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Cientistas criam 132 embriões com uma combinação entre macaco e humano na China

Cientistas criam 132 embriões com uma combinação entre macaco e humano na China
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abr. 22 - 3 min de leitura
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Durante a pesquisa, foram fertilizados óvulos extraídos de macaco cinomolgo (Macaca fascicularis). Seis dias após a fertilização, 132 embriões receberam células-tronco pluripotentes humanas, capazes de se desenvolverem como uma infinidade de células dentro e fora dos embriões. As células híbridas cresceram e se dividiram, como é esperado no desenvolvimento embrionário, porém cada indivíduo resultou combinações únicas entre células de humano e de macaco.

Durante o estudo, os embriões se deterioraram em níveis variáveis: 11 dias após a fertilização, 91 estavam vivos; no 17º dia, 12 sobreviveram; e apenas 3 chegaram ao 19º dia após a fertilização. Os pesquisadores envolvidos no experimento acreditam que alguns híbridos de humanos e animais possam ser boas cobaias para testes de drogas e usados para o crescimento de órgãos para transplante. Desde 2017, a equipe vem trabalhando com híbridos e já testou porcos com células humanas, vacas com células humanas e ratos com células de camundongo. Em 2019, o mesmo time de cientistas conseguiu manter um embrião de macaco crescendo em laboratório por 20 dias após a fertilização.

O time também tentou fazer um híbrido de rato e humano, mas até o momento não teve sucesso. Os envolvidos suspeitam que a dificuldade ocorre devido à distância de ambos na cadeia evolutiva, o que pode fazer que as células das duas espécies tenham mecanismos diferentes para se comunicar. O último trabalho, no entanto, vem dividindo cientistas e biólogos: alguns questionam a necessidade dos experimentos usando primatas próximos a humanos, porque esses animais não costumam ser utilizados em pesquisas como modelos, já que o mais usual são ratos e camundongos. Há também o receio de que esse tipo de pesquisa possa chocar a opinião pública, uma vez que células nervosas humanas podem interferir na capacidade mental da quimera, embora no estágio embrionário não exista consciência.

“Não sabemos se embriões de macaco com células humanas seriam biologicamente viáveis, entretanto nosso objetivo na pesquisa de quimeras não é desenvolver novos organismos, mas compreender melhor o desenvolvimento humano para obter tratamentos para as doenças”.

Estados Unidos, Reino Unido e Japão já limitaram as pesquisas com quimeras envolvendo células humanas. O estudo mencionado neste texto foi financiado pelo governo chinês em parceria com uma universidade espanhola e uma fundação americana. Em maio de 2021, a Sociedade Internacional para Pesquisas com Células-Tronco (ISSCR) deverá publicar novas regras para estudos com células-tronco que devem envolver as quimeras, pois há um comitê da instituição especificamente para discuti-las atualmente.

 

Referências:

Contribuição quimérica de células-tronco pluripotentes estendidas humanas para embriões de macaco ex vivo: https://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(21)00305-6

 


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