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Apesar do EAD

Apesar do EAD
Marcela da Silveira Rocha
nov. 11 - 3 min de leitura
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Eu estive refletindo sobre o EAD. Muitos de vocês não sabem, mas fiz computação gráfica antes de Medicina. E no Rio onde eu morava - até pouco tempo - não existiam muitos cursos presenciais de efeitos especiais, 3D, photoshop... A gente que optava por essa área tinha que se virar. Eu lembro que "baixei" cursos em inglês e fazia por EAD. Não havia outra opção. Ou se aprendia no dia a dia trabalhando ou fazia por meio de EAD.

Bom, aí andei por Engenharia. Conheci um número GIGANTE de nerds kkkk. O pessoal da Engenharia estudava pelo YouTube. E peguei essa mania. Saí da Engenharia e fui para Medicina - que de fato é o que AMO. Na Medicina, eu trouxe o hábito da Engenharia de estudar por vídeo. Então, estou nessa de assistir a vídeo aulas há ANOS.

Mas é lógico que temos que ser solidários a quem não curte tanto. Eu particularmente estou acostumada. Eu aprendo MUITO mais por vídeo do que presencial. MUITO MAIS.

Embora eu goste, tem algumas questões relevantes a serem ditas. O EAD é MAIS INTENSO. Exige mais concentração, paciência, resiliência, um ambiente sem muitas distrações. E até eu que gosto, muitas vezes perco o foco durante a aula. E olha que eu curto. O esforço às vezes é muito grande para voltar de Nárnia kkkk e concentrar novamente. Os pensamentos - variados - oscilam durante as aulas quase de maneira automática. E quando só temos isso durante horas e dias a gente acaba ficando mais cansado do que o normal.

Entretanto, quem fica nesse esforço contínuo de tentar voltar a concentrar - apesar do cansaço - acaba acumulando mais informação do que no presencial TEÓRICO. Pode até parecer que não, mas a carga de informação acumulada é maior.

A gente está vivendo dias anormais. A verdade é que não há a receita pronta a ser adotada pelas instituições de ensino de Medicina. Todos estão à espera do próximo capítulo dessa novela que se chama COVID-19. Inédita na história da humanidade. E por mais que a gente reclame de estar à frente de uma tela durante 8/9 horas temos que reconhecer o trabalho de formiguinha realizado pelos coordenadores, professores e profissionais de TI. É muita gente e logística envolvidos. Sem tudo isso, em tempos de COVID, não haveria Medicina.

Caso a pandemia tivesse acontecido há 20 anos, estaríamos em casa SEM Medicina. E, portanto, é sempre bom reconhecer que não é apenas o cansaço, as horas seguidas em frente ao notebook que, SIM, levam à exaustão. É que apesar disso, ainda estamos FAZENDO Medicina. Graças ao EAD e a todos os envolvidos "the show goes on"

E como dizia Freddie que viveu a pandemia do HIV....

"I guess I'm learning (I'm learning learning learning)
I must be warmer now
I'll soon be turning (turning turning turning)
Round the corner now
Outside the dawn is breaking
But inside in the dark I'm aching to be free
The show must go on

The show must go on, yeah yeah"

 


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