Colite Ulcerativa é uma condição inflamatória crônica do cólon que pode afetar indivíduos de qualquer idade, sendo mais comumente diagnosticada entre os 20 e 40 anos. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de pessoas na América do Norte vivem com essa doença. Os sintomas variam e podem incluir sangramento retal, diarreia, aumento da frequência de evacuações, urgência intestinal, incontinência fecal e dor abdominal. Além disso, fadiga, febre, desidratação e perda de peso são comuns. Cerca de um quarto dos pacientes apresentam sintomas extraintestinais, como artrite, inflamação dos ductos biliares ou dos olhos.
Fonte: Voelker R., 2023
A qualidade de vida dos pacientes com colite ulcerativa é frequentemente comprometida, experimentando maior incidência de depressão, ansiedade, distúrbios do sono e disfunção sexual em comparação com a população em geral. O risco de câncer de cólon aumenta 1,7 vezes em relação à população geral, sendo de 4,5% em 20 anos após o diagnóstico.
O diagnóstico da colite ulcerativa baseia-se em sintomas gastrointestinais, exames de sangue e fezes, e procedimentos como colonoscopia, após a exclusão de outras causas. Os exames de sangue geralmente revelam anemia, aumento do número de leucócitos e marcadores inflamatórios elevados. O teste de fezes tipicamente mostra níveis elevados de calprotectina, uma proteína associada à inflamação intestinal. A colonoscopia pode revelar inflamação, erosões, úlceras e sangramento, enquanto a biópsia de tecidos inflamados do cólon mostra mudanças inflamatórias crônicas.
O tratamento varia de acordo com a gravidade da doença e a área do cólon afetada. Para casos leves a moderados limitados ao reto e ao cólon inferior, o tratamento pode incluir supositórios ou enemas de 5-aminossalícico (5-ASA) como mesalamina. Casos que se estendem além do reto, podem requerer 5-ASA oral e tópico. Corticosteroides orais podem ser prescritos para sintomas que não melhoram com 5-ASA. Em casos graves, podem ser usados corticosteroides intravenosos ou medicamentos biológicos e pequenas moléculas orais. A cirurgia pode ser necessária em casos severos não responsivos ao tratamento médico máximo ou para complicações específicas.
O monitoramento e manejo contínuos são essenciais para prevenir ou reduzir os surtos de colite ulcerativa. Recomenda-se que os pacientes sejam submetidos a colonoscopias regulares para triagem de câncer colorretal, com a frequência dependendo de fatores de risco individuais.
Referência:
Voelker R. What Is Ulcerative Colitis? JAMA. 2024;331(8):716. doi:10.1001/jama.2023.23814