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Nossa obrigação de deixar Legados, vem com a escolha de atuar com as ciências médicas

Fernando Carbonieri
out. 7 - 5 min de leitura
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Nossa obrigação de deixar LEGADOS vem com a escolha de atuar com as ciências médicas

Quando escolhi ser médico, não tinha conhecimento de mundo nenhum. Tudo o que passava pela minha cabeça era a possibilidade de ser importante para o mundo. Como todo adolecente, eu tinha certeza que era especial.

Dotados de uma ignorante inteligência, aos 18 anos de idade acreditamos que o mundo precisa melhorar em todos os pontos. Mais do que isso. Temos a certeza de que nós seremos os herois a fazer isso.

Deixar um ou vários LEGADOS é o nosso principal objetivo quando escolhemos trabalhar com a Medicina. Somos nutridos por essa vontade de ajudar as pessoas e com isso criar algo sólido, de impacto, que resista ao tempo e a nossa própria finitude. Ações tão impactantes que possam ser frisadas na linha da longa arte que o tempo costumeiramente tende a suprimir.  Vemos isso em dois aforismas importantes na história da Medicina e da saúde:

A Medicina é uma lenta construção de alvenaria. Nós somos afortunados ao longo da vida por colocar um único tijolo. Se pudermos explicar a doença, alguém que ainda não nasceu, poderá inventar a cura - Rob J. Cole - Personagem do livro "The Physician"escrito por Noah Gordon

Vita brevis, ars longa - Hipócrates - A vida é breve, a arte é longa.

Nos primeiros anos da formação médica, escolhi meus herois com base nas virtudes bioéticas de Pellegrino (o que eu viria saber apenas mais tarde, no caminho da minha especialização na área) :

  • Universalidade
  • Fortitude
  • Compaixão
  • Justiça
  • Prudência
  • Honra
  • Confiabilidade

Como eu, muitos escolhem ser médicos também pela capacidade de ajudar as pessoas e poder ser reconhecido por isso. Se você se reconectar com o seu Eu de 18 anos de idade, vai perceber que provavelmente esse é o principal motivo pelo qual escolheu atuar na saúde.

Vem a faculdade, o excesso de conteúdo, os bons e maus exemplos que aumentam a nossa confusão. Ficamos 6 anos na graduação, de 2 a 5 anos na residência médica, nos preparando para ser relevantes na vida de nossos pacientes e familiares. Começamos a nos tornar especiais para aqueles que tocamos. Ganhamos importância para além dos que nos amam. 

Ganhamos dinheiro também. Trabalhamos incessantemente. Em média 60 horas por semana, depois de ter passado por formações e rotinas que exigiam muito mais dedicação que isso. 

Essa rotina, essa repetição e o ganhar dinheiro fazendo as mesmas coisas todos os dias também nos traz um caminho de tédio. Acabamos perdendo o Tesão pela nossa prática, por simplesmente repeti-la tantas e tantas vezes.

Somos importantes sim, paciente a paciente, família a família. Entretanto, a um certo momento do campeonato, estamos machucados por tantas coisas que poderiam ser melhores. Toleramos injustiças e coisas "erradas" porque sempre foram assim.

Quando percebemos, colocamos o nosso eu de 18 anos que queria mudar o mundo, que queria ajudar as pessoas (mesmo sendo essa a rotina)  na UTI. Anestesiados numa chatisse hiperprodutiva, não sabemos mais como fazer. Não temos ideia de como podemos colocar o nosso tijolo na história.

É sobre isso que se trata o projeto LEGADOS. Estamos aqui para te ensinar a colocar um ou vários tijolos na história. Junto com os demais membros da Academia Médica você tem a oportunidade de construir caminhos positivos para as coisas que não devem continuar como estão. 

Engaje-se conosco na solução de problemas do mundo real, que impactam a sua atividade como médico ou profissional da saúde. Mude o que precisa ser mudado. Com esse processso, aprenda a resolver problemas complexos, que tantas vezes aparecerão na sua vida na jornada de deixar o SEU LEGADO.

Estamos aqui, coletivamente dizendo CHEGA!!! 

Não aguentamos mais que tantas questões sejam tratadas com permissividade. A  invisível mão do mal com o atraso não veste apenas toga, ela pode muito bem vestir um jaleco, um terno ou não ter vestimenta nenhuma. Ela está na nossa rotina, no micropoder, no conforto e na briga incessantemente para se manter como está.

Precisamos nos capacitar para resolver situações complexas. Por esse motivo, venha dizer CHEGA conosco. Participe do capítulo 1 do LEGADOS. Vamos criar juntos projetos que impeçam que a violência sexual aconteça em ambientes de saúde. 

Acesse ESTE LINK para entender melhor o problema. Iremos explicar a extenção dessa chaga, que proporciona 1,1 ESTUPRO em ambiente de saúde por dia no Brasil. Eu não posso mais aceitar essa estatística. Não irei compactuar mais com a possibilidade de que o ambiente onde passo pelos melhores e piores momentos da vida (não só minha,mas também das pessoas que mais amo, dos meus pacientes e dos meus colegas da saúde) seja palco de violência sexual.

Se você se importa e sabe que situações como esta não podem ficar assim, venha conosco!

Se não... escreva um textão!


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