Medicina é profissão
Médico sacerdote já fora
Que Igreja pagaria hoje
Ao monge hipocrático?
Remunerados sempre
É ético e necessário
Vive-se em sociedade
O custo é solidário
Confusos os dias atuais
Desfiles de imagens
Resultados imediatos
Quem ousaria ainda cuidar das pessoas?
Pacientes e clientes misturam-se
Poucos sabem da importância
De diferenciar o belo do são
Ainda que seja possível ser os dois!
Pior para quem insiste na sanidade
Para os seus e para ele próprio
Quem são os que carregarão
A história médica dos obstinados?
Desejo sorte e luz
Aos que na sucessão vêm
A medicina continua uma só:
Todos por ele, o paciente
Arguir, examinar, diagnosticar
Atos intrínsecos à medicina
Nada é mais da humanidade
Que o saber prognosticar
Olho no olho, pele na pele
Que máquina poderia
Sentir a filogenética intrínseca
Em cada célula viva?
Nas estrofes finais
Insiste-se na racionalidade
Aos que leem, recordem-se
Continuem todos médicos
Vivam a medicina
Ela precisa de vocês
Os médicos mais antigos também
Com a AI, só xadrez!
E.