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A epidemia da falta de comunicação.

A epidemia da falta de comunicação.
Fernando Carbonieri
dez. 19 - 4 min de leitura
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De acordo com o Institute of Medicine, metade dos adultos nos Estados Unidos – 90 milhões de pessoas- tem problemas pra entender o que os médicos dizem para eles sobre o porquê estão doentes e como seguir o esquema terapêutico.

Isso é muita gente – são tantas que as chances são boas de que muitos pacientes saem confusos de seu consultório.

Não é fácil dizer quais destes pacientes entenderam ou não. Eles são tímidos e não conseguem compreender o que foi dito ou fornecido para ler, então ele se tornam especialistas em fingir isto.

Por mais que você seja articulado, é provável que algumas de suas explicações – sobre a doença, como tomar os medicamentos ou como seguir a dieta que você prescreveu – podem entrar por um ouvido e sair pelo outro, mesmo se você perguntar ”você entendeu” o paciente vai te responder “sim”.

Pacientes que tem problemas com termos médicos incluem idosos, adultos jovens, imigrantes com dificuldades no idioma, pessoas de cultura diferentes, aqueles com pouca escolaridade e pessoas com dificuldades visuais, auditivas ou cógnitivas.

A Dra. Helen Osborne, presidente da Health Literacy Consulting em Natick, Massachussetts “Você não consegue dizer apenas olhando”. As pessoas que você mesmos espera ter problemas em entender o médico- fluentes articulados e bem educados profissionais – podem ter dificuldades com termos médicos comuns, conceitos, e instruções que o médico garante que o paciente entendeu.

Até os médicos podem ter problemas em entender o que seus colegas médicos dizem. A Health Literacy and Patient Safety, um manual para clínicos sobre como se comunicar claramente com os pacientes - publicado pela American Medical Association (AMA) -  reconta uma anedota sobre um ilustre obstetra que não conseguiu entender completamente a explicação que recebeu de seu ortopedista sobre sua cirurgia ortopédica.

Você está falando acima da compreensão de seus pacientes?

Quando você gasta tempo para discutir a condição do paciente ou explicar como tomar certa medicação, é claro que você espera que ele entenda. Você não foi avisado que a maioria dos pacientes NÃO É médico, então simplifique as coisas de um jeito que você acredita que um não médico seria capaz de entender.

Infelizmente, mesmo com estes ajustes, muitos médicos inadvertidamente falam mais do que o pacientes podem compreender.  Isso porque médicos estão profundamente superestimando o que os pacientes são verdadeiramente capazes de entender.

Por exemplo, estudos mostram que a maioria dos pacientes tem habilidades limitadas, 26% não entendem quando a próxima consulta está marcada, 42% não entendem instruções para “tomar medicamentos com o estomago vazio” e 78% não entendem completamente alertas nas bulas.

Em um estudo sobre pacientes com literatura em saúde limitada não entendem realmente o significado de palavras que os médicos regularmente usam na discussão com pacientes – como, por exemplo: intestino, cólon, testes de rastreamento ou rotina, ou sangue na base. Em outro estudo, 1 a cada 4 mulheres que disseram que sabem o que é uma mamografia, na verdade não sabem.

Para complicar as coisas, mesmo quando os pacientes entendem o que é dito em algumas circunstâncias, não fazem o mesmo em outras. Osborne lembra que acordou no meio da noite com muita dor no olho. Desorientada e apenas com visão parcial, ela correu até o hospital de olhos e ouvidos em Boston. ”Fui lá, eu estava com muita dor, e estava assustada. Era três da manhã. A pessoa que me atendeu na recepção me deu um formulário para preencher”. Ele disse “ preencha este formulário que o médico vai vê-la “.

“Eu não tinha ideia do que aquilo era.” Osborne disse. “Eu esperava fazer a consulta. Então eu assinei o documento. Aquilo poderia ter me ajudado muito mais se o recepcionista naquela hora - num hospital de olhos pelo amor de Deus – tivesse me ajudado a preencher.”

Se você quer se comunicar melhor com seus pacientes, veja algumas dicas do American Medical Association, em inglês:

http://www.ama-assn.org/ama1/pub/upload/mm/367/healthlitclinicians.pdf

 

Este artigo foi traduzido do: Why Some Patients Aren't Following Your Instructions Neil Chesanow, em maio de 2013 

http://www.medscape.com/viewarticle/804739?src=wnl_edit_bom_weekly


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