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Nanotecnologia no tratamento do Câncer

Nanotecnologia no tratamento do Câncer
Fernanda Carbonieri
abr. 22 - 4 min de leitura
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Nanotecnologia no tratamento do Câncer

Segundo a OMS, em 2012 tivemos no mundo 14,1 milhões de novos casos de câncer no mundo e 8,2 milhões de mortes pela doença. O câncer é uma doença de incidência progressiva em países desenvolvidos e em desenvolvimento; um grande problema de saúde pública mundial. A grande dificuldade de se estabelecer um tratamento para um tumor cancerígeno, sem comprometer os demais tecidos, é que inspirou cientistas de todo o mundo a procura de novas alternativas para a cura do câncer. A nanotecnologia surgiu muito promissora neste sentido.

São pesquisados diversos dispositivos com dimensões entre 1 e 100 nanômetros, de variadas formas e composições. Em vias de comparação, um nanômetro é um bilionésimo de um metro e 80.000 vezes menor do que um fio de cabelo.  Em relação ao organismo humano, por exemplo, um glóbulo vermelho tem aproximadamente 5.000 nm, sou seja, cinco vezes maior do que as  nanopartículas (NNP’s). Com relação à forma das nanopartículas utilizadas, podem apresentar-se como nanoesferas, nanobarras, nanoconchas, nanotubos, nanocapsulas e diversos outros formatos. Já com relação às composições, podem ser de ouro, prata, lipídicas, entre outras.

 Nanotecnologia no tratamento do Cancer 2Acessado em: http://www.ofitexto.com.br/conteudo/deg_230778.htm

EXEMPLOS DE NANOPARTÍCULAS

Screenshot_1

Nas novas terapias em teste, estas nanopartículas atingem a circulação sistêmica e precisam ser direcionadas para as células tumorais. Este direcionamento já ocorre naturalmente na presença do tumor, uma vez que a alta vascularização, permeabilidade dos capilares e o epitélio fenestrado tumorais permitem a passagem das NNP’s até a célula maligna.

Nanotecnologia no tratamento do Cancer 4Fonte: Aplicações das Nanopartículas Lipídicas no Tratamento de Tumores Sólidos: Revisão de Literatura Revista Brasileira de Cancerologia, 2012

No entanto, para facilitar este trajeto, são feitas associações de diversos compostos ao nanomaterial para atuarem nos receptores, que apresentam-se alterados, nas células neoplásicas.  Por exemplo, o ácido fólico, que é extremamente usado pela célula cancerígena para replicação de seu DNA. Portanto, sua associação ao nanomaterial é uma forma de direcioná-lo até o local que exige maior demanda deste composto.  Um exemplo é o de que as células neoplásicas captam o ácido fólico para uso próprio e levam consigo a nanopartícula, característica explorada para aumentar a eficácia do tratamento, possibilitando que as NNP’s atinjam também células metastasiadas.

Um último fator que favorece ainda mais o acúmulo do nanomaterial na região tumoral é o de que, apesar da alta vascularização, os tumores possuem pobre drenagem linfática. O restante das partículas da circulação sistêmica são eliminadas rapidamente pelo clearance renal, devido ao seu pequeno tamanho, geralmente, entre 3 e 5 nm. Não havendo, portanto, acúmulo sistêmico de NNP’s.

Algumas NNP’s podem atuar como carreadoras de quimioterápicos. Assim, ao atingir o tumor, promovem a liberação local da medicação levando a morte das células neoplásicas locais. Também existem diversas pesquisas, sobre o uso da terapia fototérmica no tratamento do câncer. Neste caso, as NNP’s são feitas de metais nobres (como ouro ou prata) e após atingirem o tecido tumoral, recebem um laser de ondas contínuas próximas ao infra-vermelho (não-malignas aos tecidos saúdáveis), o qual é convertido em calor, levando à morte celular local por superaquecimento.

O esquema abaixo mostra a aplicação do laser infra-vermelho de 808nm direcionado para o tumor ocasionando morte celular apenas das células impregnadas pelas NNP’s.

Screenshot_2

Acredita-se que estes procedimentos, devido às características de direcionamento das partículas, evitam os efeitos danosos sistêmicos das terapias utilizadas atualmente. Ainda que estejam em fase de testes, os resultados das pesquisas realizadas em camundongos parecem promissores e revolucionários na Oncologia.

 *** Artigo escrito por Fernanda Carbonieri com a colaboração da também acadêmica de medicina da FURB, Letícia Frota

 

 

 

 

 

 

 


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