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Corticosteroides no Tratamento de Infecções Pulmonares Graves

Corticosteroides no Tratamento de Infecções Pulmonares Graves
Comunidade Academia Médica
jun. 16 - 3 min de leitura
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Estudos reavaliam o papel dos corticosteroides em doses reduzidas no tratamento de infecções pulmonares severas em adultos internados em unidades de terapia intensiva (UTI). A pesquisa publicada em 12 de junho de 2024 em JAMA compila dados promissores sobre esta abordagem terapêutica, sugerindo benefícios significativos em termos de mortalidade e redução dos dias de ventilação mecânica em pacientes selecionados.

Fonte:  Pirracchio R, Venkatesh B, Legrand M., 2024

Contexto e Evolução do Tratamento

Historicamente, estudos da década de 1980 não demonstraram benefícios no uso de altas doses de corticosteroides para choque séptico, mas pesquisas mais recentes indicam que doses menores podem ser vantajosas em casos específicos de infecções pulmonares graves. Estes pacientes, frequentemente admitidos por sepse e choque séptico, representam um grupo onde o equilíbrio entre a resposta anti-inflamatória e proinflamatória é crucial para a sobrevivência.

Evidências Atuais sobre Baixas Doses de Corticosteroides

A revisão destaca várias condições onde o uso de corticosteroides em baixas doses mostrou-se benéfico:

  1. COVID-19: Pacientes com COVID-19 que necessitam de oxigênio suplementar mostraram menor mortalidade e mais dias sem ventilação mecânica quando tratados com dexametasona 6 mg diariamente por 10 dias.

  2. Pneumonia Bacteriana Comunitária (PBC): Estudos indicam que o uso precoce de corticosteroides em baixas doses pode reduzir a falha no tratamento e o tempo de internação hospitalar para pacientes com PBC grave.

  3. Sepse e Choque Séptico: Pacientes com choque séptico associado a infecções pulmonares podem se beneficiar de hidrocortisona intravenosa, melhorando a sobrevivência sem o aumento de complicações sérias.

  4. Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA): Recomenda-se o uso condicional de corticosteroides para pacientes com SARA devido a infecções pulmonares, com base em evidências que mostram redução da mortalidade hospitalar e aumento dos dias livres de ventilador.

Riscos Associados

Apesar dos benefícios, o uso de corticosteroides não está isento de riscos, como hiperglicemia, hipernatremia, infecções secundárias, sangramento gastrointestinal e complicações neuropsiquiátricas. No entanto, a revisão sugere que esses riscos são geralmente gerenciáveis e não contraindicam o uso de corticosteroides em contextos apropriados.

O estudo conclui que o tratamento com corticosteroides em doses baixas é associado a uma redução da mortalidade em pacientes com infecções pulmonares graves, especialmente em contextos de COVID-19, PBC grave e Pneumocystis pneumonia em pacientes com HIV. Esta evidência apoia o uso criterioso de corticosteroides como uma ferramenta valiosa no manejo de infecções pulmonares em ambientes críticos.


👉🏻Para aprofundar o seu conhecimento nos resultados deste estudo, disponibilizamos aqui o link de acesso ao estudo na íntegra. 



Referência: 

Pirracchio R, Venkatesh B, Legrand M. Low-Dose Corticosteroids for Critically Ill Adults With Severe Pulmonary Infections: A Review. JAMA. Published online June 12, 2024. doi:10.1001/jama.2024.6096


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