Segundo o CDC, cerca de 5,8 milhões de americanos vivem com Alzheimer, a forma mais comum de demência. A ausência de uma cura para a doença, em parte, deve-se à falta de compreensão completa de suas causas. Um estudo recente do Scripps Research, publicado em Advanced Science em 21 de maio de 2024, oferece novos insights sobre os mecanismos moleculares que podem influenciar a progressão do Alzheimer.
Os pesquisadores empregaram uma técnica inovadora para estudar células cerebrais individuais afetadas pela doença. Medindo a atividade elétrica e os níveis de proteínas em neurônios, descobriram novas moléculas associadas ao Alzheimer, com potencial para serem alvos de novos tratamentos.
A colaboração entre especialistas como Stuart Lipton, MD, PhD, John Yates III, PhD, e Nicholas Schork, PhD, foi fundamental. "Foi surpreendente medir a atividade elétrica de uma célula e analisar milhares de proteínas para identificar as que impulsionam a atividade anormal relacionada ao Alzheimer", afirmou Lipton, co-diretor do Neurodegeneration New Medicines Center no Scripps Research.
Pesquisas anteriores indicam que neurônios hiperativos em cérebros de pessoas com Alzheimer contribuem para o declínio cognitivo. Neste estudo, técnicas avançadas de espectrometria de massa permitiram identificar mais de 2.250 proteínas em células individuais, revelando quase 50 proteínas com níveis alterados em células afetadas pelo Alzheimer.
A técnica scPatch-Clamp/Proteomics conecta perturbações elétricas a eventos moleculares nos neurônios. "Essa abordagem empolgante da proteômica nos ajuda a entender melhor as funções neuronais", disse Yates.
Além de planejar estudos adicionais, Lipton e sua equipe visam expandir o uso dessa técnica em triagens de medicamentos, correlacionando suas descobertas com experimentos em organoides cerebrais, ou "mini-cérebros". "Uma única célula não conta toda a história", explica Lipton. "Estudar interações celulares em organoides pode levar a descobertas adicionais."
Essa nova abordagem de medicina personalizada pode revolucionar a descoberta de medicamentos para Alzheimer e outras doenças neurológicas. "Basear-se na expressão de proteínas e atividade elétrica de neurônios individuais pode transformar a pesquisa terapêutica em doenças cerebrais", concluiu Lipton.
Referência:
Scripps Research Institute. "Scientists uncover new molecular drivers of Alzheimer's." ScienceDaily. ScienceDaily, 22 May 2024. <www.sciencedaily.com/releases/2024/05/240522225224.htm>.