Um estudo publicado na revista Nature em 31 de julho de 2024, revela detalhes sobre as células imunes nas vias aéreas superiores, apresentando implicações promissoras para o desenvolvimento de vacinas nasais mais eficazes. Esta pesquisa, conduzida por Sydney Ramirez e sua equipe no La Jolla Institute for Immunology na Califórnia, foca em uma área menos explorada do sistema imunológico: a imunidade residente na parte superior das vias aéreas, que inclui o nariz, a boca, os seios da face e a garganta.
🔎Descobertas
1. Memória Imunológica Nasal: O estudo mostra que o nariz e as vias aéreas superiores não são apenas barreiras físicas contra patógenos, mas também campos de treinamento onde as células imunes aprendem e memorizam agentes patógenos. Essa "memorização" permite que elas defendam eficientemente contra futuros ataques de microorganismos similares.
2. Amostragem Inovadora: Utilizando swabs nasofaríngeos, método ampliado durante a pandemia de COVID-19, os pesquisadores conseguiram coletar e analisar milhões de células imunes. Essa técnica proporcionou um meio de observar a evolução da população de células imunes ao longo do tempo em adultos saudáveis.
3. Centros Germinativos Ativos: Uma descoberta surpreendente foi a presença de centros germinativos ativos nos adenoides – tecidos imunes localizados no fundo do nariz – de participantes de todas as idades. Estes centros são cruciais para o treinamento de células B na produção de anticorpos eficazes.
4. Implicações para Vacinas Nasais: A capacidade de monitorar as respostas imunológicas nas vias aéreas superiores oferece uma nova abordagem para testar a eficácia de candidatos a vacinas intranasais. Isso é especialmente relevante, visto que vacinas administradas através do nariz podem provocar uma resposta imune local mais robusta comparada às vacinas injetáveis.
A pesquisa reforça a importância das defesas imunológicas nas vias aéreas superiores e como elas podem ser otimizadas para melhorar as respostas a infecções respiratórias. Além disso, os insights sobre a atividade dos centros germinativos, mesmo na ausência de sintomas de doença, podem abrir novos caminhos para entender como o sistema imunológico responde a patógenos e vacinas ao longo do tempo.
👉🏻 Para aprofundar o seu conhecimento no assunto, disponibilizamos aqui, o link de acesso ao estudo na íntegra.
Referência:
Kozlov, M. (2024, July 31). Your nose has its own army of immune cells — here’s how it protects you. Nature. https://www.nature.com/articles/s41586-024-07748-8