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Dosagens de Diuréticos Tiazídicos e Recorrência de Pedras nos Rins

Dosagens de Diuréticos Tiazídicos e Recorrência de Pedras nos Rins
Comunidade Academia Médica
ago. 25 - 3 min de leitura
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Um estudo divulgado pelo JAMA Network Open em 22 de agosto de 2024, examina a eficácia dos diuréticos tiazídicos na prevenção da recorrência de pedras nos rins, trazendo novos insights sobre a dosagem adequada e seus efeitos na excreção de cálcio na urina. A pesquisa analisa dados do Medicare-Litholink Database, cobrindo um período de oito anos, e destaca importantes correlações entre doses dos diuréticos tiazídicos, a redução de cálcio na urina e a diminuição de eventos sintomáticos de pedras nos rins.

O estudo incluiu 634 participantes, com uma distribuição demográfica predominantemente idosa e branca. Ao longo da pesquisa, os participantes que receberam prescrições de diuréticos tiazídicos,—como hidroclorotiazida, clortalidona ou indapamida—tiveram suas excreções de cálcio na urina monitoradas após o início do tratamento. Os pesquisadores categorizaram os participantes em três tercis com base na magnitude da mudança na excreção de cálcio e observaram as seguintes descobertas:

  • Associação de Dose e Redução de Cálcio: O estudo mostrou que doses mais altas de diuréticos estão significativamente associadas a maiores reduções de cálcio na urina. Especificamente, as reduções médias e percentuais de cálcio foram mais acentuadas em participantes com doses mais altas, indicando uma relação dose-resposta clara.

🟦 O gráfico mostra as mudanças médias ajustadas, tanto absolutas quanto percentuais, na excreção de cálcio na urina em função da dose diária de tiazídicos:

Fonte: Hsi RS, Yan PL, Maalouf NM, et al., 2024

  • Impacto na Prevenção de Pedras nos Rins: Houve uma correlação negativa entre a redução do cálcio na urina e a ocorrência de eventos sintomáticos de pedras nos rins. Os participantes no tercil de maior redução de cálcio mostraram uma menor incidência de eventos como visitas a emergências, hospitalizações ou cirurgias devido a pedras nos rins ao longo de quatro anos.

🟦 O gráfico a seguir, apresenta as curvas de Kaplan-Meier mostrando a incidência acumulada de eventos sintomáticos de pedra nos rins ao longo de quatro anos de acompanhamento, categorizados por tercis de redução de cálcio:

Fonte: Hsi RS, Yan PL, Maalouf NM, et al., 2024

A análise sugere que monitorar a excreção de cálcio e ajustar a dosagem de diuréticos tiazídicos pode ser uma estratégia eficaz na prevenção de novos episódios de pedras nos rins. A pesquisa também oferece uma explicação possível para os resultados neutros do ensaio NOSTONE, onde as reduções de cálcio não foram suficientes para afetar o risco de recorrência.

Apesar dos resultados promissores, o estudo reconhece limitações, incluindo o viés de variáveis omitidas e diferenças não medidas entre os participantes que podem influenciar as associações observadas. Além disso, a amostra, com uma idade média de 67,6 anos, composta principalmente por idosos, o que pode limitar a generalização dos resultados para populações mais jovens ou mais diversificadas.

Este estudo reforça a importância da personalização da terapia com diuréticos tiazídicos na prevenção de pedras nos rins, destacando a necessidade de um manejo cuidadoso e monitoramento contínuo para otimizar os resultados para os pacientes.

Referência:

Hsi RS, Yan PL, Maalouf NM, et al. Thiazide Dose, Urine Calcium, and Symptomatic Kidney Stone Events. JAMA Netw Open. 2024;7(8):e2428953. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.28953


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