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Medida da eficácia das vacinas e o caso da Covid-19

Medida da eficácia das vacinas e o caso da Covid-19
Debora Vitoria Galvan
jan. 2 - 4 min de leitura
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Diante das pesquisas que visam desenvolver um imunizante para a Covid-19, surge a discussão a respeito de como é calculada a eficácia das vacinas. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a eficácia de uma vacina é a sua capacidade de prevenir a patologia para a qual é direcionada. De forma geral, para ser aprovada, uma vacina deve ter uma eficácia mínima de 70%. Isso significa que, de cada dez pessoas vacinadas, sete estão protegidas.

A eficácia mínima é determinada pela seguinte equação:

R0 é a taxa de reprodução inicial do vírus, ou seja, indica para quantas pessoas um paciente infectado pode transmitir o vírus. No caso da Covid-19, R0 =2, o que significa que um indivíduo com Covid-19 transmite o Sars-CoV-2 para outras duas pessoas.

Para determinar a cobertura vacinal mínima, utiliza-se a equação:

Sendo assim, como para essa doença (R0-1)/RO é sempre 1/2, se considerarmos que 100% da população será vacinada, o imunizante deve ter eficácia de, no mínimo 50%. Por isso, essa porcentagem foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Anvisa e pela FDA (órgão regulatório dos Estados Unidos) como sendo o valor mínimo de eficácia necessário para a aprovação de uma vacina.

Felizmente, as fabricantes vêm apresentando, em seus estudos, valores de eficácia mais promissores que o mínimo exigido. Segundo as informações recentes, as principais vacinas em potencial apresentam as seguintes taxas de eficácia:

  • Pfizer e BioNTech: de acordo com dados publicados no New England Journal of Medicine, a vacina apresenta 95% de eficácia.
  • Oxford e AstraZeneca: segundo o estudo publicado na revista científica The Lancet, a vacina apresenta eficácia média de 70%.
  • CoronaVac: de acordo com o secretário de saúde paulista, Jean Gorinchteyn, a eficácia da vacina é superior a 50%. Porém, o percentual de eficácia ainda não foi divulgado.

Se a vacina fosse 100% eficaz, seria necessário imunizar 50% da população. Entretanto, é importante ressaltar que nenhuma vacina é totalmente eficaz e tampouco totalmente segura. Apesar disso, a Anvisa ainda ressalta que “complicações graves após o uso das vacinas são raras e seus riscos são muito menores do que os riscos das doenças contra as quais elas protegem”.

 


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Referências

POLACK, Fernando P. et al. Safety and efficacy of the BNT162b2 mRNA Covid-19 vaccine. New England Journal of Medicine, 2020.

ANDRADE, Bruno. CoronaVac tem eficácia acima de 50%, mas pedido de uso emergencial é adiado. [S. l.], 23 dez. 2020. Disponível em: <https://www.moneytimes.com.br/coronavac-tem-eficacia-suficiente-para-solicitacao-de-uso-emergencial-diz-governo-de-sp/>. Acesso em: 23 dez. 2020

BERMÚDEZ, Ana Carla. Entenda como é feito o cálculo da taxa de eficácia de uma vacina. São Paulo, 24 nov. 2020. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/11/24/entenda-como-e-feito-o-calculo-da-taxa-de-eficacia-de-uma-vacina.htm>. Acesso em: 23 dez. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância epidemiológica de efeitos adversos pós-vacinação. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_adversos_pos_vacinacao.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2020.

ESTUDO em revista científica confirma eficácia de 95% da vacina da Pfizer contra a Covid. São Paulo, 10 dez. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/12/estudo-em-revista-cientifica-confirma-eficacia-de-95-da-vacina-da-pfizer-contra-a-covid.shtml>. Acesso em: 23 dez. 2020.

MORALES, Juliana. Como é comprovada a eficácia de uma vacina? [S. l.], 12 nov. 2020. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/como-e-comprovada-a-eficacia-de-uma-vacina/>. Acesso em: 23 dez. 2020.

ROSSINI, Maria Clara. Qual deve ser a eficácia de uma vacina contra a Covid-19?. [S. l.], 11 nov. 2020. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/qual-deve-ser-a-eficacia-de-uma-vacina/>. Acesso em: 23 dez. 2020.

VACINA de Oxford contra covid-19 tem 70% de eficácia em estudo da fase 3. São Paulo, 8 dez. 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/12/08/vacina-oxford.htm?next=0001H1265U11N>. Acesso em: 23 dez. 2020.

 

 


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