Me chamo Camila, tenho 35 anos e a medicina foi meu segundo curso superior.
Infelizmente, vivo a dura realidade muito bem retratada em outras postagens aqui diariamente.
Por que ser médico se transformou em uma das profissões mais miseráveis?
Não obstante, estou com um filho de 2 meses e meio e terei que retornar aos plantões para conseguir sustentar nossa família.
Ainda não finalizei minha residência em pediatria devido ao nascimento do bebê e, até o presente momento, não recebi sequer 1 centavo do INSS pela licença maternidade, pois a bolsa da residência foi suspensa.
Além de tudo o que foi exposto, o fato de ser mulher e médica impacta negativamente na construção e crescimento de uma criança pois terei que desmamá-lo precocemente, indo contra tudo que oriento na prática pediátrica.
É frustrante saber que não posso colocar em prática aquilo que me esforcei tanto para aprender e internalizar. Parece um discurso vazio e sem sentido o aleitamento materno exclusivo, quando possível, por 6 meses.
Retorno ao perigo das estradas, ao stress da rotina massante e à frustração imensurável da separação do meu filho devido às condições de trabalho que a medicina brasileira nos impõe.