Um estudo publicado no JAMA Network Open por pesquisadores da Califórnia teve como objetivo investigar as diferenças entre as aferições periféricas de Pressão Arterial Sistólica (PAS) entre pacientes do sexo feminino e masculino.
Os pesquisadores reuniram em uma coorte 500 pacientes com idade média de 66 anos, que foram encaminhados para angiografia coronária para avaliar invasivamente a PA. 145 deles (29%) eram mulheres. As medidas pós-procedimento baseadas em cateter das pressões aórtica ascendente e intrabraquial foram registradas em sincronia com pressões centrais e braquiais não invasivas avaliadas por meio de um monitor automático de Pressão Arterial (PA).
Nas análises transversais realizadas pelos pesquisadores, a PAS invasiva central da aorta foi maior nas mulheres do que nos homens, embora não tenha havido diferença nas medidas não invasivas da PAS braquial ou central. A diferença entre as medidas invasivas da PAS central e não invasiva braquial foi significativa, mas apenas 55% era mediada pela altura. Também, os dados registrados indicaram que a diferença não foi mediada pela idade.
Outros estudos fisiológicos e experimentais corroboram com a diferença entre os sexos. Esses estudos demonstraram que as medidas não invasivas de PA são intrinsecamente mais baixas nas mulheres do que nos homens, também, dados epidemiológicos longitudinais revelaram que a elevação da PA começa mais cedo em mulheres e aumenta mais rapidamente com o envelhecimento desse público.
Além disso, dados de resultados de quase uma dúzia de grandes estudos de coorte nacionais e internacionais descobriram que, para o mesmo grau de PA aumentada, as mulheres têm um risco maior de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral do que os homens.
Os pesquisadores ressaltaram que outras variantes como circunferência do braço e variáveis relacionadas ao procedimento de cateterização não foram ajustadas e podem ter contribuído para o achado de diferença de pressão entre os sexos.
“Sabemos que um manguito de tamanho único não serve para todos, ou mesmo para a maioria, quando se trata de circunferência do braço e medição precisa da PA, e agora podemos precisar considerar mais do que apenas a circunferência do braço.”
Segundo os pesquisadores do artigo publicado no JAMA, mais estudos são necessários com pacientes sem comorbidades para confirmar a diferença de PA e readequar as diretrizes e os padrões de normalidade conforme o sexo e mitigar o risco de doença cardiovascular para todos.
Referência
Bello NA, Cheng S. Sex Differences in Blood Pressure—A Measured Relook at Measures. JAMA Netw Open. 2022;5(6):e2215521. doi:10.1001/jamanetworkopen.2022.15521