A dengue é uma doença viral aguda que, apesar de estar presente durante o ano todo, torna-se mais frequente no verão. Diante disso, é necessário relembrar os exames laboratoriais específicos disponíveis para o diagnóstico dessa doença, considerando o período em que o paciente se encontra.
SOROLOGIA
São métodos baseados na detecção de anticorpo. Podem ser classificados entre os seguintes tipos:
- Método Elisa IgM: tende a ser utilizado após o sexto dia da doença. É detectável tanto em primoinfecções quanto em infecções subsequentes.
- Método Elisa IgG: na infecção primária, o anticorpo IgG tende a ser detectado a partir do nono dia; na infecção secundária costuma positivar já no primeiro dia.
- Método Elisa IgM e IgG: considera a detecção qualitativa e diferencial de anticorpos IgM e IgG. Possui alto valor preditivo positivo ou negativo.
DETECÇÃO DE ANTÍGENOS VIRAIS OU DO VÍRUS
- Isolamento viral: “padrão-ouro” para o diagnóstico da fase aguda da doença. Permite o isolamento e identificação do sorotipo do vírus. Esse exame é útil durante o período de viremia, sobretudo até o quinto dia do início dos sintomas. A identificação viral é realizada por meio da técnica de imunofluorescência.
- RT-PCR (detecção do ácido nucleico viral pelo método de Transcrição Reversa seguida da Reação em Cadeia da Polimerase): possui elevada sensibilidade e especificidade, além de necessitar de quantidades reduzidas de ácido nucleico viral. Permite o diagnóstico precoce da infecção. Contudo, não costuma ser utilizado na prática clínica, exceto nas situações em que os demais métodos não chegaram à confirmação diagnóstica.
- Imunohistoquímica: exame confirmatório de alta sensibilidade e especificidade. É solicitado após o diagnóstico histopatológico presuntivo.
- Proteína NS1: tende a positivar na fase aguda da doença, sobretudo até o terceiro dia do início dos sintomas, mas esse exame pode ser solicitado até o quinto dia. Apesar de possuir desempenho equivalente ao RT-PCR, a detecção da proteína NS1 não permite identificar o sorotipo viral. O exame é altamente específico, porém é moderadamente sensível. A sensibilidade costuma estar reduzida em infecções secundárias.
Apesar dos diversos exames existentes, o Ministério da Saúde salienta que o diagnóstico laboratorial da dengue é feito:
pelo isolamento do agente ou pelo emprego de métodos sorológicos - demonstração da presença de anticorpos da classe IgM em única amostra de soro ou aumento do título de anticorpos IgG em amostras pareadas (conversão sorológica).
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_diagnostico_manejo_clinico_adulto.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2021.