Na área da saúde, a força de trabalho das mulheres é imensa
tanto no setor público quanto no privado. O protagonismo feminino se faz
presente tanto na saúde básica quanto em unidades hospitalares. Porém, será que
o trabalho delas é tão visto e valorizado quanto o dos homens? Até que ponto o
machismo estrutural afeta a saúde mental e o desempenho profissional de médicas,
enfermeiras, auxiliares, pesquisadoras e outras mulheres que atuam na área da
saúde?
Estas e outras questões foram debatidas no Troca de Plantão
S02EP13, desta terça-feira (30), que teve como tema “A Mulher na Saúde:
conquistas e necessidades (sob a ótica feminina) nos ambientes de saúde”. O
bate-papo foi moderado pelo fundador da Academia Médica, o médico Fernando
Carbonieri, e contou com a participação da ginecologista e fetóloga Ana Paula Panigassi, da
ginecologista e obstetra Marie Corbetta, da odontóloga Cristina Goellner, da
ginecologista e obstetra Lisete Rosa e Silva Bezoni e da gastroenterologista Marilea
Souza.
Todas as participantes concordaram que o assédio,
tanto moral quanto sexual, faz parte da realidade das profissionais da saúde do
sexo feminino. Porém, disseram que a forma como o assédio é percebido e tratado
mudou ao longo dos anos. “Antigamente, nós sofríamos assédio e não podíamos
reclamar. Se falássemos alguma coisa, nós seríamos as erradas. Poderíamos ser
demitidas. Hoje, isso começa a mudar. O medo não pode mais existir”, afirmou Cristina.
Ana Paula concordou e disse que, no passado, se a
mulher reclamasse de alguma coisa no ambiente de trabalho era interpretada como
se estivesse justificando as próprias falhas. A insatisfação feminina não era
levada a sério. Segundo ela, o que mudou nos últimos anos é a percepção sobre a
questão, sendo que as mulheres estão mais exigentes em relação a seus direitos
e os homens também estão sendo chamados a refletir sobre os problemas ainda
existente.
Marilea falou sobre a necessidade das mulheres apoiarem
outras mulheres. De acordo com ela, não é apenas o machismo que dificulta a
vida das profissionais, mas também a rivalidade que existe entre elas mesmas. Seguindo
a linha de raciocínio, Lisete comentou que as mulheres não podem negar a própria
natureza. Elas devem ter a coragem de escolher modelos que não sejam masculinos
na hora de agir e respeitar a própria forma de ser.
Para assistir ao episódio completo do Troca de Plantão, siga a Academia Médica no youtube e clique no vídeo a seguir:
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