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Atrás do Pote de Ouro

Atrás do Pote de Ouro
livia biason
nov. 17 - 3 min de leitura
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Um dia perceberemos que havia sim tratamento para a COVID-19, e que ele foi totalmente ignorado por todos. 

Nesse dia, olharemos para trás e veremos que todo esforço realizado para compra de ventiladores, medicações de comprovação duvidosa e a facilidade quase inacreditável de se criar leitos de UTI, somente serviu para dar falsas esperanças a quem não compreende a complexidade do sistema de saúde.

Segundo a totalidade das pesquisas científicas de boa qualidade disponíveis até agora, não existem, no mundo, medicamentos capazes de prevenir ou frear a evolução dessa doença, de maneira muito eficaz.

Cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, vitamina D, zinco, prata coloidal, remdesevir, plasma de convalescente... nada disso demostrou efeito consistente contra o vírus e sua resposta inflamatória.

Na contramão de todas essas “novidades científicas”, exploradas como ouro em tempos de pandemia, e a busca desenfreada por uma cura milagrosa, estamos deixando pra trás a única terapia, que até o momento, demostrou poder ajudar os pacientes: a chamada terapia de suporte. 

A terapia intensiva tem por meta principal a manutenção de funções vitais, enquanto a doença que ocasionou o estado crítico é combatida. Isso é o chamado tratamento de suporte. No sentido mais puro da palavra, conforme o dicionário: o que é usado para sustentar, evitar a queda. 

Evitando a queda, enquanto o organismo possa se recuperar dos efeitos causados pela infecção viral, os intensivistas e equipes multidisciplinares passam os dias dando suporte aos pacientes. 

Evitar danos é a palavra de ordem. E isso demanda um conhecimento refinado e específico, que somente profissionais capacitados podem fornecer.  

Por trás dessa terapia, para manter os pacientes vivos, há toda uma equipe. Equipe essa que vem se doando exaustivamente há meses, que vem se expondo milhares de vezes, sofrendo de uma angústia extrema, tendo que por vezes descumprir os protocolos que visam minimizar a exposição da equipe ao vírus pois, se o seguirmos à risca, o paciente pode não aguentar, equipes em que alguns vem se infectando...e morrendo...

E por mais que a grande maioria não enxergue, essas equipes é que estão sendo o “remédio” que todos esperam encontrar. Profissionais que necessitam se preparar por anos e estar em constante atualização, sendo extremamente mal remunerados e, até mesmo, não reconhecidos. 

E o que impressiona em tempos de inteligência artificial, é que quem está sendo extremamente fundamental são os seres humanos. 

 


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