Uma viagem inesquecível para a esquerda mundial, uma trajetória louvável para alguns estudantes de medicina, um líder inspirador para alguns historiadores. Até quando uma informação errônea contribuirá para mascarar falsos mitos?
Para o conhecimento popular, uma informação passada de geração a geração acaba tornando-se um dogma cultural. Assim, apesar de alguns estudiosos favoráveis à liberdade de expressão, artística e sexual, exaltarem a figura de Ernesto Rafael Guevara de La Serna, “Che Guevara”, ele ainda é muito contraditório.
No filme “ Diários de Motocicleta”, o caminho percorrido por ele, entre regiões e países diferentes, mostra a figuração de um herói após conhecer a difícil realidade e injustiças sofridas pelo povo sul-americano, disposto a mudar essa situação social e econômica. Essa sua cinematográfica viagem pela América Latina, com seu amigo Alberto Granado, deixou marcas cravadas na história mundial de um líder a ser respeitado. As camisas e pôsteres com suas fotos são vendidas em massa, representando a imagem de um líder exemplar. Porém, esse herói torna-se um vilão duro e cruel. Seus malfeitos pouco conhecidos, causaram dezenas de mortes e perseguiram cruelmente seus opositores.
Che teve sua trajetória coberta de contradições, começando pela sua carreira profissional. Tornou-se extremamente famoso entre os estudantes da área da saúde por exercer uma medicina humanizada, mas os seus pacientes discordam dessa fama atribuída apenas por falácias. Para eles, Che era homofóbico, racista e injusto nas suas ações, principalmente com aqueles contrários a sua postura política.
Em sua trajetória política conturbada, Che ousou executar ações que um suposto líder libertador jamais se arriscaria. Entre elas, perseguiu gays, proibiu a transmissão de músicas estrangeiras, assassinou contrários e alguns favoráveis a sua revolução. Mesmo com essas atitudes condenáveis, ele tornou-se famoso pelo seu importante uso de marketing político e comercial. No livro do cubano Humberto Fontoura, “O verdadeiro Che Guevara e os idiotas úteis que o idolatram” está explícito que Che apesar de ter se tornado um sucesso mundialmente, foi um fracasso na vida real. Grande parte deste fracasso é percebido em seu incompetente trabalho no Ministério da Economia, acabando com a infraestrutura de um país e em sua guerra midiática apoiada pelos Estados Unidos contra Fulgêncio Batista, corrompendo favoráveis a este.
Atentando-se aos argumentos apresentados, Che Guevara foi um mito perspicazmente construído sob farsas e marketing que até então o mantém como herói exemplar. A maioria dos documentos, artigos e livros publicados exaltam sua figura contraditória, mascarando a veraz face dura e cruel.
Esse texto tem como finalidade desconstruir a figura de um mito político, econômico e profissional. Tanto na sua carreira médica quanto como revolucionário, Che não foi o sucesso que a maioria das bibliografias tendenciosas revelam. Foi um líder duro, cruel e que não obteve metade do triunfo atribuído.
Lucas Felipe Moraes Malheiros
Acadêmico de Medicina da Universidade de Rio Verde(UniRV)