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Medicina no exterior: Mulheres morrem mais quando operadas por cirurgiões homens, segundo estudo canadense

Medicina no exterior: Mulheres morrem mais quando operadas por cirurgiões homens, segundo estudo canadense
Janine Diniz Fortuna
jan. 11 - 2 min de leitura
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O sexismo está agora na mesa cirúrgica. Quando um médico (gênero masculino) opera uma  paciente (gênero feminino), ela tem cerca de 30% mais probabilidade de morrer do que um paciente masculino.  Isso é o que demonstra o artigo "Association of Surgeon-Patient Sex Concordance With Postoperative Outcomes" e que traz um estudo feito com base em mais de um milhão de operações realizadas no Canadá entre 2007 e 2019.

Um sexismo inesperado com graves consequências. Há diferença no tratamento dependendo se seu cirurgião é homem ou mulher? Se você é uma paciente do sexo feminino, a resposta infelizmente parece ser sim. 

O estudo mostra que uma mulher tem um risco 32% maior de morrer - comparado ao sexo oposto - quando operada por um cirurgião do sexo masculino. Os pacientes do sexo feminino também são 15% mais propensos que os homens a sofrer complicações após a operação.

Para cada um dos procedimentos analisados, foram levados em conta três elementos: o sexo do paciente, o sexo do médico e as consequências observadas após a operação (morte, maior permanência hospitalar, etc.). 

 

"Estereótipos profundamente enraizados"

Com base na análise de aproximadamente 1,3 milhões de operações e quase 3.000 médicos, o estudo foi publicado em dezembro (2020) passado no Journal of the American Medical Association. Observe que os procedimentos médicos levados em conta foram todos realizados na região canadense de Ontário entre 2007 e 2019. 

Por outro lado, quando a operação é conduzida por uma mulher, os pacientes "geralmente têm melhores resultados pós-operatórios", explica a Dra. Angela Jerath, co-autora do estudo para o jornal The Guardian. Para a autora, uma explicação das descobertas por uma diferença no treinamento é irrelevante: "Ambos os sexos passam exatamente pelos mesmos processos", explica. Ela acredita que isto pode ser devido a "preconceitos implícitos de gênero, atitudes, estereótipos profundamente enraizados". 

Este estudo canadense é o primeiro de seu tipo a destacar um possível sexismo nos cuidados cirúrgicos.

 

Referências

Wallis CJD, Jerath A, Coburn N, et al. Association of Surgeon-Patient Sex Concordance With Postoperative Outcomes. JAMA Surg. Published online December 08, 2021. doi:10.1001/jamasurg.2021.6339

Campbell, D. Women 32% more likely to die after operation by male surgeon, study reveals. The Guardian, 4 Jan 2022. Disponível emhttps://www.theguardian.com/society/2022/jan/04/women-more-likely-die-operation-male-surgeon-study

 


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