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IA Surpreende na Previsão do Alzheimer

IA Surpreende na Previsão do Alzheimer
Comunidade Academia Médica
jul. 14 - 3 min de leitura
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O futuro do diagnóstico de Alzheimer pode estar na inteligência artificial, conforme revelam cientistas da Universidade de Cambridge. Eles desenvolveram uma ferramenta de machine learning que prediz, com notável precisão, a progressão de sintomas leves de demência para Alzheimer em indivíduos avaliados. Este avanço é descrito em detalhes no estudo publicado na revista eClinicalMedicine em 12 de julho de 2024.

A nova ferramenta de IA foi testada em mais de 1900 indivíduos, incluindo dados longitudinais de clínicas de memória no Reino Unido e em Singapura. Com a utilização de testes cognitivos e imagens de ressonância magnética que indicam a atrofia da matéria cinzenta, o algoritmo conseguiu identificar com 82% de precisão aqueles que desenvolveriam Alzheimer e, igualmente importante, com 81% de precisão os que não desenvolveriam.

O destaque deste modelo é a sua capacidade de superar significativamente os métodos diagnósticos clínicos tradicionais, sendo aproximadamente três vezes mais preciso na previsão da progressão para Alzheimer. Isso sugere uma redução considerável na incidência de diagnósticos errados e, potencialmente, uma diminuição na necessidade de testes diagnósticos invasivos e caros, como PET scans ou punções lombares.

A equipe de pesquisa categorizou os indivíduos com Alzheimer em três grupos baseados na velocidade de progressão da doença: estável, progressão lenta e progressão rápida. Essa estratificação permite uma abordagem mais personalizada no tratamento, identificando precocemente aqueles que poderiam se beneficiar mais de novas intervenções médicas e aqueles que requerem monitoramento mais intenso.

Além disso, a ferramenta possui o potencial de direcionar aproximadamente 50% dos pacientes, que apresentam sintomas de perda de memória mas permanecem estáveis, para vias clínicas alternativas, considerando que seus sintomas podem ser causados por outras condições, como ansiedade ou depressão.

O Dr. Ben Underwood e a Professora Zoe Kourtzi, que lideraram o estudo, destacam a importância de ferramentas como esta que utilizam dados rotineiramente coletados e não invasivos para reduzir a incerteza no diagnóstico de demência. Isso não só alivia a ansiedade dos pacientes e familiares, como também otimiza os recursos no sistema de saúde.

Olhando para o futuro, a equipe de Cambridge pretende expandir o uso da ferramenta para outras formas de demência, como demência vascular e demência frontotemporal, e explorar o uso de diferentes tipos de dados, incluindo marcadores de exames de sangue.

Este desenvolvimento destaca o potencial da inteligência artificial em revolucionar o diagnóstico e tratamento do Alzheimer, e reforça a necessidade de integrar novas tecnologias no cenário clínico para enfrentar desafios de saúde crescentes como a demência, que afeta milhões globalmente e impõe custos bilionários aos sistemas de saúde anualmente.




Referência:

Medical Xpress. (2024, July 12). Artificial intelligence outperforms clinical tests at predicting progress of Alzheimer's disease. Retrieved from https://medicalxpress.com/news/2024-07-artificial-intelligence-outperforms-clinical-alzheimer.html


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