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Ministério da Saúde Estende uso de Donepezila no SUS para Casos Graves de Alzheimer

Ministério da Saúde Estende uso de Donepezila no SUS para Casos Graves de Alzheimer
Comunidade Academia Médica
mai. 17 - 3 min de leitura
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O Ministério da Saúde deu um passo importante no cuidado à população idosa ao anunciar, por meio da Portaria SECTICS/MS nº 20/2025, a ampliação do uso da donepezila para pacientes com Doença de Alzheimer em estágio grave. Antes restrito aos casos leves e moderados, o medicamento passa a ser ofertado também para quadros mais avançados da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A decisão, publicada oficialmente nesta quinta-feira (15), é fruto da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença de Alzheimer, e foi fundamentada em evidências científicas analisadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A proposta de ampliação foi demandada pelo próprio Ministério da Saúde e representa um avanço concreto no enfrentamento dos desafios impostos pelo envelhecimento populacional.

A donepezila, um inibidor seletivo da acetilcolinesterase, tem se mostrado eficaz na preservação das funções cognitivas, na redução de sintomas neuropsiquiátricos e na manutenção da funcionalidade em pacientes com Alzheimer. Estudos apresentados à Conitec indicam que a continuidade da terapia com donepezila mesmo em fases avançadas pode:

  • Reduzir sintomas comportamentais como apatia, agitação e confusão mental;

  • Aumentar a estabilidade clínica, evitando agravamentos súbitos;

  • Adiar a institucionalização do paciente, prolongando a permanência no ambiente familiar;

  • Melhorar a qualidade de vida tanto do paciente quanto dos cuidadores.

A ampliação do uso desse medicamento se soma à já existente oferta da memantina, recomendada para quadros graves, e dos fármacos rivastigmina e galantamina, utilizados para os estágios iniciais e moderados da doença. O Ministério estima que cerca de 10 mil pessoas devem ser beneficiadas no primeiro ano dessa nova diretriz.

A secretária da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), Fernanda De Negri, destacou que a incorporação da donepezila nos estágios graves do Alzheimer “reforça a importância das políticas públicas de saúde que respondem aos desafios do envelhecimento com dignidade, qualidade e equidade”.

No SUS, o cuidado com pacientes com Alzheimer é garantido por uma rede estruturada de serviços especializados, que inclui:

  • Centros de Referência em Neurologia habilitados pelo Ministério da Saúde;

  • Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia;

  • Programa Melhor em Casa, que oferece atendimento domiciliar por equipes multiprofissionais;

  • Atividades ambulatoriais e hospitalares coordenadas conforme as diretrizes do PCDT.

De janeiro a março de 2025, foram registrados mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer e 576 hospitalizações em todo o país, de acordo com dados dos sistemas SIA e SIH do Ministério da Saúde.

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade neurodegenerativa crônica e progressiva, sem cura, mas que pode ter seu curso clínico modificado por intervenções terapêuticas precoces e contínuas. A ampliação do acesso à donepezila para estágios graves indica um movimento importante do SUS em adotar estratégias farmacológicas e não farmacológicas integradas, valorizando não apenas o prolongamento da vida, mas a manutenção da autonomia, bem-estar e suporte aos cuidadores.


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