A relação entre enxaquecas, sintomas da menopausa, e riscos de doenças cardiovasculares tem sido uma fonte de preocupação para muitas mulheres. No entanto, uma dupla de estudos recentes traz boas notícias, sugerindo que a maioria das mulheres pode não precisar se preocupar tanto com esses riscos, especialmente se não experienciam tanto enxaquecas quanto sintomas vasomotores (como ondas de calor e suores noturnos) de longa duração.
Publicados no periódico "Menopause", os estudos conduzidos pela Dra. Catherine Kim, da Universidade de Michigan, e sua equipe analisaram dados de mais de 1.900 mulheres que participaram do estudo CARDIA (Coronary Artery Risk Development in Young Adults), iniciado na metade dos anos 80. Essas mulheres, agora com 50 a 60 anos, forneceram informações valiosas sobre fatores que influenciam a saúde antes e durante a menopausa.
Os resultados indicam que focar na prevenção e na correção de hábitos e fatores de risco pode ajudar a maioria das mulheres a lidar com os riscos cardiovasculares. Isso inclui melhorar a qualidade do sono, aumentar a atividade física, adotar uma alimentação saudável, parar de fumar, e controlar a pressão arterial, o açúcar no sangue, o colesterol e o peso.
Para as mulheres que experienciaram tanto enxaquecas quanto sintomas vasomotores persistentes por muitos anos, os estudos sugerem um nível adicional de risco cardiovascular, destacando a importância da prevenção de doenças cardíacas e derrames nesse grupo. Além disso, as pesquisas apontam que mulheres mais jovens, na casa dos 20 e 30 anos, que sofrem de enxaquecas, podem estar em um caminho para um risco maior de sintomas menopausais de longo prazo.
Os estudos identificaram que os principais fatores preditivos para o desenvolvimento de ondas de calor e suores noturnos persistentes são ter enxaquecas, depressão, tabagismo, além de ser de origem afro-americana ou ter menos de um diploma de ensino médio. Curiosamente, o uso de controle hormonal de natalidade e estrogênio para tratar questões médicas não afetou o risco cardiovascular.
A Dra. Kim enfatiza que as mulheres podem fazer muito para controlar seu destino em relação aos sintomas da menopausa e às doenças cardiovasculares, seguindo as diretrizes dos "Essential 8" da American Heart Association para abordar esses fatores de risco.
Os avanços no tratamento da enxaqueca, como os antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) e o uso de terapias baseadas em estradiol, bem como a gestão de hábitos saudáveis de sono, oferecem novas esperanças para mulheres enfrentando esses desafios.
Essas descobertas sublinham que nem todas as mulheres têm as mesmas experiências à medida que envelhecem e que muitas podem controlar os fatores de risco que aumentam suas chances de doenças cardíacas e derrames mais tarde na vida. Portanto, uma abordagem proativa e preventiva em relação à saúde cardiovascular e ao manejo dos sintomas da menopausa é fundamental.
Referência:
Michigan Medicine - University of Michigan. "Menopause and migraines: New findings point to power of prevention." ScienceDaily. ScienceDaily, 14 February 2024. <www.sciencedaily.com/releases/2024/02/240214122543.htm>.