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E agora, José?! Crônica de um interno

E agora, José?! Crônica de um interno
Gabriel Couto
jul. 13 - 2 min de leitura
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Enfim, passou o ciclo básico, depois veio o ciclo clínico e seus desafios. Acabou o oitavo período e começa o internato. Aí vem na cabeça aquela pergunta clássica de Carlos Drummond de Andrade: E agora, José?!

O internato é um momento em que você começa a ter as várias impressões que a vida médica lhe oferece: de um lado, a alegria de poder se sentir útil na vida das pessoas; de outro, aprende-se velozmente o peso da grande responsabilidade de se cuidar e zelar por uma vida, ou seja, como diria o grande Guimarães Rosa, "é um rasgar-se e remendar-se". 

É um momento mágico e trágico: você pode notar a maravilha de um sorriso no rosto de quem acabou de ganhar alta, depois de um processo árduo de tratamento, ou ter que passar pela dureza que é ver alguém perder o amor da sua vida, sua inseparável amizade ou a peça que era indispensável em seu quebra-cabeça.

Nota-se, ao passar dos dias, que a vida médica vai muito além de se folhear páginas. Ah, como seria diferente se tudo o que encontramos estivesse nos livros. Não, cada um é uma doença, uma história diferente e um ser com sentimentos que não se repetem, mas que sempre devem ser ouvidos e profunda e totalmente respeitados. Uma vida, ali na sua frente, às vezes com mais ou menos esperança no rosto, mas todas mais do que igualmente importantes e merecedoras de nossos melhores e maiores esforços e cuidados.

 Só que, aproveitando as férias e refletindo de maneira geral, vejo que todos estamos no mesmo ciclo, só que em pontos diferentes. O interno questiona-se como irá entrar na residência. O formando se pergunta como vai conseguir resistir à pressão de um novato no mercado; quem já está no mercado se preocupa em como continuar firme para o futuro de grandes mudanças e maleabilidade; quem já está há muito tempo na área e pensando em pendurar o esteto pensa em como será depois. 

Bem no fim, somos todos humanos, com sentimentos, medos, receios e esperanças. Para o agora e para frente, todos temos o mesmo questionamento na cabeça: e agora, José?! 


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