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Como o Câncer de Pâncreas se Torna Mais Comum e Agressivo com a Idade

Como o Câncer de Pâncreas se Torna Mais Comum e Agressivo com a Idade
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fev. 22 - 3 min de leitura
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Um estudo conduzido por pesquisadores do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e do Bloomberg~Kimmel Institute for Cancer Immunotherapy, revela um importante mecanismo pelo qual o câncer de pâncreas se torna mais comum e agressivo em indivíduos com mais idade. Publicada na revista Cancer Research, a pesquisa intitulada Fibroblasts in the aged pancreas drive pancreatic cancer progression, destaca como as alterações relacionadas à idade nos fibroblastos podem promover o crescimento tumoral.

Os fibroblastos, células essenciais para a estrutura e reparo dos tecidos, sofrem transformações com o envelhecimento que os tornam capazes de acelerar o desenvolvimento e a disseminação do câncer de pâncreas. A equipe de pesquisa, liderada pelo Dr. Daniel Zabransky, MD, PhD, assistente de oncologia na Johns Hopkins University School of Medicine, descobriu que os fibroblastos envelhecidos liberam proteínas distintas que influenciam diretamente as células cancerígenas pancreáticas, facilitando seu crescimento e espalhamento. Esta capacidade não é observada em fibroblastos mais jovens, sugerindo uma razão fundamental pela qual o câncer de pâncreas é mais prevalente em pacientes idosos.

A investigação comparou fibroblastos pancreáticos de pacientes com mais de 55 anos com aqueles de pacientes com menos de 35 anos, notando, comportamentos significativamente diferentes. Uma diferença notável foi a secreção aumentada do fator de crescimento/diferenciação 15 (GDF-15) por fibroblastos envelhecidos.

O tratamento de camundongos jovens com tumores pancreáticos com GDF-15 acelerou o crescimento tumoral, um efeito semelhante ao observado em camundongos mais velhos. Camundongos idosos geneticamente modificados para não expressar o gene codificador do GDF-15 apresentaram um crescimento tumoral pancreático reduzido, destacando o papel crítico desta proteína na progressão do câncer.

Além disso, foi revelado que o GDF-15 ativa a via de sinalização AKT de maneira dependente da idade. Essa descoberta foi particularmente surpreendente, uma vez que a via AKT geralmente não é muito ativa em modelos de camundongos de câncer de pâncreas. Medicamentos experimentais que inibem a via AKT foram testados e mostraram reduzir o crescimento do tumor em camundongos com fibroblastos envelhecidos, mas não em camundongos com fibroblastos jovens.

A pesquisa fornece insights sobre como o ambiente microbiano envelhecido contribui para a progressão do câncer de pâncreas, mas também abre novos caminhos para terapias. Com opções de tratamento limitadas para o câncer de pâncreas, compreender o impacto das alterações relacionadas à idade pode ser crucial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes.

O estudo também enfatiza a importância de considerar sinais específicos da idade em tumores para otimizar os tratamentos atuais e futuros para esta doença letal. O Dr. Zabransky sugere que as mudanças relacionadas à idade podem ser críticas em outros tipos de câncer e que é vital examinar os resultados dos ensaios clínicos de medicamentos contra o câncer para verificar se os efeitos variam entre diferentes grupos etários. 

Referência: 

Genetic Engineering & Biotechnology News. (2024, February 20). Pancreatic Cancer Progression Driven by Age-Related Changes in Fibroblasts. https://www.genengnews.com/topics/cancer/pancreatic-cancer-progression-driven-by-age-related-changes-in-fibroblasts/



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