Mensagem para o Dia do Médico.
“ O melhor instrumento do médico é sentar-se e ouvir o paciente.” ( Gregório Marañon )
O primeiro contato do médico com o seu paciente deve ser um aperto de mãos.
Depois, saudação de boas-vindas, gesto de hospitalidade e acolhimento. Sinal de disposição de aceitar alguém em sua qualidade de ser humano, de semelhante.
Lewis Thomas referia que o tato é o elemento mais eficaz da arte da medicina. O tato é meio de se conseguir significativas visões íntimas.
Galeno foi o primeiro analisar o ritmo do coração pelo pulso. Hoje quase ninguém toma o pulso do paciente com a acurácia necessária.
Os médicos não deveriam jamais instilar incerteza e receio no paciente. Os médicos têm de ser generosos com os pacientes e com os seus colegas.
Por que os médicos pintam quadros tão sombrios?
A mais elementar psicologia ensina que o medo é a via errada para motivar um comportamento construtivo. Conversas desse tipo dissipam a esperança.
Quando o medo predomina perece a capacidade de tomar decisões inteligentes.
Os pacientes são vulneráveis às palavras do médico. Elas podem ser um bálsamo ou cortar como um bisturi doloroso.
O afã de diagnosticar o incurável, de tratar o intratável, de prognosticar o imprevisível não somente é uma forma de arrogância como destapa a caixa de Pandora, com consequências perigosas.
Os pacientes têm fome de solidariedade o que se ministra com palavras e afetividade.
Não custa nada dizer ao paciente que tudo vai dar certo.
O médico fiel à vocação tem fome de certeza, embora esteja mergulhado na dúvida. Contudo a dúvida não pode retardar a urgência de tratar e a necessidade de curar.
A essência do genuíno profissionalismo é agir mesmo quando não há o conhecimento adequado sobre o caso.
Robert Lown escreveu que a arte de curar exige um relacionamento baseado na igualdade – elemento-chave no relacionamento paciente-médico – e respeito recíproco. Não é automaticamente concedido por nenhum dos dois lados: precisa ser conquistado.
Sem respeito, o médico não ganha a confiança dos pacientes.
“Curar as vezes, aliviar frequentemente, confortar sempre.” - representará eternamente a missão da medicina.
João Carlos Simões
Professor Titular de Oncologia do curso de Medicina da FEPAR