Fonte: J. Bras. Patol. Med. Lab. (2009). 45(4)
Desde os primórdios da medicina, a busca incessante por inovações tem sido a força motriz por trás de avanços que transformaram o curso do tratamento médico. Uma das revoluções mais significativas nesse campo foi a introdução da anestesia, que mudou radicalmente a face da medicina cirúrgica e melhorou incontáveis vidas.
Foi em 16 de outubro de 1846 que o pioneiro William Thomas Green Morton, com sua determinação e espírito inovador, demonstrou o uso bem-sucedido do éter em uma cirurgia para extirpar um tumor no Massachusetts General Hospital, Boston. Este evento não apenas marcou uma revolução na prática médica, mas também é lembrado como o Dia do Anestesiologista.
A descoberta de Morton, construída sobre os esforços iniciais de Joseph Priestley, introduziu um novo paradigma na medicina: a possibilidade de operar sem dor. Embora o dióxido de nitrogênio tenha sido experimentado anteriormente como anestésico, foi o éter que se mostrou eficaz e mais seguro naquela época.
A trajetória da anestesia no Brasil também é notável. No ano seguinte à demonstração de Morton, o médico Roberto Jorge Haddock Lobo realizou a primeira anestesia geral com éter no Hospital Militar do Rio de Janeiro, marcando o início de uma nova era na medicina brasileira.
Mas a anestesia moderna vai além da simples administração de éter ou outros anestésicos. É uma especialidade caracterizada por seu caráter peri-operatório. O anestesiologista não apenas garante a ausência de dor durante a cirurgia, mas também se preocupa com o bem-estar e a homeostase do paciente antes, durante e após a intervenção. Essa abordagem abrangente, combinada com a consulta pré-anestésica, garante que os riscos associados à anestesia sejam minimizados e que a segurança do paciente seja maximizada.
Em uma era de informação abundante, muitos pacientes possuem preocupações e temores acerca da anestesia. Aqui, a habilidade do anestesiologista em comunicar, tranquilizar e educar o paciente é crucial. Eles não apenas administram drogas, mas também fornecem conforto, segurança e compreensão – uma combinação vital em qualquer procedimento cirúrgico.
Enquanto celebramos o Dia do Anestesiologista, é vital reconhecer o imenso progresso que a especialidade fez desde os dias de Morton. Graças à dedicação e habilidade desses profissionais, cirurgias que antes eram consideradas traumáticas ou até impossíveis são agora rotineiras e seguras.
Portanto, nesta data especial, homenageamos todos os anestesiologistas pelo seu comprometimento incessante com a segurança e bem-estar dos pacientes. Eles são uma parte indispensável da equipe médica, garantindo que a dor, um dos maiores medos humanos, seja adequadamente gerenciada e aliviada.
Que a memória e o legado de William Thomas Green Morton sirvam como inspiração para as futuras gerações de anestesiologistas e para todos nós na área médica, lembrando-nos sempre da importância da inovação, empatia e excelência na prática clínica.
Feliz dia do Anestesiologista👏
Referências:
- J. Bras. Patol. Med. Lab. (2009). 45(4). Recuperado de https://doi.org/10.1590/S1676-24442009000400001
- Conselho Federal de Medicina. (acesso em 16 outubro, 2023). Dia do anestesiologista. Recuperado de https://portal.cfm.org.br/artigos/dia-do-anestesiologista/
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Sociedade Brasileira de Anestesiologia. (acesso em 16 outubro, 2023). Vídeo mundial do dia do anestesiologista. SBA. https://www.sbahq.org/