A Síndrome da Cabeça Chata, cientificamente conhecida como plagiocefalia ou braquicefalia, é uma condição observada em bebês, caracterizada pelo achatamento de um lado ou da parte de trás do crânio. Essa condição ocorre devido à pressão prolongada sobre o crânio durante a gravidez ou nos primeiros meses de vida do bebê. Um artigo publicado em JAMA, em 11 de abril de 2024, oferece uma visão abrangente sobre as causas, prevenção e tratamento dessa condição frequente.
Tipos de Síndrome da Cabeça Chata
Existem dois tipos principais dessa síndrome:
1. Plagiocefalia: Onde o achatamento ocorre em um lado da cabeça, podendo, em casos graves, deslocar a orelha desse lado para frente e resultar em uma aparência assimétrica do rosto, pescoço ou mandíbula.
2. Braquicefalia: Neste tipo, a parte de trás da cabeça fica achatada, fazendo com que a cabeça pareça mais larga do que o normal.
Causas e Prevalência
Desde a recomendação de 1994 para que os bebês durmam de costas — uma medida para prevenir a Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI) — houve um aumento nas taxas dessa síndrome. Outros fatores de risco incluem o uso prolongado de carregadores de bebês, nascimentos múltiplos, prematuridade e atraso no desenvolvimento de habilidades motoras, como rolar ou sentar sem apoio. Bebês com condições que limitam a mobilidade do pescoço, como torticolis, também estão em maior risco.
Prevenção
A prevenção eficaz inclui alternar o lado da cabeça do bebê que fica voltado para baixo ao deitá-lo e limitar o tempo que o bebê passa em cadeirinhas de carro, balanços e carregadores. Além disso, recomenda-se a prática do "tempo de barriga para baixo" — colocar o bebê de barriga para baixo enquanto acordado e supervisionado, somando um total de 30 minutos por dia.
Tratamento
O tratamento para casos leves envolve esforços para reposicionar a cabeça do bebê ao deitá-lo, bem como fisioterapia para melhorar a mobilidade do pescoço e promover o desenvolvimento de marcos motores. Para casos moderados a graves, pode-se recorrer à terapia de capacete.
Terapia de Capacete
A terapia de capacete utiliza um dispositivo médico personalizado que redireciona o crescimento normal da cabeça para áreas achatadas do crânio. Os capacetes, recomendados para uso diário de 23 horas, são feitos de materiais leves e rígidos, como plástico, e possuem acolchoamento interno de espuma para conforto e crescimento do crânio do bebê. A terapia é mais eficaz quando iniciada entre os 4 e 12 meses de idade, e a duração do tratamento varia conforme a gravidade da assimetria do crânio.
Referência:
Collazo GR, Angulo MI. Flat Head Syndrome in Infants. JAMA. Published online April 11, 2024. doi:10.1001/jama.2023.26048