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Critérios de Ferritina e Impacto no Diagnóstico de Deficiência de Ferro

Critérios de Ferritina e  Impacto no Diagnóstico de Deficiência de Ferro
Comunidade Academia Médica
ago. 7 - 3 min de leitura
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Um estudo sobre o diagnóstico de deficiência de ferro em cuidados primários foi destacado em um artigo publicado em 5 de agosto de 2024, na revista JAMA. Com foco na variabilidade dos limiares de ferritina para o diagnóstico da deficiência de ferro, incluindo sua forma não anêmica, o artigo, intitulado "Ferritin Cutoffs and Diagnosis of Iron Deficiency in Primary Care," oferece uma análise detalhada de como os diferentes pontos de corte para ferritina podem afetar consideravelmente o diagnóstico desta condição.

Principais Descobertas
O estudo analisou mais de 255.000 pacientes na atenção primária na Suíça, observando uma variação substancial nas taxas de diagnóstico de deficiência de ferro baseada nos níveis de corte de ferritina escolhidos.

Importante notar que as diretrizes sobre a deficiência de ferro são conflitantes quanto aos grupos populacionais que mais se beneficiam dos testes de ferritina. Alguns guias desencorajam o rastreio rotineiro na população geral, exceto em condições que demandam atenção especial devido a um risco aumentado, como a doença inflamatória intestinal e a doença renal crônica.

Os pontos de corte de ferritina variam amplamente nas diretrizes, com algumas sugerindo um limite inferior de 12 a 15 ng/mL, enquanto outras sugerem limites mais elevados, de até 45 a 50 ng/mL. Este estudo revelou que a escolha dos pontos de corte de ferritina pode levar a tratamentos excessivos ou insuficientes, o que pode resultar em consequências negativas para a saúde do paciente e em desperdícios de recursos do sistema de saúde.

🟦 A tabela, extraída do conteúdo original mostra os determinantes do teste de ferritina:Fonte: Jäger L, Rachamin Y, Senn O, Burgstaller JM, Rosemann T, Markun S., 2024

Variabilidade e Associações no Teste de Ferritina

O estudo também destacou uma variação considerável nos testes de ferritina, com taxas de testes mais altas em mulheres pós-menopausa comparadas aos homens da mesma idade, e uma frequência maior de testes por médicos gerais mais jovens e do sexo feminino. Essa variação pode refletir diferenças nas práticas preventivas e na busca por informações entre os profissionais de saúde de diferentes idades e sexos.

Implicações Clínicas

A escolha do ponto de corte de ferritina tem implicações diretas para a prática clínica, uma vez que a definição de deficiência de ferro influencia tanto a decisão de iniciar tratamento quanto o monitoramento da resposta terapêutica. A falta de consenso nas recomendações destaca a necessidade de mais orientações e harmonização das diretrizes para o manejo da deficiência de ferro na atenção primária.

🟦 A tabela a seguir apresenta as incidências de diagnósticos de deficiência de ferro (não anêmica, anêmica e total) em diferentes pontos de corte de ferritina sérica:

Fonte: Jäger L, Rachamin Y, Senn O, Burgstaller JM, Rosemann T, Markun S., 2024


Os resultados reforçam a necessidade de uma base de informação mais robusta para avaliações no nível do sistema de saúde e apontam para a necessidade de uma maior harmonização das diretrizes na atenção primária. A seleção cuidadosa dos pontos de corte de ferritina é essencial para otimizar o cuidado ao paciente e para o uso eficiente dos recursos em saúde.


👉🏻 Acesse o estudo na íntegra, clicando aqui


Referência:

Jäger L, Rachamin Y, Senn O, Burgstaller JM, Rosemann T, Markun S. Ferritin Cutoffs and Diagnosis of Iron Deficiency in Primary Care. JAMA Netw Open. 2024;7(8):e2425692. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.25692


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