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Dez perguntas comuns de pacientes com câncer

Dez perguntas comuns de pacientes com câncer
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mai. 25 - 7 min de leitura
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O relacionamento entre médico e paciente é delicado, e muitas vezes o paciente sente-se intimidado de expor todas as suas dúvidas e aflições durante uma consulta ou diante de um diagnóstico. Sempre é válido, portanto, se antecipar às possíveis dúvidas de pacientes e ter respostas seguras e com linguagem acessível para tranquilizá-los.

Quando se trata de câncer, o impacto pode paralisar ainda mais. As preocupações vão desde as mudanças no estilo de vida e ritmo de trabalho até o cuidado com familiares e pessoas do convívio do paciente, que pode ter receios relacionados ao desconhecimento sobre a doença e tratamentos.

Também não é incomum que pacientes sintam-se inseguros diante da necessidade de tomada de decisão referente à participação em pesquisas e estudos.

Você já parou para pensar sobre as possíveis preocupações mais frequentes entre pacientes com câncer?

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) preparou uma relação com dez perguntas:
1) Devo parar de trabalhar ou realizar minhas atividades diárias após receber o diagnóstico do câncer?
2) Posso fazer exercícios físicos ou devo ficar em repouso?
3) Em que situação devo procurar o Hospital?
4) A quimioterapia em comprimido é tão eficaz quanto a quimioterapia intravenosa?
5) Toda quimioterapia faz cair o cabelo?
6) Meus familiares podem usar o mesmo banheiro que eu durante o período de quimioterapia?
7) Posso tomar sol durante o meu tratamento?
8) Existe algum tipo de risco para as pessoas que convivem comigo durante a fase em que estou fazendo radioterapia?
9) Pólipos no intestino ou miomas no uterino podem virar câncer?
10) Participar de pesquisa é seguro?

O ICESP elaborou ainda uma relação das recomendações e respostas-padrão para essas dúvidas, em termos compreensíveis para pessoas leigas.

Em relação ao estilo de vida e rotinas de trabalho, o indicado é tentar manter as atividades diárias e o trabalho normalmente. É importante lembrar que novas atividades farão parte do dia-a-dia, como consultas médicas freqüentes, exames invasivos e tratamentos demorados, como a quimioterapia.

A nova rotina de tratamentos, exames e consultas pode afetar o estado geral do paciente e exigir mudanças em suas atividades e agenda.

Caso o paciente não tenha o hábito de fazer exercício físico regularmente, é essencial conversar sobre o assunto antes que ele inicie qualquer atividade, lembrando sempre quye é fundamental escutar o próprio corpo, mesmo que ele já se exercite. Repouso e tempo de descanso entre as atividades são indispensáveis.

Em geral, pacientes são orientados a procurar o serviço de saúde em caso de febre (temperatura maior ou igual a 37,8ºC); falta de ar súbito; convulsões; confusão mental; dor de aparecimento abrupto ou difícil de suportar; mal estar intenso, mesmo que não se saiba o porquê; diminuição de força nas pernas de aparecimento recente; náusea ou vômito que impedem a alimentação ou ingesta de líquidos; diarréia intensa.

Sobre tratamentos, a possibilidade de fazer quimioterapia utilizando comprimidos é um exemplo claro do avanço da medicina, uma vez que nessa situação o paciente pode fazer o tratamento contra o câncer em sua própria casa. A quimioterapia via oral, porém, está disponível apenas para alguns tipos de câncer. Cada quimioterapia tem uma indicação específica, e o comprimido pode ser mais eficaz que a medicação pela veia em alguns casos e menos eficaz em outros.

A queda de cabelos é um tema comum entre pacientes com câncer, e depende do tipo de quimioterapia usada e da sensibilidade do paciente ao tratamento. Vale lembrar que mesmo quando ocorre essa queda é temporária, e após o término do tratamento o cabelo volta a crescer normalmente.

É importante também ressaltar que não há risco de "contaminação" de familiares e demais pessoas do convívio do paciente através da utilização em comum de banheiros. Apenas alguns tipos de quimioterapia são eliminados pela urina ainda com ação do medicamento, e é essencial esclarecer para o paciente se a quimioterapia usada exige algum cuidado especial.

Em relação ao sol, a preocupação do paciente tem fundamento. Alguns quimioterápicos podem aumentar a sensibilidade das células da pele, e em caso de exposição ao sol podem ocorrer manchas ou até mesmo queimaduras. Essa orientação, portanto, faz parte dos esclarecimentos sobre o tratamento adotado e os cuidados necessários.

Muitos pacientes associam o tratamento contra o câncer somente à quimioterapia, mas a radioterapia é um tratamento muito útil na área de oncologia. Vale informar ao paciente, em caso de questionamento, que a radioterapia tem diferentes indicações e formas de aplicação, podendo ser externa, mais frequentemente indicada, ou interna (braquiterapia). Para aprofundar sobre uma possível percepção, por parte do paciente, de que a radioterapia seria um tratamento mais "simples", é sempre bom informar que ambos os tratamentos são ambulatoriais, isto é, o paciente vai e volta do hospital a cada sessão.

Por mais que algumas preocupações pareçam infantis ou irreais,  procure ter em mente que muitos pacientes têm tanto receio de câncer que apenas se informar ou pensam sobre o assunto quando são obrigados a isso por conta de um diagnóstico pessoal.  Não estranhe, portanto, se receber perguntas inusitadas relacionadas ao mecanismo da radiotividade. Explique objetivamente que nenhum paciente torna-se radioativo após o tratamento e pode conviver normalmente com as pessoas.

Sobre a evolução de pólipo para câncer, é sempre bom apresentar dados, métodos de rastreio e de prevenção. No caso de pólipos intestinais, é interessante também informar que pólipo é um tumor benigno, que em geral começa bem pequeno e cresce lentamente no decorrer dos anos. Considere que pouco mais da metade dos pólipos do intestino, quando avaliados em laboratórios, são do tipo adenoma, ou pré-malignos. Esse tipo de pólipo tem grande chance de se desenvolver em um câncer de intestino, enquanto os outros não exigem a mesma preocupação. Fale sobre os meios para saber se o pólipo é ou não um adenoma: biópsia por meio de colonoscopia ou cirurgia para retirada e análise laboratorial.

No caso dos miomas de útero, é interessante ressaltar que são tumores benignos que não se tornam malignos. Como muitas mulheres podem ter miomas e nem saber que os têm, vale a pena informar que miomas podem aparecer em vários locais do útero e em diversos tamanhos, provocando ou não sintomas. E, claro, falar sobre o tratamento, que pode ser cirúrgico mas em muitos casos pode-se apenas observar clinicamente a evolução do mioma.

Por fim, sobre o receio de participar de pesquisas, vale esclarecer que antes de uma pesquisa ser oferecida a um paciente muitas etapas são cumpridas para garantir a sua segurança. Pode-se ainda falar brevemente sobre o processo de avaliação de um projeto de pesquisa, dizendo que todos os projetos na área de saúde são analisados por várias comissões que envolvem diferentes profissionais a fim de assegurar a questão ética e legal da pesquisa. Outro argumento importante é que, muitas vezes, participar de uma pesquisa pode ser uma oportunidade de receber um tratamento inovador para o controle do câncer.

Fonte

https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/icesp-responde-duvidas-frequentes-de-pacientes-com-cancer/


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