas que adicionam grupos metila ao DNA, para silenciar o gene alvo.

A pesquisa não só demonstra a eficácia da edição epigenética em reduzir o colesterol, como também sugere que esta abordagem pode ter efeitos duradouros, possivelmente estendendo-se além de um ano, conforme observado nos níveis de PCSK9 que não mostraram sinais de aumento ao final do estudo.

O entusiasmo em torno da edição epigenética está crescendo, com mais de dez empresas desenvolvendo terapias baseadas nesta tecnologia. Além de tratar níveis elevados de colesterol, a edição epigenética está sendo explorada para o tratamento de cânceres e outras doenças, onde a regulação da expressão gênica pode oferecer novas possibilidades terapêuticas.

A pesquisa em edição epigenética ainda está em seus estágios iniciais, mas os resultados até agora indicam um potencial significativo para o tratamento de uma ampla gama de doenças, proporcionando uma alternativa mais segura e talvez mais duradoura às terapias genéticas convencionais. À medida que avançamos, é provável que vejamos mais desenvolvimentos nesta área emocionante, abrindo novos caminhos para a medicina personalizada e o tratamento de doenças genéticas e adquiridas.



Referência: 

Ledford, H. (2024, February 28). ‘Epigenetic’ editing cuts cholesterol in mice. Nature. https://www.nature.com/articles/d41586-024-00563-1


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