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Formação médica no Brasil ganha novas diretrizes curriculares

Formação médica no Brasil ganha novas diretrizes curriculares
Comunidade Academia Médica
set. 30 - 3 min de leitura
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Nesta segunda-feira (29), os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Camilo Santana, homologaram as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de Medicina, aprovadas por unanimidade pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em agosto de 2025.

O documento é resultado de um amplo processo de escuta social iniciado em 2023, que reuniu universidades, entidades médicas, gestores de saúde, estudantes e representantes da sociedade civil. Mais do que uma atualização normativa, as novas diretrizes representam um marco ao alinhar a formação médica às demandas contemporâneas do país e ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Modernização curricular: tecnologia, sustentabilidade e inclusão

Entre as principais mudanças, o texto incorpora de forma inédita temas como inteligência artificial, análise de dados, mudanças climáticas e sustentabilidade. A inclusão desses conteúdos reconhece o impacto direto das transformações tecnológicas e ambientais na prática médica e na saúde pública.

Outro avanço é a valorização da diversidade e inclusão. As instituições formadoras passam a ser obrigadas a implementar políticas institucionais de pertencimento e apoio, contemplando aspectos étnico-raciais, sociais, culturais, de gênero e de orientação sexual. Também ficam estabelecidos núcleos de apoio psicossocial e programas estruturados de mentoria e saúde mental para os estudantes, com vistas a reduzir desigualdades e fortalecer a saúde emocional dos futuros médicos.

Para assegurar a qualidade da formação, as novas  diretrizes  preveem medidas concretas de monitoramento. A partir de 2026, os estudantes de medicina participarão do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (ENAMED) já no 4º ano do curso, além do tradicional Exame Nacional de Residência (ENARE).

Cursos com baixo desempenho no ENAMED serão submetidos a supervisão estratégica e a visitas in loco, que também se tornarão obrigatórias em todos os cursos de medicina a partir de 2026. A medida busca identificar falhas estruturais e pedagógicas e induzir melhorias de forma contínua.

As instituições de ensino deverão garantir infraestrutura física, tecnológica e de recursos humanos adequados para a execução plena dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs). Isso inclui ambientes institucionais de aprendizagem e campos de prática externa devidamente supervisionados por docentes e preceptores habilitados.

A iniciativa foi considerada necessária diante dos quase dez anos da resolução anterior e das mudanças sociais, científicas e tecnológicas que redesenham as demandas em saúde.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o resultado é fruto de um esforço coletivo que “possibilitará grandes avanços para a profissão médica e para a saúde do país”. Já o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que a atualização “olha para a saúde mental, a tecnologia e as questões de inclusão, com base na realidade que estamos vivendo”.

Formação médica para o futuro

As novas DCNs de Medicina consolidam um currículo voltado para o século 21, que alia excelência técnica, compromisso social e inovação. Elas fortalecem a integração com o SUS, valorizam a diversidade e preparam os profissionais para desafios globais como a sustentabilidade ambiental e o uso responsável das tecnologias digitais.


Referência: 

Ministério da Saúde, & Ministério da Educação. (2025, 29 de setembro). Ministérios da Saúde e da Educação homologam novas Diretrizes Curriculares de Medicina. Governo do Brasil. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/setembro/ministerios-da-saude-e-da-educacao-homologam-novas-diretrizes-curriculares-de-medicina


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