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Healthtech pode salvar o sistema de saúde brasileiro? - parte 1 de 2: problemas

Healthtech pode salvar o sistema de saúde brasileiro? - parte 1 de 2: problemas
Dennis Nakamura
set. 15 - 5 min de leitura
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A pandemia do novo coronavírus têm fomentado o nascimento de uma porção de startups do tipo healthtech todo mês no Brasil. E provavelmente você já ouviu falar, ou se faz parte da Academia Médica, conhece pessoalmente a desorganização que é o sistema de saúde pública do nosso país.

Não me leve a mal, não sou especialista no setor e como background fui e sou gestor e sócio de algumas importantes startups do ecossistema brasileiro e agora tenho a oportunidade de aconselhar e fazer parte do board de outras relevantes e diversas healthtechs e estou aprendendo um pouco mais sobre o setor.

Principais problemas do Sistema de Saúde Pública

Nos últimos anos como iniciante e grande entusiasta do setor de saúde, já pude observar alguns dos principais problemas que enfrentamos no nosso sistema de saúde pública, talvez você concorde:

Falta de leitos equipamentos

A COVID-19 também pôde nos mostrar o quão importante é termos uma quantia satisfatória de leitos, e nesse quesito nosso querido país tupiniquim está bem. Segundo a OMS, é ideal ficar entre 1 a 3 leitos de UTI por 10 mil habitantes, estamos em 2,2. Apesar disso, ainda sentimos a falta de alguns equipamentos específicos, basta vermos a corrida dos "respiradores / ventiladores mecânicos" que tivemos no início das epidemia regionais e agravamento da pandemia global do novo coronavírus

Longo tempo de espera

Pode ser um pouco controverso, entretanto apesar de termos um dos melhores sistemas públicos, seu tempo de espera é demasiadamente longo e, não sei se você sabia, mas aproximadamente 40% das pessoas na fila acabam contratando planos de saúde diversos por conta desse período - fonte Sistema de Indicadores de Percepção Social 2018 (SIPS).

Má administração

Compras, logística, recursos humanos, tecnologia, regulação, DRE, balancete, estratégias, mercado, inovação, OKRs, indicadores, metas, prazos e muitas outras siglas. É inegável que gerir um sistema ou negócio da saúde é complexo e temos excelentes centros de saúde e profissionais da saúde em nosso país, porém nem todos se qualificam devidamente como gestores heads de operações para equilibrar com maestria todas essas siglas. Sem falar ainda dos erros que ocorrem não por falta de conhecimento, mas por falta de caráter. Mas vamos chamar tudo de "má administração" para evitar a fadiga...

Desperdício de tempo dos profissionais

Por falta de ferramentas de trabalho ou processos corretos, há muito desperdício de tempo dos profissionais da saúde e administrativos em todo fluxo de atendimento de um paciente, seja no atendimento primário, secundário, terciário, triagem e burocracias aí no entremeio que poderiam ser agilizadas.

Profissionais desqualificados

Apesar do crescente maior acesso à conteúdo e educação, principalmente com o avanço da tecnologia digital, ainda existem profissionais que não se atualizam no mercado. Não obstante, também temos uma má distribuição dos profissionais em todas as regiões do país, concentrados obviamente, nos grande centros urbanos da região sul e sudeste.

Alto número de mortes (e descaso com os desfechos)

Infelizmente a falta de agilidade, equipamentos e profissionais qualificados têm atrapalhado parte dos atendimentos realizados dentro da "Golden Hour". Aliando esse fato com o descaso de parte dos gestores da saúde em relação aos desfechos, terminamos realmente no fim, com mortes. Provavelmente mais do que gostaríamos e precisaríamos.

Mas e as startups de HealthTech?

Elas vêm sendo aceleradas pela pandemia e ganhando visibilidade no ecossistema de startups do mundo todo inclusive no Brasil: empreendedores, governo, desenvolvedores, designers, incubadoras, aceleradoras, investidores anjos, venture capitals, private equities e claro, jornalistas.


Diversas partes do governo e iniciativas de fomento à pesquisas como FAPESP e CNPq têm lançado editais diversos para motivar a criação de soluções não apenas para o coronavírus, mas também para aprendizagem e preparação para a redução de fatores de risco como diabetes, hipertensão e obesidade, p.ex..

E assim como o propósito de startups de quaisquer segmentos do mercado, as healthtechs são ávidas por resolver problemas, e problemas diversos.

Para não me extender demais, tive que dividir esse artigo em 2 partes, e na segunda parte falaremos sobre os diversos tipos de healthtechs e como cada uma pode ajudar a solucionar um pouquinho dessa imensidão que é a saúde.

Glossário

IoT = Internet of Things / Internet das coisas

Blockchain = novo formato de codificação de programas excelentes para rastreabilidade e segurança da informação

Healthtech = empresa startup digital voltada a solucionar problemas da Saúde

DRE = Demonstrativo de Resultados do Exercício, um demonstrativo financeiro largamente utilizado para gestão

OKRs = Objective and Key Results / Indicadores chave e objetivos é uma ferramenta de gestão

Golden Hour = primeira ou primeiras horas de atendimento com maior eficácia e eficiência de tratamento de questões diversas de saúde como traumas p.ex.

Big Data - imenso repositório de dados diversos ou específicos que podem ou não ter um determinado objetivo

Tupiniquim - são um grupo indígena brasileiro que pertencem à nação tupi também chamados tupinaquis, topinaquis e tupinanquins. Expressão utilizada para chamar carinhosamente "o que é brasileiro"

 


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