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Do PBL ao TBL

Do PBL ao TBL
Marcela da Silveira Rocha
fev. 7 - 3 min de leitura
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Foi tudo muito de repente. Um amigo me mandou mensagem perguntando sobre uma determinada faculdade e falando de sua mudança para ela. Até ali eu nunca havia feito planos de trocar de instituição de ensino. Mesmo não estando mais tão empolgada com a minha – que era PBL –, ia levando. Não estou escrevendo um artigo para criticar um método e glorificar outro por inteiro. Mas para tentar jogar uma luz à discussão.

No Brasil existem faculdades que adotaram o método Problem Based Learning (PBL) – sem aulas e com discussões em grupo – ou o método Team Based Learning (TBL) – com aulas e discussões de casos. No meu caso, experimentei o PBL primeiro. No início tudo eram flores. O método muitas vezes parece algo “fora da caixa”, inovador. Com o tempo ficou claro que a postura da universidade era apenas de economizar com contratação do corpo docente. Muitos alunos não conseguiam se adaptar ao método e às reuniões – tutorias – que eram para se aprender, viravam uma disputa de egos entre os alunos. Quem iria vencer a disputa de falar a matéria e ganhar nota? Outros estudante, mais tímidos, que não conseguiam se expressar ganhavam as menores notas das tais tutorias. Punidos pela timidez. Algo que muitas vezes a mim pareceu sádico e cruel.

Ao contrário do PBL puro, o TBL cumpre o que promete. Primeiro são dados exercícios à turma que é feito sem disputas. Ao contrário o PBL, um colega conversa com o outro sobre o assunto para chegar às respostas. Após finalizar, os professores dão os gabaritos, explicações e a aula. Enfim, a aula! Acredito na sala de aula, acredito na troca entre professores e alunos.

“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.” - Isaac Newton

Sim, precisamos estar nos apoiando em ombros de gigantes. Estar sozinho no processo de aprendizado muitas vezes nos faz reinventar a roda. O professor é o guia que nunca poderá ser substituído. Cada um com sua peculiaridade nos enriquece de maneira diferente. De maneira alguma estou querendo esvaziar a importância do “self made man”, do autodidata. Porém não sejamos radicais. Ainda somos espécies gregárias, e só faz sentido existir quando há trocas. “Nós somos os outros.”

Minha aventura por duas faculdades de metodologias diferentes me fez enxergar que nenhum homem é uma ilha. A medicina não está apenas nos livros, está no talento e em como o profissional que atua na área e dá aulas passa aos seus alunos o amor, o fascínio, a experiência vivenciada. Viva o professor e suas aulas!

 


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