O XXXV Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), que acontece de 27 a 30 de julho em Florianópolis, SC, lançou luz sobre uma questão crucial no setor da medicina: a necessidade de revisão da nomenclatura e conceito de "erro médico" nas ações judiciais indenizatórias.
O presidente do CBC e do Congresso, propôs que o termo atual carrega preconceito e parcialidade, muitas vezes gerando julgamentos precipitados que afetam adversamente a carreira de profissionais dedicados. Além disso, ele sugere que esta nomenclatura desconsidera os nuances da prática médica e as inerentes incertezas que a acompanham.
No Congresso, representantes da A. Couto & Souza Advogados, o braço jurídico do CBC, trouxeram a discussão de que o uso atual do termo “erro médico” nas ações indenizatórias é parcial e incorreto. Essa parcialidade induz a um juízo de valor precoce, prejudicando a imagem dos médicos antes mesmo do fim de processos judiciais. Ademais, o uso inadequado dessas informações tem gerado danos significativos aos profissionais de medicina.
O CBC também chamou a atenção para plataformas online que comercializam dados sensíveis e divulgam informações inverídicas sobre cirurgiões. A entidade considera essa prática perigosa e prejudicial à reputação dos profissionais e à própria profissão médica.
No lado científico do congresso, o programa promete aprofundar o conhecimento dos profissionais em áreas-chave da especialidade cirúrgica e trazer discussões atualizadas sobre tecnologias emergentes.
Os destaques incluem o 15o Congresso da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Trauma, o 35o Panamerican Congress of Trauma, Critical Care and Emergency Surgery e o 1º Congresso do Capitulo Brasileiro do American College of Surgeons.
No dia 29 de julho, o Congresso apresentará uma atividade simulada de crise em sala operatória (Crisis Resources Management), em que anestesistas, enfermeiros e cirurgiões enfrentarão cenários simulados de crescente complexidade.
A questão da revisão da nomenclatura de "erro médico" trouxe à tona a tensão entre a necessidade de responsabilidade profissional e a necessidade de proteger os profissionais médicos de julgamentos apressados e potencialmente injustos. Como a discussão sobre esse tema continuará a evoluir, o impacto que a resolução dessas questões terá sobre a prática da medicina brasileira será sem dúvida significativo.
Mantenha-se informado e engajado nessa discussão vital para o futuro de nossa profissão. 😉
Referência:
Medicina S/A.
Cirurgiões brasileiros pedem revisão da conceituação de erro médico ao STF. (2023, julho, 27).